Em 2001 a Coca-Cola divulgou ter vendido “o dobro” do que a Pepsi — uma declaração direta que buscava consolidar percepção de liderança. A resposta da Pepsi foi simples, inteligente e ensinou ao mercado uma lição sobre posicionamento, timing e uso de provas sociais. Para quem atua no marketing do agronegócio — em agroindústrias, revendas, lojas de maquinários, indústrias de insumos e agritechs — esse case não é apenas curiosidade histórica: é um manual de reação competitiva aplicável ao campo. Neste texto você vai entender o contexto do confronto, quais decisões táticas fizeram a diferença e como adaptar essas ideias para recuperar share, fortalecer canais e ampliar a percepção de valor entre produtores e clientes B2B no agro. Ao final terá um checklist prático para testar no seu próximo lançamento, promoção ou disputa por canal. A leitura é pensada para quem precisa converter inteligência de marca em ação no campo, com exemplos reais que facilitam execução imediata.
O contexto do confronto e por que importa para o agro
Era 2001. Uma das grandes concorrentes do mercado de bebidas fez uma afirmação simples. “Vendemos o dobro.” Curto, direto, carregado de intenção. A mensagem não mirava estatísticas técnicas. Mirava percepção. Mirava decisão. Mirava prateleira, apontava para o balconista, para o comprador que decide no ponto de venda. E funcionou. Até certo ponto.
No campo, a cena se repete. Uma revenda publica números. Uma cooperativa repassa uma fala. Um influenciador regional solta um comentário. Pronto: a conversa muda. Não é só sobre quem tem o maior volume. É sobre quem controla a narrativa. E quem controla a narrativa influencia o que o produtor escolhe plantar, pulverizar, adubar, e por quem ele pede informação.
Pausa. Respira. Isso importa mais do que você imagina.
A ação que respondeu àquela provocação histórica não foi uma guerra de planilhas. Não: foi uma jogada de percepção. Rapidez. Mensagem simples. Prova percebida. A marca que respondeu reposicionou a conversa. Em vez de contestar números frios, ela desenhou uma experiência. Colocou o público no centro. Convidou a sentir, a ver, a preferir.
No agro, essa lição é ouro. Produtor compra confiança. Vendedor vende confiança. A agricultura é uma mistura de técnica e risco. E o que elimina risco, muitas vezes, é a experiência alheia. Um colega que testou. Um técnico que mostrou dados locais. Um dia de campo com resultado visível. Isso pesa mais do que uma tabela com números, por melhor que a tabela seja.
Por isso, antes de sair reagindo a qualquer afirmação competitiva no campo, faça duas perguntas simples: para quem foi dita a frase? e onde ela ganhou tração? Se a resposta for “revenda” ou “ponto de venda”, então a guerra não é só técnica. É política comercial. Se foi em redes locais, o trabalho é de reputação. Se veio de uma feira, o alvo é influência profissional.
Canais B2B reagem a percepção. Não só a dados técnicos. É preciso lembrar disso. Um material com linguagem técnica pode convencer um pesquisador. Mas não necessariamente convence o vendedor que precisa de argumento de balcão. Nem o produtor que precisa de ver para crer.
Timing é vantagem competitiva. Responder rápido não significa responder mal. Ao contrário: quando a contra-ação é bem pensada e ágil, ela reduz o espaço onde a história adversa cresce. Ou seja: rápido e bem feito. Ponto. E se você demorar para montar a resposta perfeita, a narrativa já estará enraizada. A velocidade compra atenção. A atenção compra chance de reposicionamento.
Provas sociais e demonstrações locais superam comparativos frios. Um produtor que conta o resultado em uma safrinha, com solo parecido, é mais crível que um benchmark nacional. Testes de campo, testemunhos em vídeo, registros fotográficos com datas: essas coisas transformam argumentos em decisões.
O problema que vemos com frequência no agro: toda disputa vira debate de preço ou volume. Revendas pressionam por margem. Fornecedores cedem. No fim, todo mundo perde. Margem erodida. Relacionamento desgastado. O ciclo vicioso começa quando a reação é reducionista: “a gente tem melhor preço” ou “temos maiores volumes”. É perigoso. Porque volume não responde ao principal gatilho de compra do produtor: confiança na solução.
