Dois dias intensos no Plat 10+ que redefiniram estratégias de agromarketing

Ilustração de profissionais de agromarketing reunidos, discutindo estratégias com paisagem rural ao fundo.

Você já saiu de um encontro com mais perguntas estratégicas do que respostas prontas? E toda vez que eu participo de um encontro como esse, eu saio com um roteiro claro de prioridades e ações imediatas. Dois dias intensos no Plat 10+, mastermind do @rochaerico, não são sessões inspiracionais vazias: são laboratórios de execução onde analistas e gestores de marketing do agro discutem problemas reais, testam hipóteses e saem com tarefas mensuráveis. Neste conteúdo você encontrará um diagnóstico das principais dores do setor, as estratégias digitais debatidas no encontro e um roteiro prático de implementação voltado para resultados em curto prazo. Se você trabalha em Agro Indústrias, Revendas Agrícolas, Lojas de Maquinários, Indústrias de Insumos ou Agritechs, este material entrega táticas aplicáveis para geração de leads, nutrição de clientes e mensuração de ROI — com exemplos reais e métricas que importam no campo. Prepare-se para transformar insights do mastermind em planos que funcionam nas operações e vendas do agro.

Diagnóstico focado: principais dores do agromarketing discutidas no Plat 10+

Diagnóstico focado: principais dores do agromarketing discutidas no Plat 10+

No primeiro dia do Plat 10+ a sala estava meio quente. Café acabando. Muita mão no mouse. Pessoas vindas de revendas, indústrias de insumos, lojas de maquinário, agritechs. Todos com a mesma queixa: tráfego existe, resultado não. Foi direto. Sem rodeios. Cada um trouxe um problema vivo. E a conversa virou mapa.

Antes de mergulhar em táticas, paramos para ouvir. Esse foi o tom. Empatia genuína. “Nós não temos 10 pessoas na equipe de marketing”. “O time comercial é pequeno e viaja muito”. “O CRM tá lá, mas vazio”. Reconhecer limitações é o primeiro diagnóstico. Não adianta propor automações complexas quando o time nem tem tempo para preencher um formulário. Não é desculpa. É realidade. E precisa ser encarada.

Quatro dores dominam a mesa. Elas aparecem em diferentes formatos, mas repetem padrões. Vou descrever cada uma. Digo também as métricas que importam. E dou exemplos práticos que saíram do próprio encontro.

1) Escassez de leads qualificados apesar de tráfego regional

O problema: visita em feiras, gente no site, muitas visualizações de máquinas, centenas de acessos em dias de plantio — e pouquíssimos contatos com fit agronômico. Ou seja: tráfego, sim. Leads com potencial? Não.

Métricas para vigiar: taxa de qualificação (SQL/Leads). Não olhe só o volume. Olhe percentual que vira SQL. Se você tem 1.000 leads e 30 viram SQL, sua taxa é 3%. Para um negócio B2B agro, 3% pode ser baixo dependendo do segmento. Mas não existe número mágico universal. O importante: acompanhar a tendência e comparar por origem — feira x busca x anúncio.

Exemplo prático: Revenda agrícola. No mapa do funil apareceu um dado claro. 40% dos visitantes do site entravam por busca de peças de maquinário. Só 6% dessas visitas viravam orçamento. O gap tava ali: intenção alta, formulário ruim. Solução simples identificada no Plat 10+: criar landing pages segmentadas por equipamento com formulários que fazem pré-qualificação. Formulários curtos com três perguntas-chave: cultura, etapa da safra, interesse (peça/serviço). Perguntas que se conseguem em 20 segundos. Isso separa curiosos de compradores.

2) Mensuração fracionada entre times comerciais e marketing

O problema: marketing diz que gera leads. Vendas diz que não recebe leads prontos. Cada time mede com métricas diferentes. Pipelines sem SLA. Resultado: responsabilidade diluída. Leads ficam no limbo.

