Você já se perguntou por que algumas empresas do agro ganham espaço consistente no mercado enquanto outras permanecem estagnadas? Planejar com foco estratégico não é um luxo — é a principal alavanca para captar clientes, reduzir riscos e escalar investimentos em marketing. Este conteúdo apresenta abordagens aplicáveis para analistas e gestores que atuam em agroindústrias, revendas, lojas de maquinários, indústrias de insumos e agritechs. Ao final, você terá passos claros para montar um planejamento orientado por dados, integrar chasocial e leadcultura às rotinas e priorizar ações que geram ROI real. Prometo ferramentas e exemplos práticos que podem ser implementados ainda nesta safra para otimizar campanhas, nutrir leads e melhorar a previsibilidade comercial.
Por que Planejar É a Base da Performance no Agromarketing

Era uma safra que prometia.
O time de marketing preparou um anúncio rápido. Um vídeo curto. Um impulsionamento por 5 dias. Resultado: cliques, poucos contatos qualificados, vendedor frustrado. O cliente? Nem voltou. Gastou-se verba. Tempo perdido. Não era falta de talento. Era falta de planejamento.
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Contexto e problema: dores reais do agro
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Sazonalidade intensa. Em muitas regiões a demanda varia entre 40% e 70% ao longo do ano. Plantio, colheita e janelas técnicas definem quando o produtor compra. Campanha no momento errado? Dinheiro jogado fora.
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Ciclo de vendas longo. Vendas B2B agro costumam pedir prova técnica, visitas e certificação do produto. Um produtor decide depois de semanas, às vezes meses. O ciclo é lento. Campanha curta, espera longa — e sem nutrição, perde-se o lead.
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Dispersão geográfica. Produtores espalhados. A mesma mensagem não funciona igual no RS e no MA. Segmentação pobre vira ruído.
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Resistência a compras digitais. Muitos agricultores preferem relacionamento, demonstrações presenciais e recomendação da revenda. O digital precisa ganhar confiança antes de converter.
Essas dores são sentidas por analistas e gestores todo dia. Dói. E quando não tem planejamento? O resultado é previsível: investimentos em anúncios viram ruído. Ações táticas se repetem sem aprendizado. E o pior: a empresa confunde gasto com investimento.
- Por que a falta de planejamento vira desperdício
- Campanhas sem calendário queimam verba em épocas de baixa.
- Mensagens genéricas não conversam com a necessidade do produtor.
- Testes mal controlados impedem aprender o que funciona.
- Métricas soltas não conectam com o objetivo comercial.
Sem plano, cada anúncio parece um tiro no escuro. Às vezes acerta. Na maioria das vezes, não. E repetir é a armadilha.
- Impacto sobre analistas e gestores
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Analistas:
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Relatórios inconsistentes. Um mês mede cliques, outro apenas vendas. Resultado: sem base, sem sentido.
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Falta de testes controlados. A/B mal desenhados, público mudando no meio do teste. Não se sabe o que gerou resultado.
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Dificuldade em provar ROI. Sem metas definidas, o número vira palpite.
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Gestores:
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Decisões reativas. Reunem-se depois do problema, cortam orçamento ou jogam mais verba sem critério.
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Orçamento mal alocado. Recursos vão para o canal do momento, não para o que gera valor.
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Relacionamento comercial frágil. Time comercial perde confiança no marketing.
Empatia aqui é necessária. Gestores operam sob pressão. Analistas têm limitações de dados. Mas negligenciar planejamento custa mais caro.
- Evidências e números (cenários hipotéticos)
Imagine dois cenários para a mesma campanha de um insumo técnico:
- Cenário A: campanha planejada, segmentação por região, testes A/B, calendário alinhado ao comercial.
- Cenário B: campanha improvisada, público amplo, orçamento gasto rapidamente em impulsionamentos.
Resultados hipotéticos médios:
| KPI | Planejamento | Improvisação |
|—|—:|—:|
| CPL (Custo por Lead) | R$ 150 | R$ 450 |
| CAC (Custo de Aquisição) | R$ 1.200 | R$ 3.000 |
| Taxa de conversão lead→cliente | 4,0% | 1,2% |
| Tempo médio do ciclo (dias) | 45 | 90 |
Esses números são cenários plausíveis. Note como planejamento reduz CPL e CAC. E como acelera o ciclo. Menos custo. Mais previsibilidade.
