Redes sociais no agro: 7 estratégias para deixar de tratá‑las como vitrine

Ilustração de gerente de marketing agro apontando para um quadro estratégico digital, com campos ao fundo.

Você já percebeu que perfis do agro muitas vezes viram apenas catálogos digitais? Tratar redes sociais como vitrine limita impacto comercial e empurra oportunidades para concorrentes mais estratégicos. Analistas e gestores de marketing em agroindústrias, revendas, lojas de maquinários, indústrias de insumos e agritechs precisam de abordagens que conectem conteúdo à jornada do cliente, gerem leads qualificados e comprovem ROI. Este texto entrega caminhos práticos para reposicionar social media como motor de resultados: métricas que importam, pilares de conteúdo alinhados ao funil, integração com vendas e exemplos aplicáveis ao campo. Ao final, você terá um plano acionável para rever processos, métricas e investimentos — sem jargão e com foco em execução. Leia com uma caneta à mão: a ideia é sair do post bonito e entrar na agenda das suas metas comerciais.

Por que redes sociais não podem ser só vitrine no Agro

Por que redes sociais não podem ser só vitrine no Agro

Há dias em que parece fácil. Posta foto da máquina. Um vídeo do campo. Um carretel com música. Curtidas. Comentários. Mas e daí? Muito do que vejo em empresas do agro se resume a isso: conteúdo bonito, pouca estratégia. Sublinhado: redes sociais viram catálogo digital. E catálogo vende pouco, entende? Vende menos do que podia.

Diagnóstico: as dores que ninguém gosta de admitir

  1. Baixa conversão. Muitas publicações geram alcance. Poucas geram lead. E leads qualificados então? Raros. O time comemora visualizações. O comercial reclama de contatos frios. Resultado: funil quebrado.
  2. Métricas de vaidade dominam. Curtidas, seguidores, views. Excel preparado com números bonitos. Mas quando pedem CPL, CAC, ou taxa de conversão, os valores desaparecem. Métricas que não impactam receita confundem decisão.
  3. Falta de integração com vendas. Leads chegam via DM, WhatsApp ou formulário. Mas não há tags, não há SLA, não há histórico. O time comercial recontacta tarde, pergunta as mesmas coisas de novo. O produtor perde paciência. Perde venda.
  4. Conteúdo desconectado do ciclo agrícola. Publicações são genéricas e desalinhadas a períodos críticos: plantio, defensivos, colheita, manutenção de máquinas. O timing é tudo. Sem ele, o post certo vira irrelevante.
  5. Percepção de marca estagnada. Quando a presença social é só vitrine, a marca parece distante. Parece sem profundidade técnica. Competidor que educa, conquista confiança. Simples assim.

Essas dores não são teóricas. Elas aparecem nas rotinas diárias.

Cenas reais, nada hollywood

  • Um analista de marketing de revenda manda três posts por semana. Ele sabe o público. Mas não tem CRM. O vendedor chega tarde ao lead. O produtor já comprou em outro lugar. O analista sente culpa. E o chefe pede mais alcance.
  • Numa agritech, o time publica cases técnicos. Grandes acessos. Mas não há formulário com perguntas-chave. Resultado: leads desalinhados. A engenharia perde tempo qualificando. Tempo é caro. Muito caro.
  • Loja de maquinário posta fotos de implementos. Uma cidade pequena escreve nos comentários pedindo preço. Ninguém responde em menos de 24 horas. O cliente vai atrás do concorrente que respondeu em 15 minutos. Perdeu-se um negócio de alto ticket. Era quase certo.

Histórias repetidas. Pequenas falhas, grandes custos. E o pior: ninguém somou tudo isso num balanço.

Por que isso ocorre?

  • Falta de estratégia integrada.
  • Recursos humanos escassos no marketing do agro.
  • Prioridade mal colocada: estética sobre resultado.
  • Ausência de processos operacionais claros.

Como disse Rafael Kiso, CMO, em recente comentário sobre presença digital no setor: “Tratar redes como vitrine é subutilizar um ativo que poderia gerar demanda consistente. É preciso pipeline, não catálogo”. A frase corta. E explica bem.

