Faltam 3 meses — o que realmente mudou desde janeiro no agro

Líder de agromarketing avaliando um quadro de metas e um calendário com três meses restantes.

Faltam três meses para o ano acabar e a pergunta que não quer calar é simples: o que realmente mudou desde janeiro no agro? Para analistas e gestores de marketing em agroindústrias, revendas, lojas de maquinários, indústrias de insumos e agritechs, essa não é uma curiosidade — é uma decisão comercial. Se você se prometeu revisar a estratégia, ajustar metas e priorizar leads qualificados, este texto vai confrontar expectativas com fatos e transformar intenção em ações tangíveis. Aqui você encontrará um diagnóstico honesto, métricas que importam para o último trimestre e um plano de 90 dias com prioridades operacionais, campanhas e ajustes de vendas. A proposta é prática: avaliar o que saiu do papel, o que está trazendo resultado e o que precisa ser abortado ou acelerado. Ao final, você terá um roteiro claro para recuperar oportunidades perdidas, otimizar budget e alinhar times de marketing e vendas para fechar o ano com mais previsibilidade.

Diagnóstico real – do planejamento de janeiro à execução hoje

Diagnóstico real – do planejamento de janeiro à execução hoje

Janeiro foi dia de decisão. Reuniões, planilhas, promessas. Cronogramas aprovados. Metas definidas. Roadmap de parcerias com revendas na prancheta. Todo mundo saiu otimista. E agora, passado quase um ano, faltando três meses, a pergunta incômoda: quantas promessas viraram execução consistente?

Não é retórica. É ponto de partida. O que era esperado para virar receita precisa ser confrontado com o que de fato aconteceu. Sem rodeio. Sem planilhas bonitas que escondem vazios. Esse capítulo é para analistas e gestores que precisam de um diagnóstico honesto, rápido e acionável. Sem paranoia. Sem desculpas.

Comece pela lista. Passe pelo que foi prometido em janeiro. Campanhas de mídia, automações, eventos, webinars, lançamentos de linha, parcerias com revendas, conteúdo técnico, contratação de agência. Anote tudo. Sem pular nada. O primeiro diagnóstico é documental: o que foi prometido existe num papel, num e-mail ou numa ata?

Depois, compare execução vs expectativa. Aqui entram números simples. Quantas entregas foram concluídas? Qual o percentual de adesão do time? Quantos webinars saíram? Quantas campanhas rodaram no mês certo? Quantas automações foram ativadas?

Não é elegante, mas às vezes a resposta é curta: só 40% do planejado. Sim. E daí? Dá para virar esse número em 90 dias? Sim, em muitos casos. Mas antes de acelerar, faça a próxima etapa.

Atribua impacto comercial para cada ação entregue. Pergunte: isto gerou pipeline? Isto gerou economia no CAC? Se a campanha trouxe 60 leads, quantos são qualificados? Se um webinar teve 200 inscritos, qual o volume de oportunidades reais? Não invente números. Use estimativas com base em dados do time comercial. Se não há dados, faça uma sondagem rápida com vendedores. 10 minutos por vendedor costuma bastar.

Identifique bloqueadores reais. Tecnologia que não conversa com CRM. Fornecedor que atrasou criação de peças. Time com prioridades conflitantes. Sazonalidade que mudou calendário. Em campo, uma safra atrasada reduz abertura para testes. Liste os bloqueadores e classifique por impacto e facilidade de resolver. Urgente e fácil. Urgente e complexo. Não urgente e caro. Isso guia onde focar energia.

Finalmente: decida continuidade, pivô ou cancelamento. Baseie em ROI estimado. Não em esperança. Se uma ação custa X e tende a gerar Y de pipeline, calcule taxa de conversão até venda. Se o CAC projetado supera o LTV esperado, pause. Simples assim.

Cinco passos práticos, na prática

  • 1. Liste as promessas de janeiro. Faça inventário. Nada escondido.
  • 2. Meça execução vs expectativa. Percentual de entregas, adesão do time.
  • 3. Atribua impacto comercial. Pipeline estimado, economia de CAC.
  • 4. Identifique bloqueadores. Tecnologia, fornecedores, time, sazonalidade.
  • 5. Decida: continue, pivote ou cancele. Baseado em ROI e esforço.

Pequena história real. Uma revenda prometeu ampliar base de leads em 40% via webinar técnico. O plano: convidar produtores, revendedores locais, técnicos; conteúdo prático; follow-up comercial. O webinar aconteceu. Resultado: 60 leads. Do total, 12 qualificados. Taxa de conversão em vendas 8%.