Um estudo interno de um time comercial fictício mostrou que, com planejamento trimestral e cadência de nutrição, a taxa de conversão dobrou em seis meses. Verdade? Depende. Mas consistente com vários relatos do setor.
- Planejamento é processo, não ritual
Planejar não é só preencher um calendário. É alinhar:
- objetivos de marketing com metas comerciais;
- segmentação por perfil de produtor;
- conteúdo técnico que gere confiança;
- testes com hipóteses claras;
- cadência de nutrição que respeite o ciclo de compra.
Sem essa ligação, plano vira checklist vazio.
- O que significa medir bem no agro
- Métrica ligada ao negócio. Não só impressões. Medir CPL, taxa de conversão por etapa, tempo de ciclo.
- Testes que isolam variáveis. Mude uma coisa por vez: criativo, público, oferta.
- Feedback do comercial. Leads sem retorno não valem nada.
Quando analistas constroem esses relatórios, gestores têm clareza. Decidem com segurança.
- Chasocial e leadcultura: conceitos práticos
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Chasocial: conteúdo técnico e comunitário que cria engajamento. Imagine um grupo de produtores trocando dados de safra. Um vídeo técnico com teste de campo. Uma live com demonstrador de revenda. Não é só conteúdo educativo. É conteúdo que constrói credibilidade. Exemplo prático: série de posts com comparativo técnico de variedades, seguidos de Q&A local.
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Leadcultura: o processo cultural de nutrir leads agrícolas. Não é só enviar emails. É criar um caminho de confiança. Exemplos:
-Nutrição por WhatsApp com conteúdos curtos do agrônomo regional.
-Convite para dia de campo, depois envio de resumo técnico para quem participou.
-Sequência de e-mails que educa sobre janela de aplicação, segurança e ROI.
Chasocial gera atenção. Leadcultura converte atenção em relação e depois em venda.
- Aplicações práticas e micro-histórias
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Um analista criou um fluxo de nutrição para produtores de milho. Seguiu etapa técnica: introdução → resultado de teste → depoimento do vizinho. Taxa de resposta aumentou. O gestor pôde prever pipeline.
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Outra equipe fez ad-hoc: impulsionou um testemunho sem segmentar. Resultado: seguidores, mas poucos reais contatos. Aprenderam que histórico e contexto importam.
Pequenos erros. Grande consequência.
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Checklist mental para analistas e gestores (rápido)
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Tenho objetivos claros e alinhados ao comercial?
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Defini público por perfil e região?
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Testes A/B planejados com hipóteses?
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Calendário ligado à sazonalidade?
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Conteúdo técnico pronto para cada etapa da jornada?
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Métricas conectadas ao resultado comercial?
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Integração com CRM e feedback do vendedor?
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Plano de cadência (leadcultura) para nutrição?
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Estratégia chasocial definida para engajamento técnico?
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Revisão periódica com lições aprendidas?
Se respondeu “não” a quatro ou mais, existe risco grande de desperdício.
- Onde começar, já
- Priorize alinhamento com comercial. Sem isso, números não importam.
- Crie um ciclo de testes mensal. Pequeno, replicável.
- Documente hipóteses e resultados. Aprenda.
- Construa chasocial e leadcultura antes de empurrar anúncio.
Uma dica prática: veja um guia sobre planejamento de redes sociais adaptado ao agro para começar com estrutura. Consulte este guia de planejamento para redes sociais no agro e adapte ao seu calendário.
- Últimas notas — mistura de prática e cuidado
Planejamento não tira liberdade criativa. Ele a amplifica. Dá contexto. Permite repetir o que funciona e descartar o que não funciona. Sem ele, as campanhas viram tiros isolados. E o campo exige consistência.
O problema principal não é falta de esforço. É falta de método.
Perguntas que provocam ação
- Se eu somar todos os impulsionamentos do último ano, quanto gastaria se tivesse um CPL 2x menor?
- Onde na jornada de compra nossos leads somem — e por que ninguém documentou isso?
- Que teste simples eu posso rodar na próxima janela de safra para reduzir meu CAC em 20%?
Estratégias Práticas de Planejamento para Gerar Leads e Valor

Um gerente de marketing observou a planilha de leads. Estava vazia. Sentiu a pressão do comercial. E decidiu agir. Este capítulo entrega passos práticos. Sem teoria vazia. Só ação.