Impactos diretos nas vendas, relacionamento e percepção

  • Vendas: funil ineficiente, ciclo de vendas mais longos, maior CAC.
  • Relacionamento: produtores sentem-se pouco assistidos. Menos fidelidade. Menos recompra.
  • Percepção de marca: imagem bonita, pouca autoridade técnica. O cliente respeita quem resolve, não só quem encanta.

Tabela comparativa — vitrine vs estratégia

| Aspecto | Vitrine | Estratégia |
|—|—:|—|
| Objetivo principal | Exposição | Geração de leads e negócios |
| Métricas focais | Curtidas, seguidores | CPL, taxa de conversão, LTV |
| Conteúdo típico | Fotos, promoções pontuais | Conteúdo técnico alinhado ao funil |
| Integração com vendas | Fraca ou inexistente | Lead tagging, SLAs, nutrição |
| Impacto no curto prazo | Satisfação estética | Conversão direta, pipeline |
| Impacto no longo prazo | Estagnação de marca | Fidelização, redução de CAC |

O que a tabela deixa claro: a vitrine traz brilho imediato. Estratégia traz resultado mensurável.

Como isso aparece no dia a dia operacional

  • Planilha de posts sem conexão com calendário comercial.
  • Equipe de vendas recebendo leads por WhatsApp, sem contexto.
  • Campanhas pagas com objetivo errado: busca de seguidores, não de conversão.

Parece simples de arrumar. Mas não é. Muda comportamento, processo e responsabilidade.

Custo invisível: o tempo perdido

Cada lead mal qualificado custa horas. Horas do vendedor. Horas do gestor. Multiplica-se. No fim do mês vira margem perdida. O produtor compra menos. Compra de outro. E aí surge a frase amarga: “as redes não trazem negócio”.

Mas trazem. Só que do jeito certo.

Pequenos sinais que indicam problema — checklist rápido

  • Muitas curtidas, poucas mensagens qualificadas? Problema.
  • Elevação de seguidores, queda de CPL por produto? Reavalie.
  • Sem integração CRM — sinal amarelo.
  • Conteúdo técnico inexistente — sinal vermelho.

Se você marcou dois ou mais, eleve isso na próxima reunião.

Boas práticas que não são mágica, são disciplina

  • Mapear jornadas de compra e associar conteúdo.
  • Medir o que importa: CPL, conversion rate, CAC por produto.
  • Criar processos: quem responde, em quanto tempo, e como registra.
  • Testar formatos e canais conforme persona.

Pergunta direta: você trabalha assim hoje? Se não, por que não?

Dados do setor e contexto

Pesquisas do setor mostram que a adoção de canais digitais no agro cresceu nos últimos anos. Produtores buscam informação online; buscam reputação. Ainda assim, muitas empresas não convertiam esse tráfego em pipeline. Ouvi de um grupo de diretores: “a conta não fecha”. Pois é, não fecha porque falta modelo de mensuração e integração.

A realidade do campo exige credibilidade técnica. Não serve só um vídeo bonito. É preciso conteúdo que responda dúvidas práticas, que suporte decisão de compra de alto valor.

Conclusão do capítulo (sem ser conclusão)

Tratar redes sociais como vitrine é confortável. Dá retorno emocional. Mas dá pouco retorno para o negócio. Sublinhado: redes sociais são um canal de demanda. Podem nutrir, qualificar, acelerar vendas. Ou podem ser apenas um álbum bonito. A escolha é estratégica.

Próximo passo? No próximo capítulo vamos sair do diagnóstico. Vamos para a prática.

Você verá sete estratégias operacionais. Ferramentas, processos e táticas. Modelos de post. Um passo a passo para conectar redes ao CRM. Tudo com foco em gerar leads, reduzir CAC e melhorar a percepção técnica da sua marca.

Enquanto espera: se quiser entender melhor o papel das redes sociais no agro, dê uma olhada neste material introdutório sobre redes sociais no setor: https://chasocial.com.br/redes-sociais-agro/ — é uma boa base antes de aplicar as táticas que vêm a seguir.

Vamos pro próximo capítulo. Agora a parte útil vem aí. Prepare o time.

