Você já imaginou que, em apenas seis meses, sua área de marketing poderia entregar resultados visíveis — não melhorias pequenas, mas mudanças claras em geração de demanda, conversão e relacionamento com o cliente? Se você é analista ou gestor de marketing no setor agro, sabe que barreiras como processos manuais, operação fragmentada entre canais e falta de indicadores definidos atrasam decisões. Aqui você encontrará um roteiro aplicável para promover a transformação digital no agro em 6 meses, com passos mensuráveis, exemplos reais de revendas, indústrias de insumos e agritechs e táticas centradas em chasocial e leadcultura. Ao seguir este plano, sua equipe vai priorizar ações de alto impacto, instalar automações estratégicas, melhorar nutrição de leads e alinhar comercial e marketing — tudo com foco em resultados práticos e escaláveis. Continue para ver o cronograma mensal, ferramentas recomendadas e indicadores que mostram quando cada etapa já está dando retorno.
Diagnóstico Ágil e Priorização de Ações para 6 Meses

O gestor olha para a planilha. Linhas e mais linhas. Leads desconectados. Mensagens no WhatsApp sem resposta. Era sexta-feira à tarde. Decidir agora ou esperar semanas? Não espere. Seis meses passam rápido no campo. E no escritório também.
Este capítulo pega essa ansiedade e transforma em método prático. Metodologia curta. Ação imediata. Objetivo: diagnóstico rápido e priorização que gere impacto em até seis meses. Sem enrolação. Sem jargão inútil. Foco em três eixos: gaps operacionais, fonte de leads e jornada do cliente. Quer resultado? Siga.
Comece mapeando canais. Faça isso com gente do front: comercial, revenda, pós-venda, equipe de máquinas. Pergunte: de onde vêm os leads hoje? Liste site, formulários, WhatsApp, feiras, revendas, redes sociais, indicações. Não invente canais. Use dados. Quantifique volumes. Mesmo que impreciso. Um número já orienta decisão.
Depois, identifique fricções na jornada. Aqui não vale conversa: peça exemplos concretos. Cinco fricções que quase sempre aparecem:
- tempo de resposta demorado;
- falta de conteúdo técnico por cultura;
- baixa segmentação dos leads;
- integração incompleta com CRM;
- fiscalização e perda de leads (quem respondeu e quando?).
Enumere essas fricções com evidência. Um registro por lead. Um timestamp. Vai doer olhar as falhas. Mas é preciso.
Priorize com uma matriz simples impacto x esforço. Não complique. Faça dois eixos. Alto/baixo impacto. Alto/baixo esforço. Coloque as iniciativas imediatamente visíveis. No agro, duas ações costumam cair no quadrante alto impacto/baixo esforço: automatizações de vendas e conteúdo técnico para culturas-chave. Automatização reduz tempo de resposta. Conteúdo reduz dúvidas técnicas e acelera decisão.
Exemplo real, direto: uma revenda em Mato Grosso integrando WhatsApp ao CRM. Antes: tempo médio de resposta 72 horas. Depois: 4 horas. Como fizeram? Integração básica, scripts de qualificação, e fluxos de follow-up automático. Resultado: +28% nas visitas técnicas agendadas. Parece simples. Foi. Não precisa ser perfeito no primeiro dia. Precisa funcionar.
Outro caso: agritech de telemetria. Implementou onboarding digital. E-mails educativos por segmento de cultura. Taxa de ativação do software subiu 35% em 90 dias. Simples sequência de educação, segmentada. Educação que resolve problema do cliente. Não é marketing por marketing.
Agora a parte prática, sem rodeios. Faça este checklist de diagnóstico. Leve meia jornada para completar. Se for mais, você está deixando oportunidades passarem.
Checklist de diagnóstico (7 itens)
- Inventário de canais e volumes de leads
- Taxa de conversão por etapa (lead > visita > venda)
- Ferramentas em uso e integrações disponíveis
- Conteúdos existentes por cultura/tema
- SLA comercial e de marketing
- Base de dados segmentada por tamanho de propriedade
- Principais KPIs atuais e metas a 6 meses
Use o checklist como contrato entre times. Assine com nomes e prazos. Sem isso, volta a confusão de antes.