Diagnóstico franco: execução ok. Evento entregou. Volume, porém, abaixo. O erro não foi o webinar. Foi a segmentação fraca e ausência de follow-up automatizado. A solução, simples: refinar público alvo por porte e cultura. Investir em fluxo de nutrição imediato. Script para SDRs com perguntas técnicas. Meta de contato em 24 horas. Em 90 dias, dobra de conversão é plausível.

Esse caso repete muito. Campanhas que geram leads, mas ninguém nutre. Leads viram tarefas, não ativos. Chamamos isso de leadcultura fraca. Se a equipe trata leads como checklists, a conversão despenca. Cultural matters. Cultura e processo são, muitas vezes, maiores que tecnologia.

Agora, alguns erros comuns que vi em diagnósticos mal feitos. Evite-os:

  • Avaliar só execução estética. Uma peça entregue não é resultado.
  • Não envolver vendas. Marketing isolado mede vaidade.
  • Ignorar sazonalidade regional. Calendário agrícola manda.
  • Pressupor qualificação sem critérios claros.
  • Não medir custo real por lead, incluindo horas do time.

Ferramentas e passos táticos para um diagnóstico em 7 dias

Primeiro dia: inventário. Pegue todos os planos de janeiro. Coloque numa tabela simples. Coluna: promessa, responsável, data prevista, status.

Segundo e terceiro dias: validação com o time. Reuniões curtas. Pergunte o que foi feito, o que não foi e por quê. Anote bloqueadores.

Quarto e quinto dias: análise de impacto. Para cada iniciativa entregue, estime pipeline e custo. Use números históricos. Se não há histórico, peça ao vendedor que estimule taxa média de conversão.

Sexto dia: priorização. Classifique ações por ROI estimado e facilidade de execução. Foque em 20% das ações que podem gerar 80% do impacto.

Sétimo dia: plano imediato. Decisões claras. Continuar com ajustes, pivotar com objetivo de teste em 30 dias, ou cancelar.

Dicas de comunicação interna durante o diagnóstico

  • Seja direto. Evite reuniões longas.
  • Use agendas claras. Tempo limitado.
  • Entregue decisões, não discussões sem fim.
  • Reconheça falhas sem culpas desnecessárias. Erro é diagnóstico.

O que cortar antes do sprint final

Algumas ações drenam recurso e não trazem retorno rápido. Exemplos típicos:

  • Produções grandes de conteúdo técnico sem distribuição definida.
  • Ações que dependem de um fornecedor único com histórico de atraso.
  • Campanhas com CAC acima do benchmark sem sinal de melhoria.

Cortar não é fracasso. É realismo. Redirecionar significa investir no que funciona.

Cultura que transforma diagnóstico em execução

Para fechar o ano com resultado, precisa haver leadcultura e disciplina. Alguns sinais que a cultura está fraca:

  • Leads ficam esperando. Sem agenda de contato.
  • Equipes reclamam que os leads são ruins, antes de testar follow-up.
  • Conteúdo técnico é produzido, mas ninguém mede uso.

Como consertar isso em 90 dias? Treinamento curto, playbooks curtos, SLAs de resposta. Junte marketing e vendas para criar scripts e fluxos. Micro-processos valem mais que políticas grandiosas.

Atenção à tecnologia, mas não se abrace a ela

Muitos gestores culpam a stack. Às vezes a tecnologia falha mesmo. Mas muito frequentemente a falha está na configuração ou no uso. Um fluxo de nutrição desligado, integrações quebradas, tags mal aplicadas. Antes de trocar ferramentas, cheque processos.

Checklist prático (use agora)

  • Tem inventário das promessas de janeiro? Sim / Não
  • Percentual de entregas concluídas? número
  • Taxa de adesão do time? número
  • Para cada entrega, existe estimativa de pipeline? sim / não
  • Bloqueadores listados e priorizados? sim / não
  • Ações decididas: continuar/pivô/cancelar? lista pronta

Uma última nota prática. Se precisar de referência sobre como usar conteúdo para gerar vendas, vale conferir material que explica bem essa conexão entre conteúdo e resultado. Veja um guia prático sobre gerar vendas com conteúdo de valor no agro: gerar vendas com conteúdo de valor no agro. Use isso como apoio, não como receita pronta.

Próximo passo no fluxo do artigo: métricas. Depois deste diagnóstico você vai precisar separar ruído de sinal. Métricas certas conectam marketing a vendas e mostram onde realocar budget. A transição é natural: do que foi feito, para como medir o que funciona. Prepare-se para olhar KPIs que importam e cortar o resto.