Exemplo prático. Imagine uma revenda anuncia que sua concorrente vende “duas vezes mais” um determinado fertilizante em uma micro-região. O que fazer? Se você responder apenas com números, perde. Por quê? Porque quem decide no campo quer ver resultado local. Então é preciso agir em três frentes, ao mesmo tempo: (1) demonstrar eficácia local com testes; (2) mobilizar distribuidores com incentivos de performance; (3) comunicar resultados reais de produtores locais. Não é mágica. É disciplina.
Antes de apertar o botão de resposta, avalie.
- Identifique o público alvo da afirmação. Produtor final? Revenda? Cooperativa? Cada público exige tom e formato distintos.
- Verifique os canais onde a percepção foi criada. Foram redes sociais? Um grupo de WhatsApp? Feiras? Rádio local? Cada canal tem dinâmica própria.
- Colete provas locais. Ensaios, cases, depoimentos. Dados com contexto. Fotografias com data. Vídeos curtos.
- Defina ação rápida. Conteúdo claro. Ativação em campo. Oferta tática. Nada muito complexo na primeira fase.
Essa lista não é roteiro completo. É um filtro mental. Use-a para não reagir no automático. Reação automática costuma ser ruim. Tome ar. Estruture.
Uma comparação rápida ajuda a fixar a ideia. Pense assim:
- Ação do concorrente: declaração numérica de superioridade. Foco em volume. Linguagem de mercado.
- Resposta eficiente: reposiciona a confiança. Leva o decisor para a experiência. Mostra caso local.
No agro isso vira: em vez de brigar por quem vende mais, mostre quem entrega melhor resultado por hectare. Em vez de disputar volume, dispute relevância no ponto de decisão.
As implicações práticas são diretas. Primeiro: monte uma resposta que não seja só defesa. Faça uma oferta de valor. A mensagem deve responder à dor do produtor. Em vez de negar, mostrar como sua solução melhora rendimento por hectare, reduz custo operacional, ou facilita manejo. Simples. Direto. Relevante.
Segundo: ative o campo. Dias de campo com parcelas demonstrativas, protocolos simples, dados fáceis de entender. Mostre diferença onde ela importa. Não transforme tudo numa tese acadêmica. Curto e visual. Gráfico de barras fácil de ler bate planilha complexa. Sempre.
Terceiro: envolva a linha de frente. Distribuidores, vendedores, técnicos regionais. Dê-lhes materiais prontos. Um folheto de página única, uma fala treinada, um vídeo de 60 segundos. Eles são quem converte percepção em venda.
Quarto: amplifique as provas locais. Capte depoimentos de produtores, corte em vídeos curtos, publique em canais onde o público alvo consome. Não adianta conteúdo lindo se está no lugar errado.
Se você quiser um guia prático sobre como transformar provas locais em conteúdo relevante, há textos úteis sobre estratégias de marketing digital para o agronegócio. Vale a pena revisar para entender canais e formatos.
Algumas táticas que funcionam no campo e que vieram dessa história: use visualizações simples. Prefira gráficos curtos. Priorize credibilidade local. Evite guerra de números sem contexto agronômico. Variáveis como solo, clima e manejo explicam muito mais que uma cifra isolada. Contextualize sempre.
Um detalhe que costuma ser negligenciado: a percepção de credibilidade. Um depoimento de um produtor da mesma cadeia de suprimento tem peso maior que uma pesquisa ampla. Por quê? Porque o produtor olha para quem ele conhece, ou para quem parece entender seu problema. Isso é apenas psicologia básica, mas no campo, funciona demais.
Outro ponto: redes de influência offline. Líderes de opinião locais, técnicos de cooperativas, gerentes de revendas. Se a afirmação adversária ganhou tração nesses elos, então você precisa de presença direta. Presença não é só enviar um PDF. É estar no campo, com o técnico, com o plot de demonstração, com o café e conversa franca.
Nem tudo precisa ser caro. Muitas respostas rápidas são de baixo custo. Cinco parcelas demonstrativas bem montadas. Três depoimentos filmados com celular e editados em 60 segundos. Um roteiro de balcão para vendedores. Um incentivo simples para revenda. Pequenas ações coordenadas, com timing, têm impacto.