Com o diagnóstico pronto, monte sua lista de iniciativas. Não mais que sete. Melhor menos. Priorize três para o mês 1. Sim, três. Que geram impacto rápido. Sugestão prática de trio inicial:
1) Integração WhatsApp + CRM e scripts de atendimento. Entregue em 14 dias. Meta: tempo médio de resposta <8 horas.
2) Fluxo de qualificação automático para leads por cultura. Entregue em 21 dias. Meta: identificar intent-chave (visita técnica, compra, dúvida técnica).
3) Conteúdo técnico curto para 3 culturas prioritárias. Vídeos e FAQs. Entregue em 30 dias. Meta: redução de dúvidas do time comercial; aumento de conversão em 15%.
Cada iniciativa tem dono. Cada iniciativa tem critério de sucesso. Sem dono não acontece. Sem critério, ninguém sabe se valeu a pena.
Faça reuniões curtas. Semanais. Quinze minutos. Revisão de leads qualificados. Ajustes nos scripts. Se houver resistência, vá ao campo. Ver pessoas usando ou não as ferramentas é o atalho para entender o porquê.
Como priorizar se tudo parece urgente? Use três perguntas rápidas por iniciativa:
- Quantos leads isso afeta por mês?
- Quanto tempo economiza por lead?
- É reversível e testável em 30 dias?
Pontue 1 a 5. Multiplique impacto por urgência. Cuidado com o viés pessoal. Dados mandam.
Agora, um mini plano tático para os 6 meses. Não é o plano operacional completo — isso vem no capítulo seguinte. É um roteiro de prioridades para garantir ritmo.
Mês 1: integrar WhatsApp ao CRM, definir SLA e listas segmentadas por cultura. Entregas: scripts, fluxo de qualificação e primeiro pacote de conteúdo técnico.
Mês 2: automatizar nutrição para três personas (ex.: produtor familiar, grande produtor, distribuidor). Criar landing pages para campanhas sazonais. Teste A/B de mensagens.
Mês 3: lançar conteúdos técnicos estruturados — vídeos curtos, cases e webinars. Pedir feedback ao time comercial. Documentar processos.
Mês 4: ativar campanhas pagas segmentadas. Controlar custo por lead. Ajustar mensagens conforme resultado.
Mês 5: consolidar integrações e criar dashboards com KPIs-chave.
Mês 6: otimizar, padronizar playbooks de vendas e formalizar handoff entre marketing e comercial.
Isso soa conhecido? Ótimo. É o mínimo viável que transforma o fluxo.
Ferramentas existem, mas aqui interessa o uso. Não troque ferramenta por processo. Priorize integração e disciplina. Scripts funcionam melhor que boas intenções. Mensagens curtas. Respostas rápidas. E, sempre, documentação simples.
Uma dica que vale ouro: produza conteúdo curto e técnico que responda as dúvidas frequentes do time comercial. Não precisa ser high production. Um vídeo de 90 segundos no campo responde prática. Um PDF técnico com tabelas e recomendações para a cultura trás autoridade. Se quiser aprofundar como gerar conteúdo com foco em vendas, leia este guia prático no blog: Gerar vendas com conteúdo de valor no agro.
Mensure tudo que puder. Não acredite na intuição quando há números. Priorize estes KPIs desde o primeiro dia:
- Leads qualificados por mês
- Tempo médio de resposta (meta <8h)
- Taxa de conversão lead > visita técnica
- Custo por lead qualificado
- Receita atribuída ao marketing (ou pipeline value)
Relate progresso semanalmente. Mude o que não funciona e amplifique o que dá certo.
Algumas armadilhas comuns. Evite-as:
- Começar com branding intenso antes de consertar atendimento. O cliente volta pra o vendedor. Se o vendedor falha, branding não salva.