Não espere milagres. Mas espere decisões. Diagnóstico honesto. Decisões rápidas. Ajustes nos 90 dias. Dá pra recuperar parte do que ficou no papel. Se a cultura muda, o resto acompanha. Simples e duro. A hora de agir é agora — e não daqui a ideia de novo plano para o próximo ano.

Métricas que importam – como medir o que realmente gera resultado

Plano de 90 dias – ações imediatas para virar o jogo antes do ano acabar

Pare. Respire. Olhe para a planilha. O fim do ano vem rápido. Três meses é pouco tempo. Mas é tempo suficiente para virar resultado.

Separar ruído de sinal. É isso que diferencia quem vai bater meta de quem vai empatar. No agro há uma tendência forte: colecionar métricas. Impressões, alcance, cliques, tempo na página. Tudo parece importante. Mas não é. Nem tudo paga a conta no fim do trimestre.

Conte uma história curta. Em março uma revenda investiu pesado em conteúdo técnico. Em junho havia curtidas e views. Em setembro o funil estava vazio. Por quê? Porque o time esqueceu de medir o que conecta marketing e venda com margem. É aí que mora o sinal.

O que priorizar então? Escolha métricas que respondam a três perguntas simples:

  • Temos potenciais compradores no pipeline?
  • Quanto custa convertê-los?
  • Eles voltam depois da safra?

Se a resposta for clara, você pode agir. Se estiver em dúvida, há ruído demais.

A seguir, um mapa prático das métricas que importam no último trimestre. Não é exaustivo. É útil.

Leads qualificados por segmento

Definição rápida: leads que atendem critérios mínimos de porte, cultura, região e intenção. Não é só um e-mail. É potencial real. Conte com segmentação. Porte da fazenda define ticket médio. Cultura define ciclo de decisão. Região impacta logística e margem.

Como medir. Crie campos obrigatórios no formulário. Use perguntas de filtro simples. Porte (ha), cultura principal, cidade/município, estágio de safra. Valide com o time de vendas.

Decisão prática. Se um canal gera muitos leads não qualificados, reduza investimento. Se um segmento entrega QL com maior CLTV, aumente.

Taxa de qualificação -> proposta

O que indica: eficiência do pré-vendas. Se você gera muitos QL mas poucas propostas, o problema é pré-vendas ou conteúdo de proposta.

Como medir. Conte o número de QL que recebem proposta divididos pelo total de QL. Cohort por mês. Separe por segmento.

Intervenção. Treine playbooks de proposta. Modelos prontos, preços por porte, prazos de pagamento. Automatize o envio quando o lead atinge o score.

Tempo médio de conversão

O mais crítico em 90 dias. Mede dias desde o primeiro contato até PO (purchase order) ou assinatura.

Por que importa. Tempo é dinheiro. Cada dia extra aumenta risco de concorrência, mudança de decisão e perda de oportunidade. Em safras, janela curta.

O que fazer. Estabeleça SLAs: resposta em X horas para leads quentes, follow-up em Y dias para oportunidades. Automatize alertas. Padronize templates. Pequenas reduções no tempo de conversão têm impacto direto no fechamento do trimestre.

CAC atribuído por campanha

Custo por aquisição não é um número único. Tem que ser atribuído por campanha e por segmento. Um canal com CAC baixo para produtores de pequeno porte pode ter CAC alto para grandes contas.

Como calcular. Some investimento direto da campanha, custos de produção e o custo proporcional do time envolvido. Atribua vendas pelo last-touch ou modelo que faça sentido para sua operação. Compare mês a mês.

Ação. Pause canais com CAC acima do benchmark. Realocar 20–30% do budget é possível quando você tem visibilidade por campanha.

Retenção ou recompra por canal

Agronegócio demanda repetição. Clientes que voltam reduzem CAC effective e aumentam margem.

Mede quem repete compra por canal de aquisição. Se revendas geram recompra, fortaleça parcerias. Se digital traz primeira venda mas sem recompra, reavalie jornada pós-venda.

KPIs recomendados para o último trimestre

  • Leads qualificados por segmento (porte, cultura, região)
  • Taxa de qualificação -> proposta
  • Tempo médio de conversão (dias do primeiro contato ao PO)
  • CAC atribuído por campanha (evolução mês a mês)
  • Retenção/recompra por canal

Uma tabela simples ajuda a tomar decisões rápidas. Use-a. Rápido, direto.

| Métrica | O que indica | Decisão prática |
|—|—:|—|
| Leads qualificados | Potencial de pipeline | Redirecionar budget para canais com maior % de QL |
| Tempo de conversão | Eficiência comercial | Implementar automações e playbooks de follow-up |
| CAC por campanha | Custo por aquisição | Pausar canais com CAC acima do benchmark |

Integração entre Marketing e Vendas. Não é uma recomendação bonita. É obrigatório.