Por fim, separe dois níveis de resposta: imediata e sustentada. Imediata: corte de 30 dias. Diagnóstico rápido, parcelas, depoimentos, material de uma página, duas peças digitais. Sustentada: roadshow de dias de campo, programa com revendas, calendário de conteúdo e métricas. A resposta criativa que reposiciona a narrativa mistura os dois.
A lição maior é esta: não dê ao adversário o luxo de definir o tema da conversa. Responda rápido. Seja claro. Mostre prova local. Proteja a percepção de valor entre decisores-chave. Quando a disputa é por preço, você perde margem. Quando é por confiança, você ganha fidelidade.
Quer aprofundar como transformar essas provas locais em peças digitais que funcionam para o agro? Veja um dos guias práticos sobre estratégias de marketing digital para o agronegócio para entender formatos e canais onde isso rende mais.
Como a resposta da Pepsi funcionou e traduções práticas para canais agro
A resposta que virou lição tinha três ingredientes simples. Primeiro: rapidez. Segundo: mensagem simples. Terceiro: prova percebida. Na prática, não houve dissertação técnica nem planilha imensa. Houve contraste. Uma afirmação agressiva foi transformada em experiência. A marca redesenhou a conversa. E isso importa pra quem trabalha com canais no agro.
Pausa. Pense na cena: alguém na rede diz que vendeu mais. A rede repete. Revendas escutam. Produtores absorvem só a manchete. Se você responde com números frios, corre o risco de falar pra quem já mudou de opinião. A solução: mude o palco. Leve a disputa para onde se compra confiança — o campo, o vizinho, o ponto de venda.
As três peças do quebra-cabeça
- Rapidez: a ação precisa ocorrer antes que a narrativa se cristalize. Não se trata só de “ser o primeiro”. É ser relevante antes que o canal adverso estabeleça a verdade aparente.
- Simplicidade na mensagem: frases curtas. Mensagem que cabe num pôster no balcão. Algo que o vendedor repete sem gaguejar.
- Prova percebida: não entregue um laudo técnico. Entregue experiência tangível. Um produtor confia no produtor ao lado. Isso é prova percebida.
Essas peças juntas funcionaram porque trocavam debate por experiência. Em vez de afirmar “não é verdade”, a marca disse: “vem ver; testa você mesmo”. A diferença é enorme.
Solução aplicada ao agro — passo a passo
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Diagnóstico rápido. Onde a afirmação ganhou tração? Redes sociais regionais? Uma feira? Um grupo de WhatsApp de revendas? Identifique três pontos principais em 48 horas. Não tente cobrir o país. Foque em micro-regiões onde a percepção pode virar venda.
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Mensagem de contra-valor. Não negue. Mostre solução. Em vez de falar “não vendemos menos”, diga: “veja como reduzimos custo por hectare em X; veja rendimento médio em tal solo”. Transforme a conversa de volume para dor do produtor.
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Ativação em campo. Provas locais. Parcela demonstrativa simples, com protocolo enxuto. Dia de campo com leituras fáceis de entender. Dados que o produtor lê sem engenharia.
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Engajamento de distribuidores. Faça o front-line sentir dono da resposta. Kits prontos, materiais simples, bônus por visitas técnicas. Distribuidores que saem pra campo contam a história melhor que qualquer anúncio.
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Amplificação digital. Transforme provas locais em conteúdo curto e compartilhável: vídeos de 60–90s, depoimentos de 30s, gráficos visuais. Faça do produtor personagem principal.
Checklist prático para executar em 30 dias
- Identificar 3 pontos de venda ou micro-regiões afetadas
- Montar 5 parcelas demonstrativas com protocolo simples
- Capturar 3 depoimentos de produtores locais
- Treinar vendedores e revendas em 1 material de 1 página
- Publicar 2 peças digitais com CTA para visitas técnicas
Faça isso em 30 dias. Parece rápido? É. Mas o objetivo é ocupar o espaço da narrativa antes que o adversário o faça.
