Você já percebeu que muita teoria sobre liderança e marketing não se aplica ao campo? A Imersão EAG reúne profissionais do agro, ferramentas práticas e exercícios que provocam mudança de atitude e prática. Este conteúdo foi pensado para analistas e gestores de marketing em agroindústrias, revendas, lojas de maquinário, indústrias de insumos e agritechs que buscam transformar processos, melhorar métricas e liderar equipes com propósito. Aqui você encontrará diagnóstico claro dos principais entraves do agromarketing, um manual de ações testadas na Imersão EAG e um roteiro para medir resultados e consolidar a nova mentalidade de liderança. Ao final, terá checklists, exemplos reais aplicáveis ao seu dia a dia e um plano de implementação para os próximos 90 dias. Se a sua meta é ter campanhas mais alinhadas ao produtor, equipes mais autônomas e indicadores que realmente importam, siga adiante: as lições a seguir foram desenhadas para serem aplicadas já na próxima safra.
Diagnóstico das barreiras do marketing no agro
Contexto e problema
O marketing no agro costuma esbarrar em barreiras que não são só técnicas. São culturais. São estruturais. E muitas vezes, invisíveis até o dia da campanha que fracassa. Analistas reclamam: falta dado segmentado por perfil do produtor. Gestores repetem: a equipe resiste a novas abordagens. Resultado? Ações reativas. Pouco impacto. Métricas menores que o potencial.
A cena se repete em campo. Reuniões com gráficos. Planilhas que não conversam. Comercial pedindo volume. Marketing preso a tarefas. Enquanto isso, o produtor decide com lógica própria. Não com o nosso funil idealizado. É preciso, antes de qualquer tática, um diagnóstico franco. Objetivo. Cru. Sem romantismo.
O que vimos na prática
Uma revenda do Centro-Oeste fez o teste. Olharam os leads. Viram que 60% dos contatos não eram decisores, embora fossem produtores ativos. Parecia boom de geração. Era ruído. Redesenharam formulários. Mudaram qualificação. E em três meses reduziram leads irrelevantes em 42%. Simples? Nem sempre. Mas foi direto ao ponto: identificar a dor, cortar o ruído, ajustar o fluxo.
Analistas de campo descrevem outra dor: não há segmentação por comportamento. Só por porte ou região. Isso gera campanhas genéricas. E campanhas genéricas geram baixo engajamento. Baixo engajamento vira baixa conversão. E o problema aparece como falta de execução. Mas a raiz é outra: entendimento pobre da jornada do produtor.
Principais dores identificadas
- Falta de segmentação por comportamento e não apenas por tamanho de fazenda.
- Campanhas desalinhadas à jornada de decisão do produtor.
- Processos internos que consomem tempo e não entregam insights.
- Liderança focada em tarefas, não em capacitação e autonomia da equipe.
Cada item parece óbvio. Mas a repetição desses pontos em entrevistas mostra que o óbvio lá, no campo, não acontece.
Por que isso acontece
- Cultura de urgência comercial que prioriza volume sobre qualidade de lead. As metas curtas esmagam a visão de longo prazo. Leads rápidos viram prioridade. Leads qualificados ficam para depois.
- Estruturas departamentais que isolam dados e conhecimentos. CRM que não conversa com ERP. Comercial que guarda informação como vantagem. Marketing que não participa do pós-venda.
- Falta de playbooks que traduzam estratégia em execução repetível. Cada campanha vira um projeto novo. Aprendizado se perde. A roda re-inventa o mesmo desenho.
São três frentes. E cada uma alimenta a outra. A urgência gera silos. Os silos impedem playbooks. Sem playbooks, tudo é improviso.
Comparando abordagens: antigo vs alinhado à Imersão EAG
| Aspecto | Abordagem tradicional | Abordagem alinhada à Imersão EAG |
|—|—:|—|
| Segmentação | Por porte ou região | Por comportamento de compra e ciclo produtivo |
| Métricas | Cliques e impressões | RCA, custo por oportunidade qualificada, retenção |
| Processos | Tarefas pontuais | Playbooks replicáveis e cadências semanais |
A tabela acima não é estética. É diagnóstico.