Métrica-chave: tempo médio de conversão por segmento. Quanto tempo leva desde o primeiro contato até a proposta? Quanto leva até o fechamento? Meça por cultura, por porte de produtor, por produto. Quando dividimos por segmento, a média esconde diferenças importantes. Uma proposta para cliente de grande porte pode demorar 30 dias. Para pequeno produtor, 7 dias. Se o marketing espera 30 dias para qualificar um lead, vai perder oportunidades de produtores menores.

No Plat 10+ definimos um passo prático: registro de SLA entre marketing e vendas. SLA simples. Ex.: marketing gera lead com campo agronômico mínimo. Vendas confirma contato em 48 horas úteis. Se não confirmar, o lead volta para nurtura com automação. Curto, objetivo. Isso reduz atrito e dá responsabilidade clara.

3) Conteúdo técnico desconectado da jornada de compra

O problema: materiais muito técnicos no topo do funil. Pouca nutrição para decisão. Muitos e-books que só engenheiro entende. Enquanto isso, o produtor ou comprador do maquinário quer saber se tem peça disponível ou prazo de financiamento.

Métrica-chave: taxa de conversão por peça de conteúdo. Identifique quais materiais geram avanço no funil. E não confunda impressões com eficácia. Um e-book técnico pode ter 3.000 downloads, mas 0,5% de avanço para SQL. Um checklist prático pode ter 300 downloads e 12% de avanço. Qual você prioriza?

Exemplo prático: Indústria de insumos. Volume alto de cadastros em feiras. Mas cadastros incompletos. No Plat 10+ testamos uma técnica: inserir QR codes nas amostras com acesso a formulário curto e incentivo técnico — entrega de ficha técnica detalhada e um mini-cálculo de dosagem. Resultado: mais dados preenchidos e taxa de conversão maior para SQL. Simples. Efetivo.

4) Dependência excessiva de canais offline

O problema: visitas a campo e eventos geram contatos, mas não viram ativos digitais. A maior parte do valor fica no caderno do vendedor. Quando o vendedor muda, o relacionamento some.

Métrica-chave: % de leads digitais originados a partir de ações offline. Se sua feira traz 500 contatos, quantos entram no CRM com dados completos e são nutridos por automação? Se a resposta for menos de 50%, você tem perda grave de escala.

No Plat 10+ levantamos práticas imediatas para reduzir essa perda. QR codes, formulários curtos, integração ao CRM, automações simples que iniciam uma sequência de nutrição logo após o evento. O objetivo é transformar cada offline em ativo digital.

Mapeando prioridades: impacto x esforço

Quando tudo parece urgente, escolhemos critérios simples. No encontro usamos uma matriz básica: impacto no resultado × esforço de implementação. Foi direto: coisas de alto impacto e baixo esforço primeiro. Exemplo: mudar o formulário do site e criar landing pages por equipamento. Impacto alto. Esforço baixo. Prioridade top.

Critérios práticos que usamos no Plat 10+ para priorizar:

  • Impacto esperado: quanto mais rápido vai influenciar SQL/Fechamento? (alto/medio/baixo)
  • Esforço: horas de trabalho do time atual, necessidade de terceiros, custo (baixo/medio/alto)
  • Risco operacional: chance de atrito com cliente ou time (baixo/medio/alto)
  • Medição possível: dá para medir em 7-14 dias? (sim/não)

Com esses critérios, algumas iniciativas caem na frente: formulários pré-qualificadores, SLA marketing-vendas, QR codes em eventos, páginas segmentadas. Tudo isso pode ser testado em menos de um mês.

Checklist de diagnóstico que você pode aplicar hoje

Faça isso agora. Rápido. Sem desculpas.