Pequena história pra ilustrar (não muito técnica, bem real)
Uma indústria de insumos recebeu uma afirmação pública de concorrente sobre liderança em produtividade. Venderam números. A resposta tradicional seria: relatório técnico, nota ao mercado, análise estatística. Eles escolheram outro caminho. Organizaram 10 dias de campo, em solos diferentes. Convidaram revendas, produtores e técnicos. Mediram rendimento, custos e tempo de aplicação. Registraram vídeos curtos. Transformaram resultados em linguagem simples. O resultado? Recuperaram participação em micro-regiões. E mais: fortaleceram laços com revendas. Não foi mágica. Foi execução rápida, sem enrolação.
Por que isso funciona no agro
O produtor compra confiança. Compra reputação local. Uma etiqueta de “ganhador de prêmios” tem peso, mas pesam mais depoimentos do vizinho. Em canais B2B do agro, a percepção molda a decisão de compra. Marketing técnico é necessário, claro. Mas quando a disputa é sobre quem é líder, a prova percebida vence.
Passos táticos que ninguém costuma dizer, mas funcionam
- Use visualizações simples. Gráficos de barras curtos. Uma barra para cada tecnologia. Não encha o slide de variáveis.
- Prefira depoimentos de produtores locais. O micro-influencer da sua região pesa mais que um especialista de fora.
- Evite guerra de números sem contexto. Um número sem protocolo gera mais dúvida que resposta.
- Treine o vendedor em uma frase que ele repete: curta, direta, verificável.
- Prepare o chão: instrumento de medição padrão, etiqueta clara nas parcelas, foto com GPS.
Como converter prova em venda no ponto de venda
A prova sozinha não vende. Ela cria confiança. É preciso um caminho curto até a compra. No balcão, o vendedor deve ter: folheto com o resultado mostrado em 3 frases, um vídeo de 60s no tablet, e uma oferta tática para visita técnica. A visita técnica reduz o risco percebido. O produtor vê, compara e decide. Essa sequência — prova, visita, oferta — encurta o funil.
Erros comuns ao reagir e como evitar
- Reagir só com dados: cria desconfiança.
- Demorar: a narrativa adversária se consolida.
- Ignorar revendas: elas amplificam qualquer relato.
Contra-ataque prático: transforme cada revenda em um microcentro de prova. Cada revenda deveria ter uma parcela perto de rota de visita. Simples. Visível. Com um dono orgulhoso pra mostrar o resultado.
Métricas que importam — e como medi-las rápido
- Número de visitas técnicas agendadas nas 4 semanas seguintes.
- Depoimentos gravados e validados (nome, fazenda, talhão).
- Vendas incrementais por micro-região.
- Engajamento das peças digitais (vídeos de 60s têm melhor taxa).
Dica bônus: scripts curtos para vendedores
Treine com frases que provoquem curiosidade. Exemplos:
- “Quer ver na sua terra?”
- “Temos cinco parcelas no seu município. Quer conferir?”
- “O vizinho testou e reduziu X. Vamos medir no seu talhão?”
Pequenas frases. Grande efeito.
Conteúdo digital que funciona após a prova local
- Vídeo de 60–90s: começo direto, resultado visível, depoimento curto.
- Carrossel com 3 imagens: problema, ação, resultado.
- Infográfico de 1 página: resumo do protocolo e resultado final.
Transforme o dia de campo em campanha. Grave depoimentos, faça cortes para redes, envie para revendas com roteiro de postagem e peça pra revenda marcar o produtor. A prova local vira prova social.
Um cuidado ético
Sempre documente o protocolo. Transparência gera confiança. Se você omitir variáveis, a narrativa adversária vai explorar isso. Não use linguagem confusa pra esconder premissas. Seja claro. Mesmo quando a mensagem é curta.
Ligação prática com estratégias digitais
Provas locais precisam ser traduzidas pra digital. Faça isso de forma enxuta. Se quiser um guia mais completo sobre como montar campanhas digitais específicas para o agro, veja as ideias em estratégias de marketing digital para o agronegócio. Lá há modelos de conteúdo que convertem prova em visita técnica.
Últimas observações — sem parecer conclusão
Reagir não é apagar a afirmação do concorrente. É criar outro roteiro. Um roteiro que o produtor vivencie. A ação precisa ser rápida. A mensagem, simples. A prova, percebida. Essas três condições reduzem ruído e transformam reputação em decisão de compra. Faça isso bem e verá resultados práticos no PDV e nas negociações com cooperativas. Faça isso mal, e a disputa vira guerra de planilhas. E ninguém quer isso.
