7 Lições de Rafael Kiso para Marketing Digital Agro que Geram Leads

Ilustração de Rafael Kiso no palco falando sobre estratégias de marketing digital para o agronegócio.

Você já percebeu que o agronegócio exige estratégias digitais com precisão e contexto técnico? Rafael Kiso subiu ao palco do Marca Própria Day e revelou práticas que conectam propósito, audiência e performance — tudo adaptado à realidade de agroindústrias, revendas, lojas de maquinários, indústrias de insumos e agritechs. Se você é analista ou gestor de marketing do setor, este conteúdo traz lições acionáveis: desde modelagem de jornadas de compra do produtor até táticas de distribuição de conteúdo e mensuração de resultados. A leitura vai equipar sua equipe com métodos para gerar leads qualificados, reduzir CAC e fortalecer a presença da marca no campo. Continue para transformar apresentações em playbooks práticos para seu time.

Entendendo o obstáculo: audiência, canais e métricas no agro

Entendendo o obstáculo: audiência, canais e métricas no agro

Problema/Contexto

O agro não é um mercado homogêneo. Parece óbvio, mas a prática mostra muita confusão. De um lado, produtor familiar. Do outro, operação de grande escala. As necessidades são distintas. O comportamento digital também. Essa diversidade complica tudo: segmentação, mensagem, canal, até a métrica que importa.

Há sazonalidade forte. Calendário de plantio, colheita, aplicação, venda. A janela de decisão é curta. E varia por cultura, por região. Campanhas que funcionam em março, às vezes morrem em julho. Isso exige planejamento com precisão cirúrgica. E flexibilidade para mudar rápido.

Jornadas digitais padronizadas? Quase não existem. Muitos produtores ainda conversam pelo telefone. Outros usam redes sociais, grupos de WhatsApp ou visitam feiras. A jornada pode começar num vídeo técnico, seguir por uma conversa com um representante e terminar em uma visita técnica. Ou não começar em lugar nenhum. Essa ausência de padrão complica a automação e a mensuração.

Low digital trust é real. Produtor confia em quem conhece. Em marca? Em técnico? Em revenda? Em experimentos reais no campo. Conteúdo frio, sem prova, tende a falhar. Marketing só digital tem limitação. Precisa combinar com provas de campo e representantes.

Mensuração é outro quebra-cabeça. Há tribos comerciais: revendas, distribuidores, consultores, cooperativas. Muitas vendas acontecem fora do funil digital. Representantes fecham direto. Como contar? Como atribuir? Como medir o impacto de um artigo técnico ou de um e-mail na decisão final?

Exemplo real: uma campanha técnica gerou 1.200 downloads de um guia. Número bonito, mas apenas 18 conversaram com representantes. Desses, 5 viraram visita técnica. E 1 compra representativa. Os números saltam dúvidas: o que medir? Custo por download? Custo por visita técnica? LTV por segmento? Tudo faz sentido. Mas sem integração, vira ruído.

Solução detalhada

Para lidar com isso, proponho um framework em 5 passos. Prático. Testado por times que trabalham com revendas, indústrias de insumos e agritechs.

1) Mapear personas agronômicas

  • Liste perfis: produtor familiar, arrendatário, gestor de fazenda, revendedor, técnico consultor.
  • Para cada perfil, registre: tamanho da área, culturas, nível digital, decisão de compra (quem decide) e gatilhos sazonais.
  • Entregue um mapa com prioridade de ação para cada trimestre.

2) Definir canal primário por linha de produto

  • Produtos técnicos (insumos, biológicos): canal primário = artigos técnicos, webinars, visitas técnicas.
  • Produtos de maquinário: canal primário = vídeo de prova, demonstração em campo, revenda local.
  • Serviços (consultoria, dados): canal primário = trials, cases regionais, reuniões B2B.

3) Conteúdo: técnico vs comercial

  • Conteúdo técnico é prova. Dados, protocolos, resultados de campo. Serve para nutrir leads.
  • Conteúdo comercial vende a decisão: preço, condições, logística.
  • Separe a criação por times, mas alinhe pautas. Ambos precisam conversar.

4) Distribuição (onde e como)

  • Combine digital e offline: e-mail segmentado, anúncios segmentados, grupos de WhatsApp, visitas de representante, feiras regionais.
  • Use o canal primário definido no passo 2 como base.
  • Teste formatos em janelas sazonais curtas.