Como transformar redes sociais do agro em motor de resultados

Como transformar redes sociais do agro em motor de resultados

Você já viu uma página cheia de fotos bonitas e sem vendas? Eu também. Muitas equipes tratam social como folder digital. Dá resultado visual. Mas não converte. Aqui vem o pragmatismo. Vamos direto ao ponto. Tática prática. Testada no campo. Sem blá-blá.

Começo com as sete estratégias operacionais que mudam tudo. Aplique uma por vez. Depois combine.

1) Definição de pilares de conteúdo alinhados ao funil

  • Topo: conteúdo educativo e alto alcance. Vídeo curto sobre um problema comum. Ex.: sintomas de deficiência em milho.
  • Meio: conteúdo técnico que gera lead magnet — checklists, calculadoras de adubação, webinars.
  • Fundo: conteúdo de conversão: cases, comparativos de produto, oferta com cupom limitado.

Os pilares não são decoração. São mapa. Cada post deve apontar para uma etapa do funil.

2) Jornadas de conversão mapeadas por persona

  • Crie 3 jornadas básicas: Revenda, Produtor Familiar, Grandes Operadores.
  • Para cada jornada, desenhe 4 toques digitais antes do contato comercial.
  • Otimize cada toque com CTA claro. Lead pode entrar por DM, formulário, link no perfil ou WhatsApp.

3) Uso sistemático de provas sociais

  • Post com cliente real, dados e resultados. Nada vago. Números. Fotos de campo. Vídeos curtos com voz do produtor.
  • Publique comparativos antes/depois. Use selo: “teste em X hectares”.
  • Incentive UGC: peça que o produtor marque a página ao usar o produto.

4) Campanhas segmentadas por buyer persona agro

  • Segmente não só por região, mas por safra, tipo de cultura e porte da operação.
  • Use criativos com linguagem e dores da persona. Revenda quer margem. Produtor quer previsibilidade.
  • Teste 2 variantes por persona. A/B sempre.

5) Nutrição de leads via conteúdo técnico

  • Após captura, entregue um fluxo de 5 e-mails ou mensagens com conteúdo técnico.
  • Sequência: confirmação -> problema comum -> solução aplicada -> prova social -> oferta.
  • Integre materiais ricos (planilhas, vídeos técnicos) para qualificar leads.

6) Playbooks de lançamento de produto / saída de safra

  • Pré-lançamento: 3 semanas de teasers técnicos. 2 lives com convidados. Lista VIP.
  • Lançamento: 5 dias com anúncios segmentados + oferta limitada para primeiros compradores.
  • Pós-venda: campanha de acompanhamento técnico por 30 dias.

7) Medição orientada à receita

  • Cada campanha tem meta clara: CPL, taxa de conversão por etapa, CAC por produto.
  • Conecte esses números ao CRM. Não dá para adivinhar.

Modelos de posts e frameworks de conteúdo (aplicáveis a revendas, insumos e maquinários)

  • Framework AIDA adaptado ao agro: Atenção (foto do problema) -> Interesse (dados rápidos) -> Desejo (case) -> Ação (CTA: peça amostra).

Exemplos práticos:

  • Revendas: Post curto com oferta de crédito e simulação de margem. Imagem do cliente, tabela simplificada, CTA para formulário.
  • Insumos: Carrossel técnico com 5 slides: problema, causa, solução, aplicação, resultado. Link para calculadora.
  • Maquinários: Vídeo 30s mostrando máquina em operação. Texto com economia por hora e testemunho do operador.

Modelos de copy prontos (breves):

  • “Detectamos X em sua lavoura? Baixe o checklist gratuito e veja como agir em 3 passos.”
  • “Teste em 200 ha: rendimento +8%. Quer replicar? Fale com nosso técnico.”
  • “Mostre sua colheitadeira em ação e concorra a uma revisão grátis.”