- Definir objetivos alinhados ao comercial
- Primeiro, sente com vendas e combine metas claras. Use números. Quantos leads qualificados por mês? Qual taxa de conversão esperada? Esse alinhamento evita disputa por orçamento. Sem isso, campanhas viram ruído e promessas quebradas.
- Segmentar por perfil de produtor
- Separe por porte, cultura, estágio do ciclo e região. Não trate todos os produtores igual. Crie perfis com atributos acionáveis: necessidades, canais preferidos, sazonalidade. Segmentação melhora a relevância. Resultado: menos desperdício no investimento.
- Mapear a jornada de compra no agro
- Identifique gatilhos de busca e momentos de decisão. Mapeie pontos de contato: técnicos, feiras, redes sociais, revenda. Entenda dores e objeções em cada fase. Com a jornada, você sabe que conteúdo entregar.
- Criar conteúdos técnicos (chasocial)
- Produza conteúdo prático, com dados e demonstrações no campo. Misture linguagem técnica e comunitária. Convide produtores a comentar resultados reais. O chasocial gera confiança e autoridade local.
- Definir cadência de nutrição (leadcultura)
- Estruture fluxos que educam e engajam até a compra. Combine contato humano e automação. Ajuste intervalos segundo o ciclo de compra da cultura. Nutrição constante transforma interesse em demanda.
Táticas por canal — ações específicas e imediatas
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Redes sociais (conteúdo técnico e cases)
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Poste vídeos curtos de demonstração no campo duas vezes por semana. Use carrosséis técnicos uma vez por semana. Publique cases locais mensais com resultados e custos por hectare. Responda comentários em 24-48 horas. Meta: aumentar engajamento técnico e gerar contatos diretos.
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E-mail marketing (fluxos de nutrição)
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Configure um fluxo de boas-vindas com 4 e-mails na primeira quinzena. Em seguida, fluxo educativo por cultura: 1 e-mail semana por 6 semanas. Segmente por interesse e comportamento. Teste assunto e CTA com A/B. Foco: mover leads pelo funil sem incomodar.
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Eventos locais / híbridos (demonstrações e test-drives)
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Promova demonstrações no campo a cada trimestre. Faça sessões práticas com mão na massa. Ofereça test-drives de equipamentos, se aplicável. Capture leads com formulário digital no local. Siga com nutrição em 48 horas.
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Revendas (parcerias comerciais)
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Assine acordos de co-marketing com revendas-chave. Treine equipes de campo para usar materiais técnicos. Compartilhe metas e comissões claras. Revendas devem receber leads qualificados semanalmente.
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Marketplace B2B
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Liste ofertas técnicas com dados de performance. Use descrições com métricas e fotos reais. Atualize preços e estoques semanalmente. Monitore conversão e reforce com campanhas patrocinadas quando necessário.
Checklist operacional (executável)
- [ ] Calendário editorial trimestral alinhado com sazonalidade
- [ ] Templates de briefing para criativo e vídeo de campo
- [ ] Matriz de segmentação por cultura, porte e região
- [ ] Fluxos de nutrição prontos para 3 jornadas principais
- [ ] Landing pages otimizadas com formulários curtos
- [ ] Modelos de teste A/B para assunto, CTA e criativo
- [ ] KPIs por campanha (CPL, CAC, taxa de SQL)
- [ ] SLA formal entre marketing e comercial
- [ ] Planilha de ROI por canal atualizada mensalmente
- [ ] Roteiro de demonstração para eventos locais
- [ ] Relatórios semanais de qualidade de lead
- [ ] Checklist de integração entre CRM e automação
Exemplo aplicado — mini-caso: Revenda “Campo Forte”
Era uma revenda média, com presença em três municípios. Leads mornos. Equipe comercial sobrecarregada. A ação: implementar chasocial e leadcultura. Objetivo: aumentar leads qualificados em 40% no trimestre.
Ações realizadas
- Semana 1: workshop de alinhamento entre marketing e vendas. Metas: 120 leads qualificados ao mês.
- Semanas 2–4: produção de 6 vídeos de demonstração no campo. Dois por cultura foco.
- Semana 3 em diante: publicação em redes sociais — 2 posts técnicos por semana, 1 case por mês.