5) Automação e integração

  • Ligue eventos digitais a ações do time de vendas.
  • Configure gatilhos: download técnico -> alerta para representante regional.
  • Meça impacto em visitas técnicas, não só em cliques.

Lista numerada de ações básicas

  1. Identificar 5 personas prioritárias.
  2. Escolher canal primário por produto.
  3. Criar 3 pautas técnicas por persona.
  4. Configurar UTMs padrão.
  5. Mapear pontos de integração CRM <-> site.

Tabela comparativa simples

| Perfil do Produtor | Conteúdo Prioritário | Canal Eficaz | Métrica de Sucesso |
|—|—|—:|—|
| Produtor familiar | Guias passo a passo | WhatsApp / Facebook local | Agendamento de visita (% conversão) |
| Produtor escala | Artigos técnicos com dados | LinkedIn / E-mail | Leads qualificados / visitas técnicas |
| Revenda | Cases e materiais de PDV | Reuniões presenciais / Telegram | Pedido gerado via representante |
| Técnico consultor | Protocolos e webinars | Webinars / E-mail | Número de trials iniciados |

Notas sobre a tabela: não é estática. Atualize a cada safra. Sempre valide com representantes de campo.

Dicas avançadas

Mensuração: comece pelo óbvio. Eventos no site. UTM padrão. CRM integrado.

  • Eventos do site: registre downloads, visualizações de pages-chave, formulários preenchidos, cliques para contato e agendamentos de visita.
  • UTM padrão: crie um padrão obrigatório. Fonte, meio, campanha, conteúdo, termo. Sem padrão, a atribuição some.
  • LTV por segmento: não trate todos os leads igual. LTV do produtor de escala pode ser 5x maior que do familiar. Use isso para alocar orçamento.
  • Integrar CRM de vendas externas com dados digitais: peça ao time comercial que registre a origem do lead. Use um campo “touch digital inicial” no CRM. Todas as visitas técnicas que vierem após uma peça digital devem marcar esse campo.

Exemplo prático — chasocial e leadcultura

Imagine uma peça técnica: um artigo profundo sobre manejo integrado de pragas. Publicado no blog e promovido por e-mail. Chamamos a peça de “artigo técnico”.

Fluxo prático:

1) Artigo técnico publicado. Link no blog e tráfego orgânico via social. (veja um artigo sobre gerar vendas com conteúdo aqui: gerar vendas com conteúdo).
2) Baixar checklist (formulário) -> evento no site “download_checklist”.
3) Automação: lead recebe sequência de três e-mails técnicos (leadcultura). Conteúdo: 1) resumo de dados de campo; 2) protocolo de aplicação; 3) convite para prova/visita.
4) Quando o lead clica em “Agendar visita” no e-mail, um UTM registra e o CRM cria tarefa para representante local.
5) Representante recebe alerta e agenda visita técnica. Durante a visita, o representante aponta no CRM origem: “Artigo técnico – leadcultura”.
6) Resultado: o lead que era só leitura vira visita técnica e, eventualmente, compra.

Esse fluxo combina conteúdo técnico com gatilhos de vendas. Não é mágico. É processo. Funciona melhor quando os representantes confiam no material.

Mensuração avançada aplicada

  • Acompanhe eventos do site: downloads, tempo de leitura, cliques em “agendar”.
  • Atribua leads com UTMs padronizados.
  • Calcule LTV por segmento e compare CAC.
  • Relacione visitas técnicas geradas por leads digitais ao total de vendas por trimestre.

Integração técnica (pontual)

  • Configure webhooks do formulário para enviar lead ao CRM com campos UTM.
  • Crie rotina diária que atualiza o lead com notas de atividades do representante.
  • Gere relatório semanal: origem digital -> visitas técnicas -> propostas -> fechamento.

Exemplo numérico rápido:

  • 1.000 visitas no artigo técnico.
  • 150 downloads do checklist (15% conversion).
  • 40 leads qualificados (26% dos downloads).
  • 12 agendamentos de visita (30% dos leads qualificados).
  • 5 vendas após prova (42% das visitas).

Isso mostra a importância de medir além do clique.