No modelo tradicional, o erro é confiar demais em categorias superficiais. Pegar a fazenda de 500 hectares e achar que todos os produtores ali pensam igual. No modelo alinhado, busca-se entender gatilhos: época de plantio, necessidade de assistência técnica, ciclo de renovação de maquinário.
Silos e a falsa sensação de controle
Silos não apenas atrapalham. Eles dão uma ilusão de controle. O comercial fala com o produtor. Traz feedbacks diretos. Mas muitas vezes esses feedbacks ficam no WhatsApp. Não entram no sistema. Marketing age baseado em hipóteses antigas. Resultado: campanhas descoordenadas. Mensagens batidas. Perda de tempo.
Quando as equipes não compartilham um vocabulário comum, cada área mede o que é mais confortável. Comercial mede visitas. Marketing gosta de tráfego. A liderança comemora reuniões feitas. Ninguém mede esforço de retenção. E valor de longo prazo some. Para mudar isso, é preciso mapear os pontos de contato e a fonte dos dados. Perguntar: onde o insight morre?
Jornada do produtor: onde quase sempre erramos
A jornada do produtor não é linear. Ela tem retornos. Tem influenciadores locais. Tem consultor, amigo, vendedor de insumo, técnico da revenda. E tem timing: safra, entressafra, quebra de safra.
Campanhas focadas em promoção na entressafra têm pouco efeito. Mensagens técnicas funcionam melhor perto da decisão de compra. E o mesmo produtor pode exigir conteúdo distinto dependendo da cultura plantada. Ignorar isso é desperdiçar verba.
Analistas pedem dados segmentados por comportamento. Não por porte. Isso significa olhar para sinais: abriu boletim técnico? Baixou checklist pré-safra? Participou do webinar? Interagiu com o comercial no pós-venda? Esses sinais contam mais que o tamanho da fazenda.
Processos que não agregam insight
Muitas tarefas internas existem para gerar aparência de produtividade. Relatórios manualmente consolidados. Exportar e colar. Reuniões longas sem pauta clara. É necessário medir o custo operacional desses processos.
Pergunte ao time: quanto tempo leva para transformar um lead em oportunidade qualificada? Quais passos são repetidos? Quais podem virar automação? O valor está em transformar esforço em insight. Não apenas em concluir tarefas.
Liderança e autonomia: o bloqueio silencioso
Gestores frequentemente assumem tarefas do time. Não por falta de confiança. Mas por hábito e pressão. Isso cria dependência. A equipe não aprende a tomar decisão. A liderança fica atolada em execução. Não sobra tempo para estratégia.
Capacitação não é treino pontual. É prática diária. É feedback curto e frequente. É delegar com clareza. Líderes que não liberam autonomia limitam o crescimento do time. E isso impacta diretamente a criatividade nas campanhas.
Um exemplo que ilustra o diagnóstico
Na revenda do Centro-Oeste, as equipes descobriram algo óbvio, mas ignorado: muitos formulários pediam informações irrelevantes. Contatos eram classificados como produtores sem checar se eram decisores. O registro ficava no CRM. Parecia que a base crescia. Na prática, era inflar números.
O time redesenhou o formulário. Inseriu perguntas curtas sobre tomada de decisão. Implementou qualificações mínimas. Treinou os vendedores com scripts simples. O resultado foi imediato. Menos leads. Mais qualidade. Conversão melhorou. O comercial começou a reclamar menos de lead ruim. A equipe de marketing ganhou tempo.
Resistência interna: o sintoma que vira causa
Mudar processos gera resistência. Mudar formulários. Scripts. Ferramentas. Esse movimento quebra rotinas. Por isso é importante mapear resistências. Onde elas aparecem? Em qual passo do fluxo? Muitas vezes elas vêm do próprio comercial.