  • Indicadores básicos: visitas, leads, MQL, SQL, taxa de conversão por etapa. Separe por origem: orgânico, pago, feira, referral.
  • Ferramentas mínimas: um CRM com campos agronômicos, automação de email, pixel de conversão e um dashboard simples. Não precisa do luxo. Precisa do básico bem configurado.
  • Responsabilidades: alinhe um SLA entre marketing e vendas com metas semanais. Quem faz o primeiro contato? Quem qualifica? Em quanto tempo?
  • Verifique formulários: quantas perguntas? Há campos obrigatórios agronômicos? Teste o formulário em 20 segundos.
  • Rastreie offline→digital: quantos leads de evento entraram no CRM nas últimas 30 dias? Percentual de preenchimento de dados.
  • Conteúdo: associe cada peça a uma métrica. Quantos leads avançaram após consumir X? Liste 5 peças de conteúdo e metrify.

Métricas que você deve acompanhar hoje

  • Taxa de qualificação: SQL / Leads. Meta inicial: +50% de melhoria em 30 dias após ajustes simples.
  • Tempo médio de conversão por segmento. Meta: reduzir X dias para produtores menores.
  • Taxa de conversão por peça de conteúdo. Identifique top 3 conteúdos que geram avanço.
  • % de leads digitais originados de ações offline. Meta: >50% em 60 dias.

Três ações diagnósticas para executar em 7 dias

  1. Mapeie 7 dias do funil: pegar a última semana e listar origem, etapa atual, qualificação e tempo. Faça uma planilha simples. Se não tiver tempo, peça ao comercial o relatório dos últimos 7 dias. Reveja 30 registros. Identifique 3 pontos de fuga. Priorize.
  2. Atualize (ou crie) um formulário de captura para uma oferta de alto tráfego. Ex.: página de peças ou ficha técnica. Limite a 3 perguntas-chave agronômicas. Integre ao CRM via importação manual se preciso. Meça taxa de conversão antes/depois.
  3. Defina um SLA simples entre marketing e vendas. Escreva em 5 linhas. Exemplos: marketing envia lead com campo X preenchido; vendas confirma contato em 48 horas; se não houver contato, lead retorna para fluxo de nutrição. Coloque uma métrica de acompanhamento semanal.

Histórias curtinhas que mostram o ponto

  • Uma revenda do interior mudou o formulário e criou landing por equipamento. Resultado em 30 dias: o número de orçamentos subiu 3x. Não foi mágica. Foi eliminar perguntas desnecessárias e colocar opção “precisa peça hoje?” no formulário.
  • Uma indústria de insumos começou a usar QR com ficha técnica em suas amostras. O CRM passou a ter dados de cultivo e uso. Isso alterou a conversa comercial. Antes o vendedor perguntava o básico. Agora ele chega com informação prévia. Fechamentos mais rápidos.

Observações finais (não uma conclusão formal, apenas nota prática)

Se você sair desse capítulo com apenas uma ideia: pare de acreditar em volume sem qualidade. Volume é ótimo. Mas sem qualificação, é ruído. Comece pequeno. Mude uma página. Ajuste um formulário. Estabeleça SLA. Meça. Reúna o time em 7 dias para revisar os números.

Se quiser se aprofundar em ferramentas e práticas digitais, tem um guia prático no blog que muitos participantes já consultaram: ferramentas digitais essenciais para marketing agro. Lá tem checklists que ajudam a montar a base técnica mínima.

A execução é simples, porém exige disciplina. Um passo de cada vez. Priorize impacto baixo esforço. E sempre volte aos números. Eles não mentem. Se algo não funciona, corrija. Se funcionar, escale. Não complique. Nem sempre a solução mais complexa é a melhor. Às vezes, um formulário novo resolve 40% do problema.

No próximo bloco do encontro fomos para a prática: táticas digitais para gerar leads e nutrir clientes. Mas antes de sair para a implementação, garanta que você já sabe onde estão as maiores perdas no seu funil. Com as ações diagnósticas aqui, em 7 dias você terá clareza. E isso, no agro, já é vantagem competitiva.

Estratégias digitais práticas debatidas no Plat 10+ para gerar leads e nutrir clientes

Estratégias digitais práticas debatidas no Plat 10+ para gerar leads e nutrir clientes

O segundo bloco do Plat 10+ foi operacional. Não teve conversa teórica só. Teve mãos na massa, planilha aberta e celular com sinal ruim no meio do mato. Saímos com táticas que dão pra copiar e colar no CRM da revenda, na planilha da indústria, no grupo do vendedor. Algumas são simples. Outras exigem disciplina. Todas têm passos claros. Vou contar como aplicar cada uma, com exemplos e com as pegadinhas que o grupo já viu na prática.