Checklist prático: Auditoria rápida de audiência e canais (7 itens)

  1. Persona definida? — 5 perfis com dados demográficos e sazonais.
  2. Canal primário mapeado? — por linha de produto e por persona.
  3. UTM padronizadas em uso? — exemplos/testes criados.
  4. Eventos do site implementados? — downloads, forms, cliques agendar.
  5. Integração CRM básica? — webhooks ou API em funcionamento.
  6. Sequência de nutrição (leadcultura)? — 3 e-mails técnicos prontos.
  7. Métricas alinhadas por segmento? — CAC, CVR, LTV definidas.

Dicas finais rápidas (úteis)

  • Teste janelas sazonais curtas. Rápido feedback. Ajuste.
  • Dê ao representante materiais práticos. Folha de campo pequena, resumo técnico.
  • Meça visitas técnicas, não só cliques.
  • Use o LTV para priorizar investimento em conteúdo técnico.
  • Comunicar internamente: marketing deve compartilhar leads e hipóteses semanalmente.

Pequeno alerta: se o representante não usar o material, o processo quebra. Treine. Facilite. Simplifique o formulário. Poucos campos. Nada de burocracia.

A narrativa aqui é direta. Mapear audiência e canais não é só escolher Facebook ou LinkedIn. É entender quem decide, quando decide, e como provar que seu produto funciona. Depois, é ter disciplina para medir. E integrar. Sem isso, o investimento vira ruído.

Pronto. Agora revisa a lista de links e vá fundo. Trabalhe com times de campo. Ajuste trimestralmente. E lembre: uma boa peça técnica pode ser o primeiro passo para a visita que fecha o negócio.

Arquitetura de conteúdo para gerar leads qualificados no campo

Arquitetura de conteúdo para gerar leads qualificados no campo

Diagnóstico

Começa com uma história curta. Um analista abre o Google Analytics. Tem cliques, poucas conversões. Tem visitas de catálogo, mas leads frios. A revenda manda mensagem: “tem pedido?”

Você já viu isso. Conteúdo solto. Posts bonitos, sem jornada. Técnica aqui. Comercial ali. Sem conexão. Sobra ruído, falta intenção.

Como avaliar o conteúdo existente: um diagnóstico rápido.

  1. Mapear ativos. Liste: artigos, vídeos, webinars, checklists, cases, formulários.
  2. Verificar intenção. Cada peça responde a que pergunta do produtor? “Como aplicar”, “quanto custa”, “quem instala”?
  3. Medir sinais. Taxa de rejeição, tempo na página, cliques em CTA, formulários iniciados. Use UTMs padronizadas.
  4. Agrupar por funil. Topo: awareness técnico; meio: comparação técnica; fundo: demonstração, orçamento.
  5. Balancear por persona. Produtor familiar reage diferente de grandes integradores.
  6. Identificar gaps sazonais. Quando buscar lead? antes da plantio, colheita, testes de inverno.

Resultado do diagnóstico: um mapa simples com o que existe, o que converte, e o que falta.

Planejamento editorial

A arquitetura precisa ser prática. Funil claro. Canais claros. Conteúdos com propósito.

Divida temas em três pilares:

  • Técnicos — protocolos, doses, interpretações de dados, testes de campo.
  • Comerciais — comparativos, orçamentos, cases de ROI, disponibilidade de estoque.
  • Relacionamento — história da marca, acompanhamento pós-venda, depoimentos.

Regra: cada ativo técnico deve ter uma saída para contato. Download > formulário > rota para representante.

Editorial: planeje ciclos trimestrais por safra. Misture formatos. Uma peça técnica profunda gera leads mais qualificados. Uma peça comercial fecha mais rápido. Relacionamento mantém confiança digital.

Produção

Formato importa. Mas execução conta mais.

  • Vídeos técnicos: grave em campo. Curto, direto, mostrando medição real. Legendas. Destaque resultados numéricos.
  • Artigos com dados: traga tabelas simples, gráficos, referências de campo. Cite ensaios, datas, variáveis.
  • Checklists de campo: prontinhos para impressão. Entregáveis utilitários, fáceis de pedir em troca de email.
  • Webinars com especialistas: agenda, perguntas enviadas antes, demonstração ao vivo. Grave e transforme em série de conteúdos.
  • Cases em áudio ou vídeo: visite uma fazenda, mostre antes e depois. Humanize.
  • Infográficos e fichas técnicas: para revendas pendurarem na loja ou exportar para WhatsApp.

Produção operacional: roteiros curtos. Brief com objetivo de conversão. CTA claro. Versões para redes e landing pages.