- Criar conteúdo massivo sem segmentação. Muito conteúdo irrelevante satura o produtor.
- Trocar processos por ferramentas novas. Ferramenta é facilitadora. Processo é o núcleo.
Quer um exemplo de erro que vi no campo? Uma equipe investiu em uma plataforma de geração de leads. Os leads vinham. Mas ninguém sabia quem realizar o follow-up. Resultado: 60% dos leads perdidos nas primeiras 48 horas. A lição: configure SLAs antes de escalar qualquer canal.
E quanto à priorização visual? Desenhe a matriz impacto x esforço num papel. Coloque cada iniciativa. Use post-its. Faça o pessoal votar. Vote com dados, não com simpatia pessoal. As iniciativas do quadrante alto impacto/baixo esforço são as que você deve executar primeiro. E muitas vezes são simples automações e conteúdos técnicos. De novo: simples vence complexo.
Ao fim deste diagnóstico ágil você terá três coisas em mãos:
- Uma lista priorizada com 3 iniciativas para implementar já no mês 1.
- Um roadmap claro para os próximos cinco meses.
- A clareza sobre o que funciona no seu mercado local.
A economia de tempo é imediata. A clareza também. E há mais: quando começar a ver resultados rápidos, a confiança das equipes cresce. Com confiança vem disciplina. Com disciplina vem escala.
Uma última nota prática: documente tudo. Playbooks curtos. Scripts. Templates de e-mail. Templates de fluxo. Não deixe este conhecimento apenas na cabeça do técnico. Se alguém sair, o processo continua. Pequenos documentos salvam meses de retrabalho.
Hora de agir. Feche a planilha. Vá falar com quem atende o telefone. Faça o inventário dos canais. E priorize como se o próximo ciclo de safra dependesse disso. Porque, na prática, depende.
Plano Mensal Operacional com Ferramentas e KPIs

Você já fez o diagnóstico. Agora é hora de transformar isso em entregas. Sem teoria demais. Entregas concretas. Semana a semana. Mês a mês. É isso que separa time que pensa em transformação digital do time que realmente entrega resultados no campo.
Começo com uma cena curta: o coordenador de agromarketing chega na reunião com uma lista curta. ‘‘Integra o atendimento, monta fluxos para três públicos e prepara a primeira campanha por cultura’’. Todos olham. Alguns duvidam. Um técnico diz: ‘‘não vai acontecer em 6 meses’’. A resposta? Sim, vai. Seja prático. Priorize. Execute.
Mês 1 — base e regras. Entregas objetivas: CRM funcional, integração de mensageria, SLA definido, listas segmentadas por cultura. Não precisa de plataforma X ou Y. Use um CRM. Configure campos essenciais: origem do lead, cultura, porte da propriedade, interesse técnico. Integre o canal de mensagens mais usado. Defina scripts de atendimento. Treine quem atende. Meta do mês: reduzir tempo de resposta para menos de 8 horas em canais digitais. Métrica que não melhora não serve só pra relatório.
Passos práticos para o Mês 1:
- Configure o CRM com os campos prioritários.
- Integre o WhatsApp ao CRM, ou outro canal de mensageria escolhido.
- Crie listas segmentadas por cultura e por persona.
- Estabeleça SLA comercial e SLA de marketing.
- Desenvolva scripts curtos para primeiro contato. A linguagem deve ser direta. Perguntas-chave. Nada de papo furado.
Mês 2 — nutrição e captura. Entregas: fluxos de nutrição para três personas (produtor familiar, grande produtor, distribuidor) e landing pages por campanha sazonal. Comece simples: fluxo com 3 etapas. Conteúdo inicial > material técnico > convite para visita. Mensagens curtas. Teste variações.
Pontos para o Mês 2:
- Estruture automações que marquem o lead por cultura e comportamento.
- Crie landings com formulário enxuto. Nome, telefone, cultura e interesse.
- Insira gatilhos que disparem o primeiro contato do comercial.