É possível trabalhar essa resistência com transparência. Mostrar números. Pequenas vitórias. E aliados. Um conteúdo útil para entender e enfrentar essa barreira é um estudo que discute a resistência do time às mudanças de marketing. Vale a leitura para quem quer convencer o comercial sem empurrar: resistência do marketing no agro.
Diagnóstico objetivo: um roteiro prático
- Liste fontes de dados. CRM, ERP, planilhas, chat de vendas.
- Mapeie responsabilidades. Quem alimenta o que? Com que frequência?
- Identifique pontos de ruído. Onde leads inválidos entram?
- Verifique métricas atuais. Quais estão alinhadas ao valor de longo prazo?
- Observe a jornada do produtor. Quais sinais indicam decisão?
Faça isso em sessões curtas. 30 minutos por área. Não é auditoria infinita. É uma triagem para priorizar ação.
O que priorizar no diagnóstico
- Formulários e pontos de captura. Se o cadastro é raso, tudo que vem depois é frágil.
- Critérios de qualificação. O que define uma oportunidade qualificada na prática?
- Fontes de dados não estruturados. Mensagens, áudios, notas em papel — transforme o essencial em registros.
- Métricas que importam. Menos cliques. Mais custo por oportunidade qualificada.
- Rotina de alinhamento comercial-marketing. Pequenas cadências semanais geram sinergia.
Evite mapear tudo. Priorize o que impacta a geração de valor nos próximos 90 dias.
Erros comuns no diagnóstico
- Pensar que mais dados resolvem. Não. Dados certos resolvem.
- Fazer entrevistas apenas com gestores. Inclua quem executa no dia a dia.
- Acreditar que tecnologia é a solução imediata. Ferramenta ajuda. Processo sustenta.
- Medir só resultados de curto prazo. Retenção e custo por oportunidade qualificada dizem o resto da história.
Pequenas mudanças no processo trazem resultados rápidos. Mas sem governança, voltamos ao ponto inicial.
Próximo passo natural
Depois do diagnóstico, vem a tradução: transformar o que foi identificado em ações repetíveis. Em playbooks. Em cadências. Em experimentos controlados. Esse é o terreno onde as equipes começam a ver resultado consistente.
No capítulo seguinte vamos abrir esse passo a passo. Mostrarei estratégias práticas e testadas durante a imersão. Coisas que podem ser implementadas em 30, 60 e 90 dias. Não é promessa vazia. São táticas validadas com números. Prepare o relatório do diagnóstico. Leve as evidências. E venha com vontade de testar.
Observação sobre comunicação interna
Documente conversas. Gravar a evolução das hipóteses evita retrocessos. Use um repositório simples. Um canal com atualizações curtas. Ainda mais importante: celebre pequenas vitórias. A resistência diminui quando se vê progresso.
Imagem sugerida
Visualize analistas e gestores em volta de uma mesa. Mapas. Gráficos impressos. Notas adesivas coladas. Mãos apontando para um funil desenhado. Essa imagem representa o momento do diagnóstico. Rachar silos. Trazer dados para a mesa. Começar a mudar.
Estratégias práticas testadas na Imersão EAG
Visão geral
A Imersão EAG sempre teve um objetivo claro: transformar diagnóstico em ação. Aqui não cabem ideias vagas. Nem teorias bonitas que ficam só em slides. O que segue é um conjunto de passos testados. Passos que equipes de marketing no agro aplicaram e mediram em 30, 60 e 90 dias. Resultado real. Métrica real. Sem rodeio.
Há uma linha clara entre entender o problema e resolvê-lo. No capítulo anterior falamos das barreiras: segmentação rasa, silos, métricas erradas. Agora vem o mapa prático. Pequenas ações, ritmo, disciplina. E mais: um playbook replicável.