Estratégias avançadas para consolidar marca e ganhar canais no agro
Seguindo a anatomia da resposta bem-sucedida, aqui viramos a página. Não mais apagar o incêndio. Agora construímos paredes corta-fogo. A história teve um ato rápido. Teve mensagem simples. Teve prova percebida. Isso foi o gatilho. Mas o que transforma uma boa reação em vantagem sustentável é a disciplina depois do pico.
Pense numa pequena fazenda na beira da estrada. Um vizinho traz notícia na feira. Aquele boato pode abalar tudo. Você age. E depois? Se só reagir uma vez, volta ao ponto inicial. Se montar um programa que repita evidência, ganha confiança. É simples. E não é fácil.
Comece pelo mapa: onde precisa de provas contínuas, onde há líderes locais e quem vende no ponto final. Depois, execute com ciclos curtos. Ciclos que geram dados, depoimentos e sinais claros para o campo. Abaixo, estratégias práticas. Não teoria vazia. Ferramentas que podem ser acionadas já.
Programa continuado de trials e benchmarking
- Estruture um calendário anual de parcelas técnicas por região. Faça uma agenda fixa, não um evento eventual. Produtor gosta de previsibilidade.
- Padronize protocolos para comparações justas. Controlar variáveis é chatice, eu sei. Mas sem isso ninguém confia nos números.
- Documente cada ciclo com fotos, notas de campo e uma ficha técnica curta. Uma página por parcela. Curta e direta.
- Transforme resultados em ativos: relatórios de 1 página, vídeos de 60s, tabelas simples. Use repetição. Prova repetida vira memória.
Rede de embaixadores locais
- Identifique produtores influentes e transforme-os em porta-vozes. Nem todo influenciador é digital. Muitos são vizinhos que falam no café.
- Ofereça treinamento técnico e contrato claro de divulgação. Transparência evita mal-entendidos. Ponto.
- Combine visitas técnicas com ganhos reais: amostras, análise de solo, check-list de práticas. Embaixador ativo gera efeito dominó.
- Pague com serviços, não só com dinheiro. Serviço técnico e acesso a dados pesa mais que brinde.
Capacitação de ponto de venda
- Materiais prontos. Flyers. Scripts simples para vendedores. Um material, uma mensagem.
- KPIs de venda definidos por campanha. O vendedor precisa saber a meta e a razão.
- Role-play em 30 minutos. Treino curto funciona. Treino longo raramente acontece.
- Incentivos de curto prazo alinhados com fidelidade de longo prazo. Cashback, selo de confiança, bônus por renovação.
Medição e inteligência
- Colete dados de desempenho e de percepção via NPS de revenda e produtor. Depois, integre isso ao CRM.
- Use essas métricas em campanhas segmentadas. Dados servem para afinar o discurso.
- Não confunda volume de posts com sinal de mercado. Métrica relevante é conversão em visita técnica e em venda.
- Relatórios quinzenais curtos. Tomada de decisão precisa de ritmo, não de relatório de 200 páginas.
Plano de execução em 90 dias. Simples. Efetivo.
- Semana 1-4: montar protocolo de provas e treinar equipe de campo. Documento de 1 página com método. Treine os 3 líderes regionais.
- Semana 5-8: executar parcelas em 3 regiões prioritárias. Registre tudo. Faça vídeo curto de cada parcela.
- Semana 9-12: coletar dados, gravar depoimentos, amplificar em digital e P&O. Traduza dados para linguagem do vendedor e linguagem do produtor.
Executar rápido. Mas com padrão. Um produtor pode ver uma parcela e desconfiar. Dois produtores veem a mesma coisa, começam a comentar. Cinco produtores discutem na cooperativa. É aí que vira movimento.
Mensagens estratégicas prontas. Curta, direta, sem jargão.
- Para cooperativas: foco em ROI por hectare. Explique o payback e mostre planilha enxuta. Rápido e direto.
- Para revendas: argumentos de margem e selo de confiança. Vendedor precisa saber como argumentar no balcão.