Começamos pela segmentação hiperlocal. Parece bobo. Mas é onde a maior parte dos leads se perde. A regra foi óbvia: quanto mais específico, melhor. Mapear micro-regiões produtivas. Município, arranjo produtivo, estradas de escoamento, cooperativas locais. Cruzar isso com culturas e histórico de vendas. O melhor mapa não é só geográfico. É de comportamento. Quem compra inseticida caro, quem troca de pulverizador a cada três anos, quem financia máquina com prazo longo.

Passo a passo para aplicar agora:

  • Reuna dados: vendas por município e por cultura no último ano.
  • Marque os polos produtivos e os pequenos clusters de propriedades.
  • Crie listas no gerenciador de anúncios e no WhatsApp por micro-região.
  • Ajuste criativos: fotos de equipamentos na estrada local, linguagem com unidade de medida da região.

Exemplo prático: pulverizadores em duas cidades. Na cidade A, a dor é manutenção. Plantações próximas, troca de peças frequente. Mensagem: “Peças disponíveis hoje. Visita técnica em 24h.” Na cidade B, capital financeira da região, o foco foi financiamento. Mensagem: “Financiamento em até X safras.” Dois anúncios. Dois caminhos de conversão. Resultado real: aumento imediato na taxa de qualificação.

É aí que entra a Leadcultura. No Plat 10+ nomeamos essa prática assim: transformar conteúdo técnico em gatilhos de decisão. Não é mais produzir ficha técnica e largar no topo do funil. É desenhar jornadas.

Componentes de uma jornada Leadcultura:

  • Conteúdo técnico adaptado ao estágio do lead.
  • Materiais que resolvem dúvidas locais: e-books com casos da região.
  • Ferramentas práticas: calculadoras de dose por hectare, planilhas de custo por safra.
  • Roteiros de visita técnica, com checklist que o vendedor usa no campo.

Como montar um e-book que funciona:

  1. Escolha um problema local. Ex: calibragem de pulverizador para soja no cerrado.
  2. Inclua um caso local. Nome do produtor, dados de produtividade antes/depois.
  3. Adicione uma calculadora simples (planilha linkada ou campo em landing page).
  4. Termine com CTA prático: agende visita técnica.

O Plat 10+ também testou o conceito “chasocial”. Chasocial é uma comunidade fechada em WhatsApp ou Telegram. Não é canal de oferta irrestrita. É espaço de confiança. Moderador: um agrônomo-responsável. Atividade: sessões quinzenais de Q&A.

Estrutura do chasocial:

  • Entrada via convite em landing page após conversão.
  • Regras claras: perguntas técnicas, fotos de campo, sem SPAM comercial.
  • Sessões quinzenais com agrônomo; gravações disponibilizadas.
  • Ofertas exclusivas, testes em campo, pré-lançamentos.

Métrica que falou alto no grupo: aumento de 25-40% na taxa de respostas qualificadas. Por quê? Parceiros locais veem a comunidade como consultoria. Confiam.

Da comunidade para a automação: nutrição por automação com score agronômico. Aqui o passo é técnico, mas direto. Não basta enviar e-mail. É preciso pontuar o lead com dados relevantes para o agro.

Elementos do score agronômico:

  • Dados demográficos básicos: município, tamanho da área, tipo de cultura.
  • Histórico de interação: downloads, abertura de e-mail, participação no chasocial.
  • Comportamento recente: visitas à página de peças, uso da calculadora, solicitação de orçamento.

Como montar o score:

  1. Defina pontos por atributo. Ex: área > 500 ha = +20; participou de webinar = +15.
  2. Crie thresholds: Lead (0-40), MQL (41-70), SQL (71+).
  3. Conecte ações a workflows: agendamento de visita, envio de proposta, convite para teste em campo.