- Meça taxa de conversão das landings. Meta inicial 8–12%.
Mês 3 — autoridade técnica e amplificação. Entregas: conteúdos técnicos curtos, cases e um webinar. Use vídeos de 2–4 minutos. Priorize clareza e foco prático. Mostre resultados locais. Convide um parceiro para o webinar. Grave. Use transcrições. Disponibilize checklist técnico em PDF.
Detalhes operacionais do Mês 3:
- Produza pelo menos 8 conteúdos curtos focados em dúvidas reais.
- Alinhe a produção ao que o comercial pergunta no dia a dia.
- Promova via grupos e canais de chasocial para amplificar alcance.
- Documente processos. Se não estiver documentado, parece improviso.
Mês 4 — tráfego pago e testes. Entregas: campanhas pagas segmentadas e testes A/B nas mensagens. Não é só jogar verba. É testar hipótese. Mensagens diferentes. Páginas diferentes. Audiences por cultura. Comece com pequenos budgets. Escale o que funciona.
Checklist do Mês 4:
- Crie pelo menos 3 variações de mensagem por cultura.
- Teste duas landing pages por campanha.
- Otimize custo por lead qualificado, não apenas custo por clique.
Mês 5 — integração e visualização. Entregas: dashboards comerciais que agregam dados. Integre dados do CRM, da automação e do tráfego. Mostre pipeline value e leads por cultura. Dashboards devem responder as perguntas do diretor comercial e do analista de marketing.
KPIs a colocar no painel:
- Leads qualificados por mês.
- Tempo médio de resposta (meta < 8h).
- Taxa de conversão lead > visita técnica.
- Custo por lead qualificado.
- Receita atribuída ao marketing / pipeline value.
Mês 6 — otimização e escala. Entregas: playbooks de vendas, handoff claro entre marketing e comercial, e escala das campanhas bem sucedidas. Formalize o processo de entrega do lead. Use um checklist de entrega que inclua histórico de interações, score e indicação de cultura. Treine o time de vendas com roleplays. Faça revisões semanais e ajuste os playbooks com base em dados reais.
Ferramentas e categorias que vão facilitar a execução (sem marcas):
- CRM: para cadastro único e registro do histórico de interação.
- Plataformas de automação: para fluxos de nutrição e scoring.
- Provedores de mensageria: para integrar WhatsApp e centralizar conversas.
- Ferramentas de analytics e BI: para construir dashboards acionáveis.
Escolha ferramentas compatíveis com integrações. Se precisar trocar depois, ok. Mas comece com algo que funcione. Preferência por interfaces simples. Evite customizações pesadas no primeiro ciclo.
KPIs essenciais e como usá-los diariamente:
- Leads qualificados/mês: mede volume e eficácia das campanhas.
- Tempo médio de resposta: mede operação de atendimento. Meta < 8h.
- Taxa lead > visita técnica: indicador direto de qualificação.
- Custo por lead qualificado: para ajustar investimento.
- Receita atribuída ao marketing: final da fila, mas necessária.
Como monitorar com foco operacional:
- Daily stand-up de 10 minutos com marketing e comercial. Apenas números.
- Relatório semanal automático com top 5 oportunidades.
- Revisão mensal com insights e planos de ação.
Canais e tempo para escalar — decisões rápidas:
- WhatsApp + CRM: escala muito rápida, custo inicial baixo. Use para agendar visitas técnicas.
- Conteúdo técnico (vídeos): escala em 1–3 meses, custo médio. Gera autoridade e confiança.
- Anúncios segmentados: escala em 1–2 meses, custo variável. Útil para geração controlada por cultura.
Dicas práticas que valem ouro:
- Scripts curtos para atendimento inicial via mensageria. Padronize as qualificações.
- Conteúdo curto e técnico que responda dúvidas do comercial.
- Reuniões semanais entre comercial e marketing. Revisem leads e ajustem mensagens.
- Use playbooks de 1 página para qualificação e follow-up.