Pequena história rápida. Uma equipe de uma revenda no Sul entrou na imersão com ceticismo. Dois meses depois mudou o formulário de leads, alterou o roteiro de venda, e acelerou a qualificação. Não foi mágica. Foi método. E insistência.
Plano de ação em 6 passos
- Redesenho de personas por comportamento
- Comece pelo básico: quais gatilhos movem compra? Renovação de maquinário. Época de plantio. Necessidade de assistência técnica. Escreva isso. Em bullets. Curto.
- Ferramenta prática: entrevistas semiestruturadas com 10 produtores por perfil. Não faça questionário decorado. Pergunte sobre rotina, dores na safra, quem influencia decisão. Grave, transcreva trechos-chave. Identifique padrões.
- Entregável em 30 dias: 3 personas comportamentais validadas.
- Playbook de campanha baseada em jornada
- Mapear etapas na jornada: descoberta, consideração, decisão. Simples. Para cada etapa, defina o ativo ideal. Ex.: na descoberta, um vídeo técnico curto; na consideração, checklist pré-safra; na decisão, webinar técnico com especialista.
- Crie templates: assunto de e-mail, roteiro de vídeo curto, checklist em PDF, landing minimalista. Use linguagem do produtor. Sem floreio.
- Entregável em 60 dias: 2 playbooks testados em campo.
- Integração comercial-marketing
- Reuniões semanais de 30 minutos. Pauta fixa: prioridades, leads quentes, obstáculos. Nada mais. Roteiro de 6 tópicos. Tempo cronometrado.
- KPIs compartilhados: leads qualificadas, taxa de avanço no funil, CAC por oportunidade. Defina quem alimenta o dashboard. Simples e visível.
- Entregável em 30 dias: cadência e dashboard funcionando.
- Automação e qualificação progressiva
- Estruture fluxos de nutrição com gatilhos por comportamento. Clique em checklist = avanço no fluxo. Download do manual = outro gatilho. Ajuste scoring conforme interação.
- Integre CRM com automação. Regra: se venda entra em fase de negociação, interrompe nutrição automática.
- Entregável em 60 dias: 1 fluxo de pré-safra ativo e scoring ajustado.
- Capacitação de liderança e time
- Sessões quinzenais focadas em delegação, feedback e tomada de decisão por dados. Use casos reais da própria base.
- Treinamento prático de vendedores em script de qualificação. Roleplay curto. Dois scripts: técnico e comercial.
- Entregável em 30 dias: 8 vendedores treinados; líderes com agenda de 1:1.
- Testes e otimização contínua
- A/B test de mensagens técnicas vs comerciais. Priorize receita por teste, não apenas taxa de clique.
- Mensure: taxa de conversão por etapa, tempo médio de qualificação, receita incremental.
- Entregável em 90 dias: ciclo de otimização estabelecido.
Nada aqui é dogma. Ajuste. O importante é começar. E medir.
Como executar em 30/60/90 dias (prático)
Dias 0-30: quick wins. Ajuste formulários. Faça 10 entrevistas por persona. Lance primeiro fluxo de nutrição pré-safra. Treine time comercial em scripts. Monte dashboard básico. Saídas: personas, formulário novo, primeiro fluxo, e vendedores com roteiro.
Dias 31-60: escale os playbooks que deram certo. Expanda automação para duas culturas ou regiões. Faça testes controlados: A/B regionais. Capacite lideranças em delegação com casos reais. Saídas: playbooks replicáveis, scoring recalibrado.
Dias 61-90: consolide relatórios e cadência mensal. Padronize revisão de KPIs e rota de decisão. Documente os processos que geraram resultado. Saídas: relatório consolidado, plano de escalonamento e agenda de revisões.
Curto, simples. Mas exige disciplina. E hábito.
Case resumido
Uma revenda sulista aplicou o playbook de jornada e automação. Em 60 dias aumentou a taxa de conversão de oportunidades qualificadas em 28%. Reduziu o tempo médio de qualificação em 22%. O segredo? Foco em conteúdo técnico curto e capacitação da equipe comercial para usar scripts de qualificação.