Workflows recomendados:

  • Se SQL e área > 200 ha: aciona visita do field em 72h.
  • Se MQL com interesse em peças: envia oferta técnica e QR para agendamento de manutenção.
  • Se Lead com baixa interação: fluxo educacional de 3 emails com conteúdo local.

As automações reduzem atrito. O vendedor chega informado. Menos tempo perdido. Mais taxa de avanço.

Paid media com objetivo de pipeline foi tratado como reestruturação mental. Campanhas não para ganhar likes, e sim para empurrar o lead pelo funil.

Modelagem prática de paid media:

  • Topo: reconhecimento. Conteúdo técnico em formato curto. Objetivo: tráfego qualificado.
  • Meio: consideração. Webinars locais, e-books com casos e calculadoras.
  • Fundo: conversão. Formulário de orçamento simples e CTA direto.

Regras para criativos que convertem:

  • Use fotos reais: equipamento em operação, trilha de roça, equipe local.
  • Linguagem do campo. Frases curtas, medidas locais, safra no texto.
  • CTA claros: “Agende visita”, “Calcule sua dose”, “Peça orçamento rápido”.

Landing pages curtas. Sim. Muita gente complica. Uma boa landing tem:

  • Título objetivo.
  • Um benefício claro na primeira dobra.
  • Formulário curto com campos agronômicos essenciais.
  • Prova social local (case, logo de cooperativa, foto do técnico).

Teste A/B sugerido no Plat 10+: landing por cultura vs landing por incentivo. Ex: página para pulverizador X contra página que oferece 10% na primeira manutenção. Compare CPL e taxa de avanço para SQL.

Integração offline-digital foi ponto crítico. Evento e campo ainda são o ativo mais valioso. O erro é deixar esses contatos na planilha do vendedor, sem alimentar o digital.

Protocolos para feiras e demos:

  • QR codes em estande que levam a landing curta.
  • Formulário pede dados básicos + campo agronômico.
  • Integração imediata com CRM. Tag: evento-feira-YYYYMM.
  • Agendamento automático do vendedor no calendário.
  • Follow-up via WhatsApp com template personalizado.

Regra prática: cada lead offline tem que virar ativo digital em 24 horas. Se não virar, o lead esfria e a chance cai.

Métricas e testes recomendados. Nada de palpites. Medir sempre.

Prioridades de teste:

  • A/B de landing pages por cultura e por incentivo.
  • Variação de criativo por micro-região.
  • Tempo de follow-up pós-evento: 24h vs 72h.

KPIs principais:

  • Custo por lead qualificado (CPL qualificado).
  • Taxa de avanço para SQL.
  • Tempo médio de conversão por segmento.

Use o checklist do diagnóstico do bloco anterior. Olhe para onde as maiores perdas acontecem: topo que vira lead sem fit. Equipe que não mensura. Conteúdo técnico no lugar errado. Dependência offline.

Dica prática: combine módulos. Por exemplo: chasocial + automação + paid media para campanha sazonal. Faça isso por 30 dias e compare. Resultados rápidos surgem quando você isola variáveis.

No Plat 10+ vimos um caso concreto. Uma revenda lançou campanha sazonal para tratores. Montaram segmento hiperlocal, criaram um chasocial para produtores da região e rodaram dois criativos diferentes. Em 30 dias, CPL caiu 28% e taxa de avanço para SQL aumentou 12 pontos. A diferença foi que o vendedor já tinha o histórico no CRM antes da visita.

Ferramentas e recursos mínimos que o grupo validou:

  • CRM com campos agronômicos.
  • Automação de e-mail e workflows.
  • Pixel de conversão e dashboards simples.
    Se está montando estrutura, comece por aí. Se precisa de inspiração sobre ferramentas, veja este guia sobre ferramentas digitais essenciais para marketing agro.