- Atribua um dono para cada campanha e outra pessoa para monitorar SLA.
Operação de qualificação (modelo simples):
- Primeiro contato via mensageria. Confirma interesse e cultura.
- Scoring básico: porte, intenção e urgência.
- Lead com score alto recebe agendamento de visita técnica.
- Lead médio entra em fluxo de nutrição.
- Lead baixo recebe conteúdo periódico e é reavaliado.
Scripts e fluxos devem ser testados. Aplique A/B interno. Pequenas mudanças trazem resultado.
Riscos comuns e como mitigá-los:
- Falta de disciplina no registro de leads: treine e fiscalize. Um campo obrigatório resolve muita coisa.
- SLA descumprido: ajuste metas e mude processo de escalonamento.
- Conteúdo desconectado da realidade local: peça feedback dos vendedores de campo e ajuste.
História curta para ilustrar o processo: uma revenda no centro do país começou com tempos de resposta de 72 horas. Integraram mensageria ao CRM. Treinaram um atendente. Em três meses, o tempo caiu para 4 horas. Visitas técnicas subiram. A equipe não virou expert do dia para noite. Foram passos curtos. Uma entrega por vez. Documentaram tudo. No mês 3 já tinham playbook básico.
Como documentar mensalmente (prático):
- Mês 1: manual de atendimento (3 páginas).
- Mês 2: mapa de automações e landings.
- Mês 3: biblioteca de conteúdos técnicos e registro de webinars.
- Mês 4: resultados de testes A/B e lições aprendidas.
- Mês 5: dashboard ativo com filtros por cultura.
- Mês 6: playbook consolidado para entrega ao time comercial.
Use esses documentos como base para treinamento contínuo. Não é bonito. É funcional. E eficiente.
Métricas de validação do sucesso até o final do ciclo de 6 meses:
- 40–60% dos leads vindo por canais digitais.
- SLA cumprido na maior parte das interações.
- Aumento consistente nas visitas técnicas agendadas.
- Melhora no pipeline value atribuível a campanhas.
Quer um truque? Comece por onde o time já tem tração. Se o WhatsApp já funciona, integre e automatize. Se a equipe já faz lives ou pequenos vídeos, transforme em fluxo de captação. Não reinvente.
Leve isso para uma prática de conteúdo: produza material que venda sem vender. Comprovado. Se quiser ver exemplos práticos de como gerar vendas com conteúdo técnico relevante, confira este material que reúne cases e táticas aplicáveis: Gerar vendas com conteúdo de valor no agro.
Última recomendação: documente decisões e resultados. Cada iteração deve ter hipóteses claras. Teste, meça, repita. Pequenos passos se somam. E sim, vai dar trabalho. Mas o resultado é previsível. Não precisa de mágica. Só disciplina, processos e uma boa cadência de entregas.
No próximo capítulo vamos aprofundar o conteúdo técnico e a conversão com foco em chasocial e leadcultura. Aqui você já tem o plano mensal e as ferramentas para começar. Execute. Ajuste. Escale.
Conteúdo, Geração de Leads e Conversão com foco em chasocial e leadcultura

O sampraio começou numa mensagem curta. Um revendedor perguntou, no grupo, sobre calda e temperatura. A dúvida parecia simples. Virou conteúdo. Virou lead. Virou venda. Histórias assim não são sorte. São processo. Plano. (E alguma sorte também, claro.)
A proposta aqui é prática. Produzir conteúdo técnico que responda dúvidas por cultura e por ciclo. Distribuir esse conteúdo via chasocial para ganhar alcance e confiança. E, ao mesmo tempo, montar uma leadcultura que nutre e qualifica leads até o ponto de contato comercial. Isso exige coordenação entre marketing, suporte técnico e comercial. E um roteiro claro.
Por onde começar? Mapear perguntas. Simples assim. Junte relatórios de campo, tickets de suporte, conversas de revenda e dúvidas do time comercial. Classifique por cultura e por fase do ciclo: plantio, estabelecimento, proteção, cobertura e pós-colheita. Priorize as 20 dúvidas que aparecem com mais frequência. Essas 20 geram 80% das interações. Não é regra fixa, é só frequência.