- Para produtores: benefícios práticos, economia e testemunho do vizinho. Nada vende mais que o vizinho que mostra a colheita.
Exemplos de como falar, sem floreio:
- “Resultado real: +X kg/ha em duas safras. Veja a ficha.” Curto. Mostre probabilidade.
- “Margem média da revenda aumentou Y% quando ofereceu pacote técnico.” Simples. Mostre o fluxo de caixa.
- “O Z do sítio X usou e reduziu custo com combustível e repetiu na safra seguinte.” Narrativa com nome local gera confiança.
Matriz de decisão rápida. Use quando o concorrente ataca.
- Se a reivindicação do concorrente atingir percepção de qualidade -> invista em dados de performance e protocolos.
- Se atingir percepção de preço -> trabalhe canais com ofertas dirigidas e programas de fidelidade.
- Se atingir confiança institucional -> responda com embaixadores e provas locais.
Casos concretos. Histórias curtas vendem mais que planilha.
Lembro de uma região onde uma afirmação sobre produtividade circulou. A defesa foi técnica, muito técnica. Resultado: ninguém leu. A mudança veio quando um técnico local mostrou a parcela, e o vizinho confirmou. Dois dias depois, a revenda já tinha nova proposta. Moral: quem vê, acredita. Quem lê, duvida.
Como transformar reação em programa contínuo:
- Faça um diagnóstico rápido. Onde a narrativa adversária pegou? Feira, rede social, cooperativa?
- Elabore uma contra-narrativa baseada em contra-valor. Não diga só “não é verdade”. Mostre como você resolve a dor do produtor.
- Ative campo. Parcela demonstrativa, dia de campo com métricas claras.
- Engaje distribuidores. Dê material pronto, roteiro, selo para o PDV.
- Amplifique. Vídeos curtos, depoimentos, infográficos fáceis.
Checklist para 30 dias (pronto para imprimir e riscar):
- Identificar 3 pontos de venda ou micro-regiões afetadas
- Montar 5 parcelas demonstrativas com protocolo simples
- Capturar 3 depoimentos de produtores locais
- Treinar vendedores e revendas em 1 material de 1 página
- Publicar 2 peças digitais com CTA para visitas técnicas
A parte digital deve ser prática. Conteúdo curto. Vídeo de 60-90s com depoimento. Um infográfico que mostre a diferença por hectare. Um CTA óbvio: “agende visita técnica”. Se quiser referência sobre táticas digitais no setor, confira estratégias de marketing digital para o agronegócio para complementar este esforço.
Dicas táticas, direto ao ponto:
- Use visualizações simples. Gráfico de barras curtos, nada de tabela enorme.
- Priorize credibilidade local. Testemunho de produtor da mesma cadeia vale ouro.
- Evite guerra de números sem contexto. O leitor precisa entender solo, manejo e clima.
- Documente tudo como prova. Fotos com data, ficha técnica, assinatura do técnico.
Onde a defesa vira vantagem? Quando você passa da prova única para o programa repetido. Prova isolada corrige percepção. Programa a longo prazo consolida marca e ganha canais. Isso muda a negociação no P&L da revenda. Muda a frequência de compra do produtor.
Algumas armadilhas para evitar:
- Não valide exageros dos concorrentes ao reproduzir o excesso. Reforce contexto.
- Não tolere materiais técnicos incompletos no ponto de venda. Eles minam autoridade.
- Não deixe o time de campo sem atualização. Eles são a última milha da sua narrativa.
O trabalho é de atenção contínua. Faça ciclos de 90 dias. Repita. Escale onde há tração. Pare onde não há resposta. Simples assim.
Transformar reação em vantagem de longo prazo exige processo. E disciplina. Se a reação é a emergência, o programa é a rotina. A rotina vence no campo. Sempre.
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Sobre
Mentoria de Ben Martin Balik: programa aprofundado para gestores e analistas de agromarketing com foco em estratégias de canal, planejamento de trials, geração de provas locais, playbooks de comunicação e acompanhamento de KPIs. Inclui sessões ao vivo, templates práticos, análises de casos reais e suporte para implementação em indústrias, revendas, lojas de maquinários, indústrias de insumos e agritechs.