- Fluxo de e-mails: boas-vindas (4 e-mails em 10 dias). Depois, nutrição semanal por 8 semanas.
- Eventos: duas demonstrações em campo no mês 2. Captura de leads por QR code.
- Parceria com revenda local: comissão e roteiro de abordagem para leads enviados.
Cronograma resumido
- Mês 1: alinhamento, produção de conteúdo e setup de automação.
- Mês 2: lançamento de campanhas, primeira demonstração no campo.
- Mês 3: otimização de fluxos e repetição de eventos.
Métricas alcançadas
- Leads totais: +55% em 3 meses.
- Leads qualificados: +40% (meta atingida).
- CPL: reduziu 22% após otimizações.
- Taxa de conversão MQL→SQL: subiu de 12% para 18%.
O que fez diferença
- Conteúdo técnico local. Prova social. Isso abriu portas.
- Nutrição consistente. Sequência de e-mails e follow-up humano.
- Handoff claro com SLA. Comercial agiu rápido. Resultado tangível.
Ferramentas recomendadas e prioridades orçamentárias
- CRM (base): registre contatos e estágios. Prioridade alta. Integre com automação.
- Plataforma de automação de marketing: para fluxos e segmentação. Prioridade média-alta.
- Ferramenta de analytics: painéis para CPL e conversão. Prioridade média.
- Ferramenta de captura em campo (formulários móveis): essencial para eventos.
- Ferramenta de gestão de redes sociais: agendamento e monitoramento.
Integração sugerida
- Comece pelo CRM. Sem dados limpos, nada escala.
- Ligue a automação ao CRM para sincronizar eventos e tags.
- Importe dados de analytics para acompanhar desempenho.
- Priorize integrações que eliminem trabalho manual primeiro.
Orçamento: priorize o básico. Primeiro CRM. Depois automação. Analytics vem em seguida. Sem CRM, seus dados viram ilusão.
Tabelas comparativas de canais
| Canal | Custo (estimado) | Potencial de Leads | Qualidade do Lead |
|—|—:|—:|—:|
| Redes sociais orgânicas | Baixo | Médio | Médio |
| Redes sociais patrocinadas | Médio | Alto | Médio-Alto |
| E-mail marketing (nutrição) | Baixo-Médio | Médio | Alto |
| Eventos locais / demonstrações | Médio-Alto | Médio | Alto |
| Revendas / parcerias | Baixo | Médio | Alto |
| Marketplace B2B | Médio | Alto | Médio |
| Canal | Melhor uso | Frequência recomendada |
|—|—|—:|
| Redes sociais | Engajamento técnico e prova social | 3–4 posts/semana |
| E-mail | Nutrição e conversão | 1 por semana (fluxo) |
| Eventos | Demonstração e fechamento | 1 por trimestre (por região) |
| Revendas | Fechamento e cross-selling | Atualizações semanais |
| Marketplace | Vendas transacionais | Atualização semanal |
Dicas rápidas e recomendações críticas
- Priorize evidência em campo. Dados reais vendem mais que promessas.
- Teste rápido. Não espere perfeição. Lança. Ajusta. Repete.
- Alinhe SLA com vendas. Sem isso, leads viram reclamação.
- Use cadência fixa. Mudança aleatória confunde produtor.
Link útil
Para bom suporte ao plano de redes sociais, veja um guia prático sobre planejamento de redes: planejamento de redes sociais no agro.
Notas finais no meio do caminho
O que entregamos aqui é operacional. Use os passos. Teste cada tática. Analise números toda semana. E lembre: planejamento não é papel parado. É roteiro de ação. Faça. Rápido. Falhas vão aparecer. Aprenda. Ajuste. Cresça.
Medição, Ajustes e Escala: Transformando Planejamento em Crescimento

Planejar já é metade da decisão. Mas sem medição, o planejamento vira achismo. Neste capítulo eu mostro como métricas, testes e governança transformam ações de agromarketing em crescimento mensurável. Histórias rápidas. Casos que não deram certo. A lição ficou: medir é conversar com os dados.
Matriz de KPIs por etapa do funil
A primeria coisa é saber o que medir. Cada etapa do funil pede KPIs primários e secundários. Sem isso, você vai otimizar a coisa errada.
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Awareness (Conhecimento)
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KPIs primários: Impressões, Alcance, Custo por Impressão (CPM).