Com essa lista em mãos, monte um pilar de conteúdo por cultura. Pilares são pequenos. Não precisa ser um tratado. Exemplo de pilar para soja:
- Série de 12 vídeos curtos (2–4 minutos) sobre manejo em cada fase.
- Checklists práticos para pulverização e aplicação de fertilizantes.
- Planilha de cálculo de dose e intervalo (arquivo para download).
- Estudo de caso local de 1 página com resultados e imagens.
Produza primeiro o que vende: checklists e vídeo curtos. Eles dão resultado mais rápido. Vídeo de 3 minutos com demonstração no campo. Checklists com itens acionáveis. Planilha com fórmulas e instruções. Estudo de caso com números e fotos reais. Conteúdo técnico tem que ser aplicável no campo. Se não serve no campo, não serve.
Distribuição. Use chasocial como amplificador e escuta.
- Crie grupos oficiais para revendas e parceiros. Moderadores técnicos. Entradas monitoradas.
- Tenha canais de broadcasting para produtores, segmentados por cultura e região.
- Use grupos públicos do LinkedIn do agro para discutir insights técnicos e compartilhar cases.
O objetivo do chasocial é duplo: alcance e confiança. Alcance porque mensagens em grupos geram engajamento orgânico entre pares. Confiança porque conteúdo técnico compartilhado por um contato conhecido tem mais peso que um anúncio.
Formato de conteúdo para chasocial:
- Mensagens curtas com link para landing. Texto direto: problema, solução, chamada. Ex: ‘Pulverização com vento: 4 ajustes que reduzem deriva. Baixe o checklist.’
- Vídeo vertical de 60-90s com demonstração e CTA para download.
- Áudio curto (30s) do técnico do campo explicando um ítem do checklist.
- Imagens antes/depois com legenda técnica.
Não venda na primeira mensagem. Eduque. Primeiro 70% valor, 30% ação. Simples.
Landing pages e captura. Cada peça técnica tem uma landing otimizada. Não faça uma landing genérica. Segmente por cultura. Três landings por cultura é meta inicial: básico, avançado, demonstração técnica. Landing deve conter:
- Título técnico direto. Nada de jargão vazio.
- Formulário enxuto: nome, telefone, cultura, fase do ciclo.
- Checkbox de interesse técnico (ex: manejo, adubação, proteção).
- Opção para receber atendimento via WhatsApp/Telegram.
Meta inicial de conversão: 8–12% da landing. Se estiver abaixo, ajuste headline e CTA. A velocidade de resposta importa. Cronometre. SLA < 8h para contato inicial.
Leadcultura: fluxo e nutrição. Pense nisso como uma trilha educativa que transforma curiosos em visitantes de demonstração. Divida em três trilhas por persona: produtor familiar, produtor de escala e distribuidor. Exemplo de fluxo para produtor de soja:
- Download do checklist (dia 0). E-mail 1: confirmação + vídeo curto.
- Dia 3: conteúdo avançado (planilha de cálculo). CTA para webinar técnico.
- Dia 10: estudo de caso local. Pergunta segmentadora: tem problema X no campo? Responda sim/não.
- Dia 15: convite para demonstração/visita técnica. Oferta de agenda.
Automação registra cada interação. Cada click, cada vídeo visto, cada mensagem no chasocial vira ponto no lead score.
Lead scoring: simples, não ruim. Exemplo de pontuação:
- Download de checklist: +10
- Vídeo visto > 50%: +15
- Abertura de e-mail: +2
- Participação em webinar: +40
- Solicitação de demonstração: +60
- Mensagem direta no chasocial pedindo suporte: +50
Defina o threshold para MQL (marketing qualified lead). Sugerido: 60–80 pontos como gatilho para revisão manual. Em seguida, MQL vira SQL após verificação técnica e confirmação de orçamento/tempo.