Eles também mudaram o formulário. Pergunta nova: “Qual a maior dor na safra atual?”. Isso reordenou leads. Antes tinham volume. Agora têm qualidade. O vendedor chegou para a visita com script. Conversa mais curta. Decisão mais rápida. E, claro, o time comemorou. Merecido.
Recursos e templates
- Checklist de entrevista com produtor — perguntas abertas, gatilhos de compra, sinais de influência.
- Template de fluxo de nutrição para pré-safra — três e-mails, um vídeo curto, um convite para webinar.
- Script de qualificação para vendedores — versão técnica e versão comercial.
Se quiser aprofundar como fazer pesquisa de campo e escolher métodos, confira um apanhado de ferramentas de pesquisa de mercado. Tem técnicas práticas que aceleram validação de ICP.
Como mensurar cada passo
- Persona: taxa de correspondência entre leads e decisores. Meta: reduzir leads irrelevantes em 30% no trimestre.
- Playbook: conversão por etapa da jornada. Meta: +20% na taxa de avanço da consideração para decisão em 60 dias.
- Integração: tempo médio para repassar lead do marketing para comercial. Meta: <24 horas para lead qualificado.
- Automação: engajamento nos fluxos (abertura, clique, ações). Meta: tempo de qualificação reduzido em 15%.
- Capacitação: NPS interno do time sobre scripts e materiais. Meta: NPS>60 em 90 dias.
- Testes: receita incremental por teste. Meta: ROI positivo em 2 testes.
Métrica sem ação é vaidade. Então defina o que cada KPI provoca. Por exemplo: quando taxa de avanço cair 5%, rodar revisão do playbook em 7 dias.
Tabela de prioridades por tipo de empresa
| Tipo de empresa | Prioridade 0-30 dias | Prioridade 31-60 dias |
|—|—|—|
| Agroindústria | Mapear jornada do comprador institucional | Construir playbook de conteúdo técnico |
| Revenda agrícola | Ajustar formulário de lead e scoring | Automatizar fluxos para nutrição |
| Loja de maquinário | Treinar vendedores em scripts técnicos | Testar demos e trials no campo |
| Indústria de insumos | Criar webinars técnicos por cultura | Mensurar retenção por recomendação |
| Agritech | Validar ICP e acelerar pilotos | Estruturar case studies com clientes |
Use a tabela como guia. Não é regra fixa. Cada contexto pede adaptação.
Erros comuns e como evitar
- Começar por tecnologia. Erro. Antes, defina personas e processo. Tecnologia só acelera o que já funciona.
- Mensurar cliques como sucesso. Clique não paga conta. Foque em custo por oportunidade qualificada.
- Treinar sem repetir. Treinamento só funciona com reforço. Faça roleplays semanais.
- Testar muitas variáveis ao mesmo tempo. Isolar variável. Teste uma hipótese por vez.
Se algo não funcionar, registre. Não descarte rápido. Ajuste. E repita o teste com variação controlada.
Cultura e liderança
Mudança operacional exige mudança cultural. Liderança tem papel central. Pequena prescrição:
- Delegue com critérios: resultado esperado, prazo, budget. Não entregue passo a passo. Liberdade com limites.
- Ritualize cadências: reuniões curtas, pauta fixa, e follow-up publicado em 24h.
- Feedback estruturado: combine 1:1 quinzenal focado em desenvolvimento. Seja direto. Seja humano.
Líderes que controlam demais atrasam ciclos. Líderes que não medem nada criam caos. O equilíbrio é simples — porém difícil. Requer disciplina.
Teste real — como executar um A/B com foco em receita
- Defina hipótese clara: “Vídeo técnico aumenta taxa de avanço de consideração em 12%”.
- Segmente audiência por comportamento — não só por região.
- Controle período e tamanho da amostra. 2 semanas mínimas.
- Meça receita gerada por cada grupo, não apenas cliques.