Distribuição

Distribua como se estivesse plantando. Planeje cycles, repetição e testes.

Canais e táticas:

  • Parceiros: revendas, cooperativas, fabricantes de máquinas. Peças para envio em newsletter.
  • Redes sociais segmentadas: grupos de Facebook/WhatsApp, Instagram para técnica visual, LinkedIn para decisores.
  • Email: nutrição por segmento (técnico, comercial, pós-venda). Sequências com 3 a 6 passos.
  • Representantes: kits digitais para envio e gatilhos de visita.

Integração: cada distribuição deve deixar um rastro no CRM. UTM, formulário curto, campo “interesse” para roteamento.

6 tipos de conteúdo prioritários para o agro e onde cada um performa melhor

  1. Artigos técnicos profundos — performam melhor em SEO e email para leads técnicos.
  2. Vídeos de demonstração de campo — melhor em redes sociais e WhatsApp; alta retenção visual.
  3. Checklists e fichas para download — funcionam bem em landing pages e grupos de revendas.
  4. Webinars com especialistas — melhores para nutrição por email e para gerar leads qualificados.
  5. Cases de clientes (vídeo/áudio) — funcionam em redes e reuniões de representantes.
  6. Infográficos e fichas rápidas — ótimos em revendas, WhatsApp, Instagram.

Calendário editorial trimestral (modelo)

| Mês | Semana 1 | Semana 2 | Semana 3 | Semana 4 |
|—–|———|———-|———-|———-|
| Mês 1 | Artigo técnico: protocolo de aplicação (SEO) | Vídeo campo: demonstração de máquina (IG/WhatsApp) | Checklist: preparação do solo (landing + form) | Webinar: perguntas prévias + inscrição (email) |
| Mês 2 | Case: produtor X antes/depois (vídeo) | Artigo: análise de dados de ensaio (blog) | Infográfico: calendário de aplicação (revendas) | Lives com técnico local (Facebook) |
| Mês 3 | Whitepaper técnico (download) | Série curta de reels: dicas práticas | Email nurture: sequência para leads do webinar | Evento de prova de campo + convite reps |

(Repita o padrão, ajustando por safra e disponibilidade de especialistas.)

Exemplo prático de copy para anúncio direcionado a revendas que promove um webinar técnico

Título: “Webinar: Como reduzir custos e aumentar rendimento na próxima safra”

Descrição curta: “Técnicos mostram ensaio real, passos práticos e checklists. Vagas limitadas para revendas e representantes. Inscreva sua equipe.”

CTA: “Reserve vaga gratuita”

Use essa copy em campanhas segmentadas por cargo e região. Direcione para landing com campo “Unidade/Revenda”.

Inclua sempre um link de referência para material pré-webinar. Por exemplo, um artigo de apoio em Gerar vendas com conteúdo de valor no agro.

Lógica de leadcultura e integração com vendas externas

Leadcultura é simples. Cultive leads com conteúdo técnico. Comece com informação útil. Depois ofereça prova. Depois, convite para visita.

Fluxo exemplo:

  1. Captura: produtor baixa checklist de preparo de solo. Insere email e município.
  2. Nutrição técnica: 3 emails com artigos, vídeo de 5 minutos, convite para webinar.
  3. Segmentação por comportamento: se abre vídeo e clica em ‘‘demonstração’’, marca como “alto interesse técnico”.
  4. Roteamento: CRM dispara alerta ao responsável regional. Representante recebe notificação para agendar visita.
  5. Ação de campo: visita + proposta. Coleta-se resultado, que volta ao conteúdo como case.

Gatilhos para time externo:

  • Quando um lead assiste >50% do webinar, gerar tarefa automática no CRM para visita.
  • Quando solicita orçamento, enviar SLA com prazo de contato (ex.: 24h) e alerta via SMS para representante.
  • Quando confirma presença em prova de campo, gerar kit de materiais para representante levar.

Essa lógica permite que o conteúdo técnico faça o trabalho pesado. Vendas fecha com suporte do campo. E o ciclo vira reputação.