Três ações diagnósticas para executar em 7 dias. Faça. Não procrastine.
1) Mapeie 3 micro-regiões onde você tem tráfego, mas baixa qualificação. Gere uma lista por região e cultura. Meta: 3 listas prontas em 48 horas.
2) Crie uma landing curta para uma oferta técnica local. Formulário com 5 campos agronômicos. Rode um teste A/B (e-book vs desconto). Meta: 1 variação ativa em 72 horas.
3) Lance um chasocial piloto com um agrônomo e uma sessão ao vivo em 10 dias. Convide leads mais quentes e colete feedback.

Métrica de avaliação dos 7 dias:

  • CPL inicial por lista.
  • Taxa de conversão da landing.
  • Participação e NPS rápido do chasocial.

Pequena nota sobre mensuração entre times: alinhe SLA simples. Quem responde quando um SQL surge? 24h. Quem faz o feedback sobre qualidade? Vendedor em 3 dias. Documente isso. Sem SLA, pipeline vira só planilha bonita.

Uma observação final sobre linguagem e teste: use sempre linguagem do campo. Casos locais, datas de safra, unidades de medida regionais. O produtor nota quando você fala a mesma língua. E não tente agradar todo mundo. Priorize um canal que você controla. Teste. Documente hipóteses. É tedioso, eu sei. Mas é o que fez a diferença no Plat 10+.

Este capítulo entrega o manual operacional. Não substitui o roteiro de 90 dias que vem a seguir, mas prepara o terreno. O próximo passo é transformar essas táticas em sprints semanais com metas claras. Aí, sim, você escala com responsabilidade. Vamos ao próximo bloco? Não pule passos. Comece pequeno. Escale certo.

Roteiro de 90 dias para implementação: do piloto ao resultado mensurável

Roteiro de 90 dias para implementação: do piloto ao resultado mensurável

Entrei na sala com um quadro branco, caneta colorida e uma promessa simples: transformar ideias em execução. O grupo ouviu. Alguns céticos. Outros com planilhas abertas. Eu disse: vamos fazer em 90 dias. Curto. Intenso. Mensurável. E ninguém sairia sem um pipeline real. Foi direto ao ponto. Sem enrolação.

A proposta que trouxe foi prática. Um roteiro dividido em sprints semanais. Metas claras. KPIs que não deixam dúvidas. Tudo pensado para analistas e gestores. Para quem opera campanhas e também para quem precisa fechar negócios no campo.

Semana 0 foi preparação. Essencial, chata, decisiva.

  • Reunir a equipe chave. Marketing, comercial, TI, e um representante técnico do produto. Rápido alinhamento: objetivos e limites. Nada vago. Meta principal definida.
  • Definir KPIs iniciais. CPL, taxa de abertura, SQLs, CAC por SQL, taxa de conversão em landing. Anotar valores alvo por segmento.
  • Configurar CRM. Tags agronômicas ativas. Campos para cultura, tamanho de propriedade e histórico de compra.
  • Integrar pixel e automação. Testes de envio e captura. Verificar eventos: visita à landing, clique em CTA, envio de formulário.

Entregável: dashboard inicial. Não bonito. Útil. Mostra base, metas e gaps. Todo mundo viu números. A cara de preocupação apareceu. Bom sinal.

Dias 1–30: o piloto. O momento de gerar evidências.

O objetivo desse mês é validar hipóteses com um investimento controlado. Um experimento bem desenhado gera aprendizado. E gera leads.

Primeiro dia: escolha de um produto/serviço foco. Preferível algo com demanda imediata. Algo que se vende em 30 dias.

Lance uma campanha segmentada. Público definido por micro-região e cultura. Criativos com linguagem do campo. Fotos reais. CTAs curtos. Direcionar para uma landing page exclusiva por produto.

Landing page: curta, direta, com prova local. Formulário enxuto. Um campo técnico para pontuação agronômica. Uma promessa tangível. Exemplo: agendamento de visita técnica gratuita.

Nutrição inicial: fluxo com três emails. Sequência pensada para mover o lead do desconhecimento para o interesse.