SLAs. Claros. Tempo de resposta para leads. Critérios de qualificação. Cadência de follow-up.

Exemplo prático: definam 4 horas para triagem inicial, 24 horas para contato comercial ativo. Se o lead não é contatado nesse prazo, perde score. Isso muda comportamento. Simples e funcional.

Use leadcultura. Treine times para nutrir leads técnicos. Fichas técnicas. Comparativos de insumos. Cases locais. Conteúdo que responda perguntas técnicas reduz objeções. E aumenta taxa de conversão.

Dica: crie templates curtos para visitas e relatórios pós-visita. O vendedor não pode improvisar. É desperdício. Padronize as perguntas que validam compra.

Segmentação prática

Não trate todo lead igual. Separe por porte e cultura. Pequenos têm decisão diferente de grandes. Milho e soja tem calendário distinto de café ou cana. Cada combinação tem janela de conversão diferente.

Como operacionalizar. Monte segmentos no CRM e dashboards. Atribua playbooks por segmento. Ex.: produtores de 100–500 ha recebem pacotes com preço por hectare. Acima de 1.000 ha, ofereça visita técnica e condições comerciais específicas.

Atribuição e modelos aceitáveis

Seja consistente na atribuição. Last-touch é rápido, mas pode inflar performance de remarketing. Multi-touch dá visão melhor, porém exige disciplina.

No último trimestre prefira a praticidade: last-touch com uma camada de verificação manual para contas grandes. Se uma proposta foi gerada por um SDR e fechada por uma visita técnica, documente a influência.

Dashboards que funcionam

Implemente um dashboard com filtros por cultura, safra e porte. Não complique. Três filtros. Dois gráficos principais: CAC por campanha por segmento; tempo médio de conversão por segmento.

Em 48 horas você terá visibilidade para realocar 20–30% do budget. Sério. Uma visão clara muda decisão. E reduz CAC.

Métricas operacionais que salvam o mês

  • Top-20 oportunidades: revisem diariamente.
  • Pipeline por estágio: prazos claros.
  • Leads sem contato em 48h: sinal vermelho.

Automação e playbooks

Automação não é moda. É foco. Configure gatilhos: lead qualificado recebe proposta padrão. Lead técnico entra em fluxo de nutrição com ficha técnica. Lead que abre proposta e não fecha em 7 dias entra em sequência de remarketing.

Crie scripts curtos para pré-vendas. Treine por 30 minutos. Faça roleplay. Nada substitui prática.

Medição de qualidade do lead

Qualidade não é só perfil. É comportamento. Interações importantes: download de ficha técnica, solicitação de proposta, participação em webinar técnico.

Score simples recomendado:

  • +30 pontos: pedido de proposta
  • +20 pontos: descarga de ficha técnica ou participação em evento
  • +10 pontos: visita à página de preços

Leads com >=50 pontos são QL. Ajuste sua realidade.

Benchmark e velocidade

Tenha benchmarks internos. Se seu tempo médio de conversão é 45 dias, meta reduzir para 30 dias no trimestre. Não invente benchmarks de mercado sem contexto. O que importa é a sua melhoria percentual.

História curta para ilustrar

Uma equipe local tinha CAC alto em mídias pagas. Eles mapearam que os QL vinham de eventos técnicos via parceiros. Mudaram budget para parcerias e playbook de follow-up. Resultado: tempo de conversão caiu 18% em 60 dias e CAC efetivo reduziu.

O que cortar agora

  • Canais que geram leads sem intenção comprovada.
  • Formulários longos que não convertem.
  • Campanhas gerais sem segmentação por cultura.

O que escalar

  • Canais com maior % de QL e menor CAC por segmento.
  • Ações conjuntas com revendas que geram recompra.
  • Conteúdo técnico que gera funnel mid-high.

Link útil para quem precisa transformar conteúdo em venda: gerar vendas com conteúdo de valor. Use como referência para estruturar trilhas de nutrição.

Dica avançada final (curta): implemente uma visão diária do CAC por campanha. Reavalie a cada 7 dias. Pequenas mudanças de alocação agora têm efeito composto. O trimestre se resolve com decisões rápidas e dados confiáveis.

Não busque perfeição. Busque sinal. Corte ruído. Foque no que liga marketing a vendas e a margem. Simples. E urgente.

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