Métricas-chave por formato e metas realistas (empresas de porte médio no agro)

  • Artigos técnicos (SEO/email): CTR 3–6% em newsletters; taxa de conversão para lead 1–3%; CPL R$ 40–120.
  • Vídeos de demonstração (redes e WhatsApp): CTR em anúncios 1–3%; conversão para lead 0,8–2%; CPL R$ 60–200.
  • Checklists/fichas (landing): CTR anúncio 2–5%; conversão para lead 8–18%; CPL R$ 20–80.
  • Webinars: taxa de inscrição vs visita 35–55% (comparecer); conversão para lead qualificado 20–40%; CPL R$ 80–250; taxa de comparecimento 40% média.
  • Cases de clientes: CTR 1–3%; influência indireta em reuniões de vendas; conversão dependente do follow-up.
  • Infográficos: alto engajamento em WhatsApp; conversão direta baixa, mas útil para relacionamento.

Metas realistas trimestrais para uma média empresa agro:

  • Leads qualificados técnicos: 200–600/tri.
  • CPL médio: R$ 60–120.
  • Taxa de conversão de lead para visita técnica: 8–15%.
  • Taxa de fechamento pós-visita: 10–25% (varia por produto).

Tabela comparativa de formatos (pequena)

| Formato | Força | Fraca | Melhor uso |
|———|——-|——-|————|
| Artigo técnico | SEO, autoridade | demora a produzir | capturar intentos de busca |
| Vídeo de campo | engajamento alto | custo de produção | demonstração prática |
| Checklist | conversão direta | baixo valor longo prazo | captar leads rápidos |
| Webinar | qualificação profunda | logística | formar leads preparados |

Como envolver representantes com gatilhos práticos

  1. Crie uma rotina de alertas: SMS + tarefa no CRM para cada lead “alto interesse”.
  2. Material pronto: kit digital com vídeo curto, ficha do produtor, script de contato.
  3. SLA claro: 24–48h para primeiro contato.
  4. Incentivo simples: pontos por visita convertida em proposta com fit técnico.
  5. Feedback loop: representante reporta resultados, conteúdo é ajustado.

Pequenos ajustes movimentam muito. Uma mensagem no horário certo, faz diferença.

5 ações imediatas que um gestor pode implementar na próxima semana

  1. Mapear ativos existentes em uma planilha única. Priorize 10 peças para revamp.
  2. Criar uma landing page simples com checklist de campo. Ative anúncios segmentados para revendas.
  3. Configurar um webinar técnico em 3 semanas; convite para revendas e representantes.
  4. Implementar UTMs padrão e um evento no GA para “download checklist”.
  5. Configurar no CRM um gatilho para leads com comportamento “assistiu webinar >50%” gerar tarefa para representante.

Pequenas ações. Rápidas. Colhem impacto.

Use a arquitetura deste capítulo como planta. Plante bem. Regue com conteúdo técnico. Chame o representante para colher. E repita.

Performance e automação: mensurar, otimizar e escalar campanhas no agro

Performance e automação: mensurar, otimizar e escalar campanhas no agro

Havia um cliente que trazia centenas de leads por mês. Mas poucos viravam visita técnica. Frustrante. A sensação de gastar sem retorno é real. No agro isso dói mais. Porque cada visita técnica pode valer milhares. E porque zona de decisão está no campo, não na tela.

O problema de performance no agro tem cara própria. Leads surgem ligados a safra. A intenção é técnica ou comercial. Volume alto, qualidade variável. E equipes de campo com agenda cheia. Resultado: leads frios, perda de oportunidade e orçamento jogado fora. É preciso medir o que importa. E automatizar o que dá pra automatizar.

Comece pelo funil. Não adianta só contar formulários preenchidos. Estruture um funil medível com estágios claros: visita de qualificação, visita técnica agendada, proposta enviada, prova de campo e venda concluída. Cada estágio precisa de uma definição operacional. Quem marca a visita? Qual o SLA? Quais evidências registram o avanço? Sem isso, métricas são fumaça.

Playbook técnico — passos práticos

1) Definir KPIs essenciais. Faça curto e objetivo. Recomendo:

  • CAC (Custo de Aquisição de Cliente): custo total de marketing e vendas dividido por clientes gerados num período.
  • CPL (Custo por Lead): valor gasto por lead capturado.
  • LTV (Lifetime Value): média de receita esperada por cliente.
  • Taxa de visita técnica: % de leads que viram visita técnica agendada e realizada.
  • Taxa de conversão por estágio: para cada nó do funil.
  • Tempo médio até primeira visita: dias entre lead e visita técnica.