  • Email 1: confirmação + material técnico simples. Curto. Link para um caso local.
  • Email 2: diferença técnica do produto. Testemunho de produtor local.
  • Email 3: convite para sessão ao vivo no chasocial. Pregue urgência sutil.

Chasocial: inicie com uma sessão ao vivo. Tema técnico relevante. Agrônomo-responsável à frente. Faça perguntas e colete feedback. Não venda demais. Construa confiança.

KPIs do piloto: CPL, taxa de abertura, SQLs gerados. Não confunda volume com qualidade. Um lead barato que não vira SQL é perda de tempo.

Dica prática: priorize um canal que você controla antes de escalar. Um canal bem ajustado dá dados confiáveis.

Dias 31–60: otimização. Onde o piloto vira aprendizado e ajustes.

Com dados do primeiro mês, vamos ampliar. Aqui testamos e validamos o que funciona.

  • Expandir público que converteu. Use lookalikes locais ou listas de municípios semelhantes.
  • Testar duas variações de landing page. Elementos para trocar: título, prova social, incentivo. A/B controlado.
  • Ativar retargeting para visitantes que não converteram. Criar mensagens específicas para quem leu o conteúdo técnico.
  • Rodar um webinar técnico por cultura. Profundidade. Demonstração prática. Sessão de perguntas e respostas.

Métricas foco: taxa de conversão da landing e CAC por SQL. Aqui decisões são financeiras. Se o CAC por SQL for alto, ajuste oferta ou público.

Exemplo prático: um piloto para revendas. CPL dentro do alvo de R$40. Taxa de avanço para SQL em 10%. Ao otimizar a landing, conseguimos reduzir o CAC por SQL em 18%.

Não improvise. Documente hipóteses. Registre resultados. Todo teste precisa ter um objetivo e uma métrica.

Dias 61–90: escala e integração comercial.

Se os números estiverem alinhados, é hora de escalar com controle. Não aumente orçamento sem revisar processos comerciais.

  • Escalar campanhas com orçamento otimizado. Priorizando públicos que comprovadamente convertem.
  • Revisar SLA com vendas. Tempo de resposta, qualificação e roteiro de contato. Sem SLA definido, leads esfriam.
  • Implementar roteiro de visitas técnicas para top SQLs. Visitas com checklist e objetivo claro: fechar contrato piloto.
  • Fechar contratos piloto. Metas por vendedor. Comissões e regras claras.

KPIs: percentual de avanço no funil e LTV estimado. Aqui medimos impacto comercial.

Um ponto crítico: o alinhamento entre marketing e field. O vendedor precisa entender a origem do lead. Precisa contar o que o lead baixou. Precisa usar a linguagem do campo.

Papéis bem distribuídos evitam fricção.

  • Analista de Marketing: cria campanhas, landing pages e relatórios semanais. Testa variações e documenta resultados.
  • Coordenador/Gestor: valida orçamento, toma decisões estratégicas, alinha com comercial.
  • Vendas/Field: entra em contato com SQLs, dá feedback sobre qualidade, fecha e relata objeções.

Se algo não funcionar, raramente é culpa do canal. Falta processo, falta disciplina, falta follow-up.

Detalhes operacionais que fazem diferença

  • Tags agronômicas no CRM salvam tempo. Quando o vendedor abre um lead, ele já sabe cultura, tamanho e urgência.
  • Scoring agronômico é essencial. Combine dados demográficos e interações com conteúdo para priorizar visitas.
  • Integre automação e WhatsApp. O agendamento automático aumenta taxa de comparecimento.

Erros comuns e como evitá-los

  1. Priorizar tráfego antes de ajustar a landing. Resultado: muito clique, pouca conversão. Ajuste a landing primeiro.
  2. Não documentar hipóteses. Resultado: repete-se erro. Tenha um repositório compartilhado com resultados.
  3. Linguagem técnica vs. linguagem do campo. Se a mensagem não conversa com o produtor, não converte. Use casos locais, medidas regionais e safra no copy.

Um conselho do mastermind: comece pequeno. Teste. Cresça. Vai dar trabalho, e vai dar resultado.