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KPIs secundários: Taxa de visualização de vídeo, Engajamento (%) — curtidas, comentários, compartilhamentos.
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Objetivo: aumentar reconhecimento em regiões e perfis prioritários.
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Consideração
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KPIs primários: Cliques (CTR), Custo por Clique (CPC), Custo por Lead (CPL — topo do funil).
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KPIs secundários: Tempo médio na página, Downloads de ficha técnica, visualizações de cases.
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Objetivo: qualificar interesse.
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Decisão
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KPIs primários: Leads qualificados (MQL/SQL), Taxa de conversão lead → oportunidade, Custo por Aquisição (CAC — por venda esperada).
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KPIs secundários: Tempo médio de conversão, taxa de no-show em demo, ticket médio previsto.
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Objetivo: gerar vendas.
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Retenção
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KPIs primários: Taxa de recompra, Churn, Lifetime Value (LTV).
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KPIs secundários: Satisfação pós-venda (NPS simplificado), engajamento em conteúdos técnicos pós-venda.
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Objetivo: aumentar valor por cliente e reduzir churn.
Como calcular os indicadores-chave no agro
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CPL (Custo por Lead): Somatório de gastos de campanha no período / número de leads gerados no mesmo período. No agro, segmente por fonte e por safra. Um lead de revenda pode ter valor diferente de um lead direto de produtor.
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CAC (Custo de Aquisição de Cliente): (Total gasto em marketing + total gasto em vendas no período) / número de clientes adquiridos no mesmo período. Importante: incluir custos de deslocamento e demonstração em campo. Esses itens pesam bastante no CAC no agro.
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LTV (Lifetime Value): Valor médio de compra × número médio de compras por cliente por ano × tempo médio de retenção (anos) — descontar margem operacional se quiser LTV em lucro. No agro, LTV sofre com sazonalidade e ciclos de renovação de equipamentos ou insumos.
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Tempo médio de conversão: soma dos dias entre primeiro contato e fechamento, dividido pelo número de oportunidades fechadas. Calcule por segmento (pequeno, médio, grande produtor). Produtores com safras longas tendem a ter ciclos maiores.
Pequeno detalhe: sempre calcule com janela de atribuição compatível com o ciclo de compra no agro. Janela curta = dados enviesados.
Processo de teste e iteração — ciclo de 4 semanas
Roteiro prático. Curto e repetível. Um mês por sprint.
Semana 1 — Hipótese e setup
- Defina hipótese clara. Ex: “Vídeo técnico curto aumenta CPL em 20% na região X”.
- Priorize uma variável: criativo, canal, oferta.
- Configure tracking e UTM. Marque os campos de origem no CRM.
- Documente no template: hipótese, métricas alvo, grupo de controle.
Semana 2 — Execução e coleta inicial
- Rode variações (A/B) com orçamento controlado.
- Colete dados diários. Pare rápido se houver anomalia.
- Faça registros de observações qualitativas: cliques estranhos, horário pico.
Semana 3 — Análise e decisão rápida
- Compare resultados com grupo controle.
- Use métricas primárias para decidir: CPL, CTR, taxa de conversão em página.
- Faça uma reunião curta com comercial. Decisão: pausar, iterar ou escalar.
Semana 4 — Documentação e planejamento da próxima iteração
- Registre resultados em um repositório central.
- Atualize hipóteses futuras com aprendizados.
- Se for positivo, prepare escala controlada.
Documentar: mantenha um ficheiro por teste com colunas: hipótese, variantes, orçamento, período, métricas primárias, métricas secundárias, conclusão. Simples. Fatal é deixar o conhecimento na cabeça de alguém.
Para testes A/B no agro, veja um guia prático sobre testes: guia de teste A/B no agro.
Quando escalar — critérios objetivos
Escalar não é jogar mais dinheiro. É replicar o que funciona sob controle.
Critérios mínimos para aumentar investimento:
- CPL abaixo do target por 3 ciclos consecutivos (3 x 4 semanas, por exemplo).
- Taxa de conversão lead → oportunidade estável ou em crescimento.
- Capacidade comercial para absorver o volume — número de SDRs ou vendedores e SLA atual.
- Qualidade dos leads validada — percentual de leads que viraram SQL acima da meta.
- Margem do produto e previsão de LTV justificam o CAC projetado.
Regra prática: se 3/5 critérios forem atendidos, escale com +20% do orçamento. Monitore. Se algo cair, pause e ajuste.