2) Configuração de eventos e metas em analytics (GA4). Faça simples. Use eventos para cada interação que importa:

  • evento: form_submit
  • parâmetros: formid, formtype, productinterest, campaignsource
  • evento: whitepaper_download
  • parâmetros: docid, topic, leadid
  • evento: schedulevisitrequest
  • parâmetros: preferreddate, region, urgencyscore
  • evento: visit_completed
  • parâmetros: technicianid, outcome, revenuepotential
  • evento: quote_request
  • parâmetros: productsku, estimatedarea, crop_stage

Crie conversões no GA4 para formsubmit, schedulevisitrequest, visitcompleted e quote_request. Atribua janelas de conversão coerentes com o ciclo agrícola.

3) Padronização de UTMs. Simples, mas vital. Use um dicionário de valores e aplique sempre:

  • utm_source = canal (ex: email, social, partner)
  • utm_medium = tipo (ex: cpc, organic, referral)
  • utmcampaign = campanhanome (padronizado)
  • utm_term = segmento (ex: soja, milho)
  • utm_content = variação (ex: v1, v2)

Documente o padrão numa planilha compartilhada. Treine quem cria links. Erro comum: UTM solta, sem padrão. Aí perde-se origem real do lead.

4) Integração landing pages → CRM. Tudo que entra na landing deve criar um lead no CRM. Campos mínimos: nome, telefone, fazenda, cultura, área, urgência, origem (UTM). Se possível já atribua um score inicial. Evite conversões manuais. Integração por API ou webhooks. E confirme que o CRM retorna o status para a landing. Sem isso, duplicidade e confusão.

5) Uso de tags para segmentar leads por intenção e urgência. Crie tags simples e acionáveis:

  • tag: intencao_tecnica
  • tag: intencao_comercial
  • tag: urgencia_alta
  • tag: safra_2025
  • tag: regiao_sul

Tags acionam automações. Fácil: se download de whitepaper técnico então tag intencaotecnica. Se solicita orçamento, então tag intencaocomercial e urgencia_alta.

Tabela comparativa de ferramentas (recomendações para pequenas e médias estruturas)

| Categoria | Recomendado para pequenas | Prós | Contras | Recomendado para médias | Prós | Contras |
|—|—:|—|—|—:|—|—|
| CRM | CRM leve | Fácil adoção; custo baixo; integra com forms | Menos automações avançadas | CRM escalável | Mais automações; gestão de territórios | Custo e curva de aprendizado |
| Automação de Marketing | Ferramenta simples de automação | Templates prontos; barato | Menos personalização | Plataforma robusta | Segmentação avançada; journeys | Precisa de time para gerenciar |
| Analytics | Analytics padrão configurável | Métricas essenciais; barato | Setup manual de eventos | Analytics empresarial | Modelagem e integrações | Mais complexo de manter |

Obs: escolha com base em time disponível. Pequenas preferem velocidade. Médias precisam escala.

Exemplos de automações — dois fluxos práticos

Fluxo 1 — Lead técnico que baixa um whitepaper

Trigger: evento whitepaper_download
Condições: cultura = soja ou milho; região definida
Ações:

  • marcar tag: intencao_tecnica
  • enviar email 1 (7 min): agradecimento e link de recurso complementar
  • aguardar 48 horas
  • se lead abrir email 1 e clicar em link técnico então:
  • incrementar score técnico +20
  • enviar notificação ao nutricionista local via chat/CRM
  • criar tarefa: entrar em contato para agendar visita técnica
  • se score técnico >= 30 então:
  • atribuir lead ao técnico responsável na região
  • enviar SMS com CTA para agendar visita
  • se nenhuma interação após 7 dias então:
  • mover para fluxo de nutrição longa com conteúdo de prova de campo

Detalhe tático: notifique o nutricionista com dados essenciais: mapa da fazenda, cultura, urgência. Não mande só um email genérico. Faça curto. E inclua link rápido para agendar.

Fluxo 2 — Lead comercial que solicita orçamento (SLA + alertas)

Trigger: evento quote_request
Condições: qualquer
Ações imediatas:

  • tag: intencao_comercial
  • criar ticket no CRM com prioridade alta
  • enviar confirmações automáticas por email e SMS para o lead: “Recebemos seu pedido. Em breve um representante entrará em contato.”
  • enviar alerta ao representante local (push + email) com prazo SLA: 2 horas

Escalonamento:

  • se não houver ação em 2 horas: enviar alerta ao gestor regional
  • se não houver ação em 6 horas: enviar alerta ao gerente comercial
  • após 24 horas sem contato: automatizar reengajamento por email com oferta de call

Ao fechamento da visita técnica ou proposta, atualize o ticket. Automatize o cálculo de tempo de resposta e taxa de SLA atendida. Isso vira KPI operacional.