Passo a passo para integrar redes sociais com CRM e equipe comercial

  1. Captura e rotulagem de lead
  • Tagueamento automático: marque leads por origem (Instagram, Facebook, WhatsApp), por campanha e por persona.
  • Tags mínimas: canal, campanha, persona, nível de interesse.
  1. Roteiro de qualificação automática
  • Mensagem inicial automática no WhatsApp/DM com pergunta de qualificação.
  • Se resposta indica alta intenção, encaminhar ao time comercial. Se média, enviar nutrição por 7 dias.
  1. SLA entre social e comercial
  • Leads qualificados devem receber resposta humana em até 4 horas em horário comercial.
  • Leads de alta prioridade (pedido de compra) = 30 minutos.
  • Documente SLAs em dashboard compartilhado.
  1. Templates de mensagem (rápidos e aprovados)
  • Mensagem inicial (WhatsApp): “Olá {nome}, obrigado pelo contato. Sou {nome} da {empresa}. Posso tirar 2 minutos para entender sua safra?”
  • Mensagem para agendar visita: “Temos disponibilidade terça ou quinta. Qual horário prefere?”
  • Mensagem pós-contato: “Obrigado, vou enviar o laudo e proposta até amanhã.”
  1. Feedback loop
  • Comercial marca o lead no CRM com status e motivo de perda/venda.
  • Social recebe relatório semanal com taxa de conversão e aprende o que funciona.

Todos os processos devem ser documentados. Treine a equipe. Refaça o fluxo quando mudar safra.

Tabela comparativa de canais x objetivos de negócio

| Canal | Geração de leads | Fidelização | Vendas diretas | Conteúdo técnico | Conversas (qualificação) |
|—|—:|—:|—:|—:|—:|
| Facebook | Bom (anúncios) | Médio | Médio | Médio | Baixo |
| Instagram | Bom (engajamento visual) | Bom | Baixo/Medium | Médio | Médio |
| LinkedIn | Médio | Bom (B2B) | Alto (maquinário/industriais) | Alto | Baixo |
| WhatsApp | Baixo (captação via link) | Excelente | Excelente | Baixo | Excelente |

Use a tabela para decidir orçamento e alocação de verba. Simples assim.

Mensuração: KPIs acionáveis e como reportar ao board

Métricas essenciais:

  • CPL (Custo por Lead): custo/volume de leads. Meta por persona.
  • Taxa de conversão por etapa: visitante -> lead -> MQL -> SQL -> venda.
  • CAC por produto agrícola: custo total de marketing e vendas / número de clientes fechados por produto.
  • LTV estimado: receita média por cliente x anos de relacionamento.
  • Tempo médio de fechamento: dias entre primeiro contato e venda.

Como montar relatório para o board:

  1. Comece com o que importa: receita atribuída às redes sociais no período.
  2. Mostre comparação mês a mês: CPL, taxa de conversão e CAC. Use 3 gráficos simples.
  3. Liste ações e aprendizados rápidos: campanha X funcionou; campanha Y precisa de ajuste.
  4. Proponha ação com custo e resultado esperado. Ex.: aumentar verba no LinkedIn para maquinário.

Formato sugerido no board:

  • Slide 1: resumo executivo (3 bullets).
  • Slide 2: principais KPIs (tabela com metas vs resultado).
  • Slide 3: pipeline qualificado e previsão de receita.
  • Slide 4: plano de 90 dias e investimento necessário.

Relatórios devem ser curtos. Diretos. O board quer impacto. Mostre números. Evite jargão.

Mini-exemplo de calendário de conteúdo para 4 semanas

Semana 1

  • Seg: Post educativo (topo) – vídeo 30s sobre sintoma comum.
  • Qua: Carrossel técnico (meio) – 5 slides com solução.
  • Sex: Testemunho (fundo) – cliente com dados de rendimento.
  • Dom: Story com pergunta (engajamento).

Semana 2

  • Seg: Anúncio segmentado por persona (lead magnet).
  • Ter: Live técnica com engenheiro (coletar perguntas).
  • Qui: Case escrito no LinkedIn (maquinário).
  • Sex: Envio de e-mail com conteúdo da live.

Semana 3

  • Seg: Reel com operação em campo (maquinário).
  • Qua: Post com resultado antes/depois (insumo).
  • Sex: Oferta limitada para lista VIP.
  • Sáb: WhatsApp broadcast para leads qualificados.