Handoff para comercial. Histórico completo. Não entregue lead cru. Entregue um dossiê:
- Pontos de contato e interações nos últimos 30 dias.
- Pontuação e motivos de pontos altos.
- Segmento e fase do ciclo.
- Materiais consumidos e respostas em formulários.
Com isso o comercial faz abordagem consultiva. Agenda visita técnica. Conversa técnica. Conversão. O tempo médio entre captura e demonstração deve ficar entre 7–21 dias, dependendo da época do ano.
Webinars trimestrais são alavancas de captação. Planeje com parceiros: cooperativas, pesquisadores e revendas. Estruture cada webinar assim:
- 45 minutos de conteúdo técnico aplicável.
- 15 minutos de Q&A com perguntas moderadas.
- Oferta clara de follow-up técnico (visita, demo, amostra).
- Landing de inscrição com segmentação por cultura.
Promova webinar via chasocial e e-mail. Use revendas como amplificadores: elas mandam convites para suas listas. Isso aumenta confiança e taxa de comparecimento.
Medição e otimização. Mensure tudo. Métricas principais:
- Taxa de conversão da landing (meta 8–12%).
- Engajamento em chasocial: comentários técnicos e compartilhamentos.
- Lead score médio no momento da entrega ao comercial.
- Taxa lead > demonstração e demonstração > pedido.
Não confie só em vaidade. Comentários superficiais não pagam contas. Priorize ações que movem o funil. Se um vídeo tem muitas views mas poucos downloads, ajuste CTA.
Táticas de alto impacto que raramente são usadas corretamente:
- Micro-segmentação por fase do ciclo. Mensagens diferentes para pré-plantio e para pós-colheita.
- Scripts simples para atendimento via chasocial. Perguntas que qualificam em 3 minutos: cultura, área, problema atual, urgência.
- Uso de provas locais (cases por região). Produtor ouve produtor. Mostra resultados similares.
Exemplo prático, curto:
Um analista ouviu a mesma dúvida sobre adubação em três revendas. Produziu um vídeo de 3 minutos e um checklist. Postou no grupo dos revendedores. Cada revenda repassou para sua lista. Em 60 dias, +50% de leads. Nutrição segmentada converteu 22% em pedidos promocionais. Foi execução simples. Foi repetível. Foi mensuração. Não foi mágica.
Checklist operacional para execução (curto e objetivo):
- 12 vídeos curtos prontos por trimestre.
- 1 webinar trimestral com materiais.
- 3 landing pages otimizadas por cultura.
- Playbook de qualificação para comercial.
- Scripts para chasocial e SLA definido.
Erros comuns e como evitar:
- Produzir conteúdo sem ouvir o comercial. Evite. Reúna perguntas do time semanalmente.
- Medir apenas views. Mensure conversão e comportamento.
- Entregar leads sem contexto. Sempre entregue dossiê.
A última peça é confiança. Conteúdo técnico que apresenta dados locais e linguagem do produtor constrói autoridade. Use storytelling: conte o problema, conte o teste, mostre o número, mostre foto. Simples. Direto. Crível.
Se quiser um guia com ideias e templates para esse tipo de conteúdo veja este material prático: Gerar vendas com conteúdo de valor no agro. Ele complementa o que descrevi aqui.
Pequena nota final, sem ser final: comece pequeno. Teste conteúdo por cultura. Escale o que funciona. O processo transforma marketing em fonte previsível de demanda. Mas exige rotina. E disciplina. E paciência. E coragem pra cortar o que não funciona.
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Sobre
Mentoria especializada com Ben Martin Balik: programa prático de 6 meses com diagnóstico personalizado, implementação de CRM e automações, playbooks de conteúdo técnico para chasocial, treinamento de leadcultura e acompanhamento de KPIs semanais. Inclui templates de landing pages, scripts de WhatsApp, calendário editorial e uma sessão de alinhamento comercial por mês para garantir transferência de leads qualificados.