Dicas de otimização de campanha

  • Testes A/B constantes. Teste uma variável por vez. Headline, criativo, formulário. Resultados rápidos. Ineficiente testar tudo junto.
  • Segmentação por safra/região. Campanhas sazonais funcionam melhor quando alinhadas ao calendário de plantio. Não jogue verba igual em todas as regiões.
  • Ajuste de orçamento sazonal. Corte investimentos em canais que performam mal fora da janela de definição. Realocar verba para campanhas de suporte técnico em pré-safra.
  • Criativos com prova social local. Fotos de campo, testemunho de revenda, resultados de ensaio. Curto e direto.
  • Landing pages adaptadas por região. Texto, oferta e técnico local. Conversão sobe.

Métricas de controle — semanais e mensais

Revisão semanal (o que acompanhar toda semana):

  • Número de leads capturados por canal
  • CPL por campanha
  • Número de visitas técnicas agendadas
  • SLA de resposta a pedidos comerciais (percentual atendido em <2h)
  • Taxa de abertura/CTR dos emails de nutrição

Revisão mensal (visão tática e estratégica):

  • CAC por produto/segmento
  • Taxa de conversão por estágio do funil
  • LTV médio por segmento
  • Taxa de visita técnica concluída vs agendada
  • CPL médio e tendência por canal
  • ROI por campanha (receita estimada vs gasto)

História curta pra ilustrar: um time médio reduziu CPL em 40% ao padronizar UTMs e atribuir corretamente origem. Pequeno ajuste, grande impacto. Parece óbvio, mas nem todo mundo faz. Eu vi isso. De perto.

Detalhes técnicos que salvam tempo

  • Nomeie eventos em analytics com padrão claro, tipo snake_case. Facilita relatórios.
  • Envie lead_id do CRM para o analytics como parâmetro. Assim fecha-se a jornada online → offline.
  • Use webhooks para criar lead no CRM em tempo real. Evite planilhas manuais.
  • Centralize dicionário de UTMs em um repositório. Controle versão.
  • Crie modelos de email para cada situação, com variáveis dinâmicas. Personalização simples aumenta resposta.

Pequenos erros comuns

  • Não atribuir região ao lead: técnico não sabe onde ir.
  • Não padronizar nomes de campanha: atribuição equivocada.
  • Esperar que representantes atualizem tudo manualmente. Não vão. Automatize checagens.

Link útil para reforçar estratégia: para conceitos básicos sobre marketing no agro e como desenhar estratégias que convertem, veja este texto sobre marketing no agronegócio.

Acompanhe a eficiência com estes controles operacionais:

  • Painel semanal: leads por origem, CPL, visitas agendadas, SLA de contato em tempo real.
  • Relatório mensal: funil completo, CAC, LTV, taxa de conversão por região.

Pequeno roteiro de implementação em 6 passos (ordem sugerida)

  1. Defina funil e KPIs. Escreva as regras por estágio.
  2. Padronize UTMs e crie dicionário.
  3. Configure eventos/ conversões no analytics.
  4. Integre landing pages ao CRM por API.
  5. Monte automações básicas (nutrição e SLA).
  6. Acompanhe semanalmente e ajuste testes A/B.

Peças finais de orientação

Seja pragmático. Automação não é mágica. É disciplina. Metricas claras salvam tempo. Treine o time. Pequenas empresas ganham com velocidade. Médias ganham com processos bem desenhados.

Revise isso tudo com o pessoal de campo. Mostre números. Combine regras simples. E repito: mensurar e automatizar juntos é o caminho. Nem sempre bonito, às vezes confuso. Mas funciona. Faça hoje. Não espere a safra acabar.

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Sobre

Oferta: Mentor Ben Martin Balik oferece mentoria personalizada para profissionais de agromarketing, com foco em estratégias de geração de leads, arquitetura de conteúdo, automação e integração comercial. Programas incluem diagnóstico inicial, plano trimestral com KPIs, treinamentos para times de conteúdo e vendas, templates operacionais (UTMs, jornadas, roteiros de visita) e suporte semanal para execução prática.