Semana 4

  • Ter: Pesquisa rápida nos stories (pesquisa NPS).
  • Qui: Vídeo curto com explicação do produto.
  • Sex: Publicação de landing page com formulário.
  • Dom: Relatório rápido interno de desempenho semanal.

Playbook de lançamento simplificado (resumo)

  1. Pré-lançamento (3 semanas): crie expectativa. Lista VIP. Conteúdo técnico para validar interesse.
  2. Lançamento (7 dias): anúncios segmentados, provas sociais e oferta com limite.
  3. Pós-lançamento (30 dias): nutrição técnica e acompanhamento comercial.

Pequeno exemplo de integração com link útil

  • Para montar fluxos de nutrição que convertem, veja um guia prático sobre nutrição de leads no agro Guia de nutrição.

Dicas finais práticas (rápidas)

  • Teste, meça, descarte rápido o que não funciona.
  • Uma peça boa com testes certos vale mais que 10 bonitas.
  • Documente tudo. Pequenos erros viram grande perda em safra.

Pontos de atenção que raramente aparecem nos planos

  • Compliance técnico: todo claim de produto deve ter fonte. Marque o responsável técnico.
  • Retenção de dados: atenção ao armazenamento de contatos. Segurança é requisito.
  • Treinamento comercial: nem todo vendedor entende o fluxo digital. Treine com scripts.

A transformação é prática. Não é mágica. Comece com um pilar, defina tags no CRM e alinhe SLA. Depois escale com testes e provas sociais. Pouco a pouco, posts deixam de ser vitrine. Viram canal de receita real. E sim, vai dar trabalho. Mas dá resultado. Rápido, quando bem feito.

Medição, equipe e processos para escalar o agromarketing nas redes

Medição, equipe e processos para escalar o agromarketing nas redes

Comecei a contar o tempo pela primeira campanha que deu certo. Era pequena, regional. Eles queriam vendas, não curtida. Aprendemos a medir. E a dividir responsabilidades. O resto veio depois.

A base para escalar social media no agro é simples. Mas exige disciplina. Medição clara. Funções bem definidas. Processos que não dependam de heróis. Vamos direto ao ponto.

1) Estrutura de equipe recomendada

Pense em quatro núcleos: Social, Conteúdo, Tráfego e Comercial. Cada um com SLA claro entre si.

  1. Social: monitoramento, community management, respostas rápidas, report diário de menções e crises. Responsável por triagem de leads orgânicos. SLA: responder mensagens em até 4 horas durante expediente. Escalar leads qualificados para Comercial em até 2 horas úteis.
  2. Conteúdo: roteiros técnicos, validação de claims, produção de formato (vídeo, carrossel, story). Responsável pelos briefings e calendário. SLA: entregar peça final com 72 horas até o go-live; revisar demandas urgentes em 24 horas quando for campanha.
  3. Tráfego: segmentação, testes A/B, alocação de orçamento, otimização de conversões. Responsável por integrações com landing pages e tags. SLA: rodar primeiros testes em 5 dias após o creative final; otimizar CPC/CPL semanalmente.
  4. Comercial (vendas / pré-vendas): nutrição pós-lead, agendamento de visitas, fechamento. Responsável por feedback de qualidade dos leads. SLA: primeira tentativa de contato em até 1 dia útil; atualizar CRM com status em 24 horas.

Entre esses núcleos, crie um acordo simples. Exemplo: Social envia lead com tag “mql_agro”; Tráfego confirma origem da campanha; Comercial tem 24 horas para contato. Nada de buracos.

Responsabilidades cruzadas e governança de aprovação

  • Conteúdo técnico criado por Conteúdo. Validação técnica por agrônomo interno ou parceiro.
  • Social promove o conteúdo e monitora performance.
  • Tráfego decide formatos patrocinados com base nos objetivos.
  • Comercial valida mensagem final de oferta antes da veiculação.

Curto. Direto. Sem drama.

2) Stack tecnológico essencial

Você não precisa do kit completo no primeiro dia. Mas precisa do essencial.

  • Ferramentas de criação: edição básica de vídeo, banco de ativos e templates. Roteiro para cada formato.
  • Automação: agendamento e fila de postagem, workflow de aprovação, alertas para crises.
  • CRM: captura de leads com tags, histórico de interações, integração com equipe comercial.
  • Analytics: painel unificado, tracking de canais, eventos de conversão, atribuição simples.
  • Governança de dados: política de retenção, papéis e permissões, logs de aprovação.