Construindo relatórios que importam

Relatório semanal deve ser objetivo. Use três blocos:

  • O quê: ações realizadas e testes ativos.
  • Resultado: métricas imediatas e variação semanal.
  • Próximos passos: hipóteses e responsáveis.

No quarto relatório, tenha um resumo mensal. Exponha CAC por SQL, CPL e taxa de avanço no funil. Compare com metas por segmento.

A tabela de metas por segmento que discutimos no Plat 10+ é um farol. Use-a para calibrar expectativas.

  • Revenda: CPL alvo entre R$40 e R$120. % SQL / Lead esperada: 8% a 15%.
  • Indústria de Insumos: CPL de R$60 a R$180. % SQL: 4% a 10%.
  • Loja de Maquinário: CPL entre R$150 e R$500. % SQL: 3% a 8%.

Esses números não são regra fixa. São pontos de referência. Ajuste conforme seu produto e ciclo de venda.

Comunicação: mensagens que funcionam no campo

Use termos que o produtor conhece. Safra, semeadura, aplicação, produtividade por hectare. Pequenos detalhes dão credibilidade.

Exemplos de copy curto que usei no piloto:

  • “Peça em estoque. Agende visita técnica.” (bom para disponibilidade de peças)
  • “Financiamento com prazo estendido. Veja condições.” (bom onde crédito importa)
  • “Demonstração em campo na sua cidade. Vagas limitadas.” (cria urgência local)

Integração offline-digital

Feira, demonstração, visita técnica: esses momentos geram leads quente.

  • Use QR codes para direcionar ao formulário curto.
  • Capture dados que preenchem o CRM automaticamente.
  • Agende follow-up imediato via WhatsApp com template.

Isso reduz o tempo entre a conversa no campo e o contato do vendedor. Tempo é conversão.

Como medir sucesso ao final dos 90 dias

Você não precisa de certezas. Precisa de evidências. Ao fim do ciclo, avalie:

  • Pipeline real criado. Quantidade de leads, SQLs e propostas enviadas.
  • Variação do CPL e CAC por SQL em relação à meta.
  • Taxa de avanço no funil em comparação ao baseline.
  • Feedback de vendas sobre qualidade dos leads.

Se reduziram o custo por lead qualificado em 20% a 35% no primeiro trimestre, comemore. Mas valide sustentabilidade.

Casos que vi no Plat 10+

Tivemos uma revenda que aplicou o roteiro e baixou o CPL em 35% no primeiro trimestre. Como? Foco em uma única campanha, ajuste da landing e roteiro de visita técnica.

Outra indústria de insumos testou score agronômico e passou a priorizar visitas. CAC por SQL caiu, e o ciclo de venda encurtou.

Essas vitórias não vieram do acaso. Vieram de disciplina, registros e parceria entre marketing e field.

Recursos e leitura complementar

Se quer entender melhor como formatar fotos para redes do agro, ou ver exemplos de campanhas, consulte o material com estratégias práticas. Um ponto de partida é o artigo sobre marketing para empresas do agro, que reúne conceitos e ferramentas úteis.

Observação final dentro do fluxo: este roteiro é modular. Combine chasocial, automação e paid media para safras específicas. Compare resultados em 30 dias. Sempre mantenha hipóteses documentadas. E lembre-se: dados geram confiança. Confiança gera visitas. Visitas geram contratos.

No fim das contas, a mudança não aconteceu por mágica. Aconteceu porque alguém anotou uma hipótese. Depois testou. Depois ajustou. Depois escalou. É simples. Nem sempre fácil. Mas funciona.

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Mude de vida agora https://agromkt.com.br

Sobre

Mentoria com Ben Martin Balik: programa prático para Analistas e Gestores de Marketing do Agro, com roteiros de 90 dias, templates de automação, modelagem de scoring agronômico e suporte na integração comercial. Inclui acesso a materiais exclusivos, sessões mensais de revisão de resultados e comunidade fechada para troca de cases.