Governança e alinhamento com vendas
Sem isso, leads morrem. Sério.
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SLA simples entre marketing e comercial
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Marketing entrega leads qualificados (MQL) com dados mínimos obrigatórios.
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Comercial responde: primeira tentativa de contato em 48 horas.
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Taxa de follow-up: 3 tentativas ativas em 7 dias.
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Feedback: comercial devolve lead recusado com motivo e campos preenchidos.
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Formato de handoff de leads (padrão)
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Campos obrigatórios: nome, CPF/CNPJ, propriedade (município), perfil de cultura, histórico de interações, origem da campanha, material baixado.
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Tagging: fontecampanha / criativo / datacaptura.
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Prioridade: marcar leads com prontidão para compra na safra atual.
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Acompanhamento pós-venda para fechar o loop
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Pós-venda reporta: conversão final, ticket, observações de negociação.
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Marketing usa esse feedback para ajustar targeting e mensagem.
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Reuniões quinzenais curtas. 30 minutos. Agenda fixa.
Modelo simples de SLA: entregue leads com mínimo X% de contatos válidos. Comercial devolve status em Y horas. Se regra quebrada, reunião de ajuste.
Tabela comparativa de cenários de escala
| Cenário | Orçamento mensal (R$) | Expectativa de leads/mês | CAC estimado (R$) | Ações prioritárias |
|—|—:|—:|—:|—|
| Baixo | 10.000 | 40 | 250 | Otimização criativos; focar em geos com histórico; nutrição por e-mail |
| Médio | 50.000 | 300 | 167 | Escala segmentada por persona; investimento em conteúdo técnico; demos de campo |
| Alto | 200.000 | 1.200 | 167 | Expansão regional; times de pré-venda; campanhas em múltiplos canais; eventos locais |
Observação: números ilustrativos. Ajuste conforme ticket médio e ciclo de compra.
Insights avançados
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Análise de cohort: segmente clientes por safra de entrada. Compare LTV por cohort. Você verá se mudanças na comunicação aumentam retenção. Pequena mudança, grande impacto. Exemplo: produtores que receberam case técnico tiveram 15% mais recompra.
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Atribuição por jornada: monte um modelo híbrido. Use regras simples: última interação assistida + primeira origem. No agro, múltiplos touchpoints offline importam. Registre demos e visitas em CRM para não perder atribuição.
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Dashboards acionáveis: priorize dashboards que respondam perguntas. Não crie telas bonitas apenas. Ex.: “Quantos leads com cultura soja no estado X viraram oportunidade nos últimos 90 dias?”. Use filtros rápidos. Atualização diária para campanhas ativas.
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Segmentação de performance: compare CPL e CAC por município, por revenda, por tipo de cultura. Às vezes, um município pequeno entrega leads mais qualificados.
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Modelos de previsão simples: use média móvel de 3 meses para previsão de leads. Isso ajuda a planejar capacidade comercial.
Pequeno aviso: análise demais paralisa. Pegue sinais claros e aja.
Checklist operacional final (7 itens) — para operacionalizar medição e escala
1. Definir KPIs por etapa do funil e targets numéricos.
2. Configurar tracking com UTM e campos obrigatórios no CRM.
3. Rodar ciclos de teste de 4 semanas com hipóteses documentadas.
4. Implementar SLA simples entre marketing e comercial.
5. Ter repositório central de testes e aprendizados (planilha ou base).
6. Critérios objetivos para escala: CPL, conversão e capacidade comercial.
7. Dashboard diário com filtros por persona, região e campanha.
Uma última palavra, curta: medir exige disciplina. E coragem. Corte o que não funciona. Escale o que dá resultado. Pequenas vitórias somam. E quando tudo falhar, volte ao básico: audiência, mensagem, oferta. Sem isso, até o melhor dashboard mente.
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Sobre
Mentoria prática com Ben Martin Balik: sessões semanais de planejamento estratégico para agromarketing, templates de calendário editorial, modelos de SLA entre marketing e vendas, acompanhamento de campanhas por 3 meses e acesso à comunidade exclusiva para troca de insights e cases reais. Ideal para gestores de revendas, agroindústrias, lojas de maquinários, indústrias de insumos e agritechs que desejam estruturar processos, reduzir CAC e escalar com previsibilidade.