Conectores e integrações importam. Tenha captura direta do lead nas peças patrocinadas para o CRM. E certifique-se de que o time de Tráfego vê o histórico de interações. Sem isso, teste vira chute.

3) Modelos de dashboards e KPIs

Um dashboard prático não precisa ser bonito. Precisa responder: conseguimos leads qualificados? e, por fim, vendemos?

Sugestões de painéis por nível:

  • Topo de Funil (Brand Awareness): impressões, alcance, taxa de exibição de vídeo, CPM. Meta: reduzir CPM sem cair em audiência irrelevante.
  • Meio de Funil (Engajamento/Nurturing): CTR, taxa de engajamento, visualização média de vídeo. Meta: CTR acima de 1,5% para conteúdo técnico.
  • Fundo de Funil (Conversão): CPL, taxa de conversão landing page, conversão por canal, tempo médio para contato. Meta: CPL conforme produto; por ex, fertilizante: CPL alvo R$ 40-80, maquinário: CPL maior, R$ 200-500.

Exemplos de fórmulas úteis:

  • CTR = (Cliques / Impressões) * 100
  • CPL = Custo da Campanha / Leads Capturados
  • Taxa de Conversão de Lead para Venda = (Vendas / Leads) * 100
  • CAC simplificado por canal = (Gasto em Ads + custo operacional atribuído) / Vendas atribuídas
  • ROI de campanha = (Receita gerada — Custo total) / Custo total

KPIs por canal (exemplo):

| Canal | Objetivo principal | KPI primário | Meta inicial |
|—|—:|—:|—:|
| Facebook/Instagram | geração de demanda | CPL, CTR | CPL R$ 60; CTR 1,8% |
| LinkedIn | contas B2B, revendas | Leads qualificados, CPL | CPL R$ 180; taxa MQL 20% |
| WhatsApp | fechamento, nutrição | conversão lead>cliente | Taxa 15-25% |
| YouTube/Video | autoridade técnica | visualização média, completions | View rate > 40% |

Lembre: metas variam por região, safra, sazonalidade.

4) Governance e compliance no agro

O agro tem riscos. Claims técnicos podem virar problema. Imagem de produto em campo exige cuidado. E tretas públicas exigem regra.

Política para claims e aprovação de produto:

  • Todo claim técnico deve ter referência. Uso de rótulos, dados de teste, ou assinatura de agrônomo.
  • Conteúdo que menciona aplicação, dosagem, ou segurança passa por aprovação técnica antes de qualquer publicação.
  • Fluxo: briefing -> produção -> revisão técnica -> compliance -> publicação. Cada etapa tem um responsável e um prazo.

Política de gestão de crises e “tretas/PR”:

  1. Escala imediata: Social detecta e marca como incidente.
  2. Triaje em 30 minutos: classificar como reputacional, técnico ou comercial.
  3. Resposta padrão: scripts aprovados prontos para cada categoria.
  4. Quando for assunto técnico, não responder com achismos. Direcionar ao especialista.

Registre tudo. Logs salvam. E sim, às vezes o melhor é não responder. Outro dia o silêncio foi a melhor defesa.

5) Estudo de caso hipotético: campanha patrocinada para fertilizante

Contexto: revenda regional quer vender 500 sacas de fertilizante no pré-safra.

Premissas:

  • Preço por saca: R$ 120
  • Margem bruta por saca: R$ 24 (20%)
  • Custo médio de campanha planejado: R$ 15.000
  • CPL alvo: R$ 60
  • Taxa de conversão lead>venda: 8%

Cálculos:

  • Leads necessários para 500 vendas = 500 / 0.08 = 6.250 leads
  • Custo para gerar 6.250 leads = 6.250 * 60 = R$ 375.000

Percebe o gap? Nem sempre dá para pagar isso. Então ajustamos a meta.

Estratégia alternativa: combinar orgânico, nutrição e tráfego para reduzir CPL efetivo.

  • Campanha paga para 750 leads = 750 * 60 = R$ 45.000
  • Nutrição (sequência de conteúdo técnico) converte 8% -> Venda = 60 vendas
  • Upsell e vendas diretas via comercial com leads quentes gera 200 vendas adicionais em follow-up.

Receita (hipotética):

  • 260 vendas * R$ 120 = R$ 31.200
  • Custo campanha = R$ 45.000

ROI simplificado = (31.200 – 45.000) / 45.000 = -30.7%

Nem sempre as campanhas cortam tudo. Mas esses números mostram algo útil. Sem alinhar comercial e nutrição, a conta não fecha. E que número salva a operação? Aumentar a taxa de conversão lead>venda. Ou reduzir CPL. Ou aumentar ticket.

Pequenas mudanças alteram muito:

  • Se taxa lead>venda sobe para 20%, com os mesmos 750 leads, você tem 150 vendas -> receita 18.000 -> ROI negativo, mas menor perda.
  • Melhor caminho: combinação de perfil de público com conteúdo técnico para empurrar qualidade, não apenas volume.

Esse exercício deve virar rotina. Toda campanha com metas financeiras.

6) Checklist de implantação e plano de 90 dias

Checklist rápido:

  • Definir papéis e SLAs entre Social, Conteúdo, Tráfego e Comercial.
  • Selecionar stack tecnológico mínimo: criação, automação, CRM, analytics.
  • Criar fluxo de aprovação técnica para claims.
  • Montar dashboard com KPIs por canal.
  • Planejar primeira campanha com hipóteses e metas financeiras.
  • Treinar equipe comercial para resposta rápida e update no CRM.
  • Estabelecer playbooks de crise.

Plano de 90 dias (prático):

Dias 0–14

  1. Mapear time e aprovar SLAs.
  2. Instalar CRM e integrações básicas.
  3. Montar primeiro dashboard: impressões, CTR, CPL, leads.

Dias 15–45

  1. Rodar campanha teste (mesclar orgânico + paid).
  2. Implementar workflow de aprovação técnica.
  3. Treinar Comercial para SLAs de contato.
  4. Otimizar criativos com mini-testes A/B.

Dias 46–75

  1. Escalar canais que performaram melhor.
  2. Incluir automações de nutrição para leads.
  3. Detalhar relatório semanal para diretoria.

Dias 76–90

  1. Revisar KPIs financeiros: CAC, CPL, ROI.
  2. Ajustar orçamento por canal.
  3. Documentar playbook e aprender com erros.
  4. Planejar próximo trimestre com metas claras.

Pontos de atenção: revisão após a primeira safra. E flexibilidade. A safra muda tudo.

7) Modelos de relatório e exemplos de frases para board

  • “Leads qualificados (mês) = 420; CPL médio = R$ 68; taxa de conversão para vendas = 12%.” Curto, objetivo.
  • Use uma linha de tendência. Mostre custo por venda e margem por venda.
  • Sempre entregue número que importa: impacto na receita, não só alcance.

Tabela de exemplo para relatório mensal:

| Métrica | Valor atual | Meta | Observação |
|—|—:|—:|—|
| Impressões | 1.200.000 | 1.000.000 | expansão de público |
| Leads | 1.800 | 2.000 | ajustar criativos |
| CPL | R$ 72 | R$ 60 | testar novos públicos |
| Leads qualificados | 320 | 400 | melhorar triagem |
| Vendas atribuídas | 38 | 60 | precisa integração CRM |
| ROI campanha | -12% | 15% | reavaliar oferta |

Peça sempre o número que define sucesso. Sem isso, vira vitrine outra vez.

Um último ponto: linke esse processo com tráfego pago e aprendizado. Se precisar, revise nossos guias sobre estratégias de tráfego. Veja um conteúdo prático sobre estratégias de tráfego pago no agro: https://chasocial.com.br/trafego-pago-no-agro/ .

Você vai ler, montar o time, rodar, ajustar. E vai errar. Normal.

Mas quem paga a conta da área? Quem responde pelos resultados mensuráveis? É fácil apontar que “as redes não vendem sozinhas”. Mas quem garante que elas vão entregar números claros para o negócio?

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