- Se vencedor, escale com playbook, documente e treine equipe de campo.
Teste A/B serve para aprender. Não para provar que você estava certo.
Observações finais (sem ser final)
Tudo aqui foi pensado para ser executável. Pouco papo, muita ação. Comece pequeno. Ganhe crédito com resultados. Depois escale. Lembre-se: o produtor decide com critérios práticos. Sua comunicação deve ser prática também.
Se tiver dúvida sobre como formatar um infográfico ou checklist — há guias práticos que ajudam na produção de ativos de marketing. Mas antes de produzir, valide o que o produtor realmente precisa. Faça a pergunta certa. E repita.
Imagem sugerida: equipe em workshop montando playbook em flipcharts, post-its e um laptop mostrando automação. Cena de ação. Mãos no quadro. Planejamento que vira rotina.
Próximo passo lógico no artigo: entender como implementar sem paralisar a operação. O capítulo seguinte mostra o roteiro de 90 dias e a forma de mensurar sem sobrecarregar o time. Siga em frente. Comece pelo primeiro checklist. Faça ontem. Ou hoje. Rápido. E consistente.
Implementação, mensuração e liderança em campo
Como implementar sem paralisar a operação
Mudar mentalidade sem travar a máquina. Fácil dizer, difícil fazer. A resposta está no ritmo: passos curtos, resultados visíveis, confiança construída dia após dia. Na Imersão EAG vimos equipes que acreditavam que mudar tudo de uma vez era sinal de coragem. Não é. Coragem é admitir que incremental é estratégico.
Comece pela prova de conceito. Algo pequeno. Algo que traga dados. Uma alteração de formulário que filtre melhor leads. Um fluxo de nutrição simples. Um script de qualificação para vendedores. Ganha rápida. Teste. Ajuste. Repete. Isso cria energia. Energiza o time. E calma: a operação não explode.
Conto rápido. Numa revenda do sul, o time levou três semanas para alinhar um novo formulário de lead. Depois? Em 14 dias, passaram a ver leads mais relevantes. Motivação subiu. Não era mágica. Era disciplina.
Use o método incremental. Pequenas vitórias importam. Porque mostram que o processo funciona. E quando a equipe vê, confia. Confiança gera autonomia. Autonomia acelera. É um ciclo.
Plano de 90 dias. Simples. Concreto. Não é dogma. É roteiro.
- Dias 0-30: priorizar quick wins. Ajustar formulários. Criar primeiro fluxo de nutrição. Treinar time comercial.
- Dias 31-60: escalar playbooks que funcionaram. Iniciar testes controlados por região ou cultura.
- Dias 61-90: consolidar relatórios. Definir cadência de revisão mensal.
Detalhe importante: no primeiro mês, o objetivo não é perfeição. O objetivo é aprendizado. Entregue algo útil. Recolha sinais. As métricas que importam são simples e diretas. Não invente KPIs que confundem.
Métricas que realmente importam:
- Leads qualificadas por campanha
- Taxa de avanço no funil (descoberta → consideração → decisão)
- Tempo médio de qualificação
- Receita incremental por campanha
- Retenção e NPS entre clientes atendidos pelo novo fluxo
Colete semanalmente. Olhe para tendência, não para ruído. Semana ruim é normal. Mantenha a cadência. Reuna rápido. Decida rápido. Ajuste.
Liderar sem centralizar. Esse é o ponto. Gestores precisam criar autonomia guiada. Delegue com critérios. Defina resultado esperado, prazo e orçamento. Pare de ditar tarefas. Explique o objetivo. Dê limites. Observe.
Ritualize cadências. Reuniões curtas. Foco. KPI padrão. O time precisa saber o que será revisado e quando. Isso reduz burocracia. E aumenta responsabilização.
Feedback estruturado. 1:1 para desenvolver habilidades. Não é conversa sobre tarefas. É desenvolvimento. Perguntas claras. Observações objetivas. Planos de ação curtos.
Checklist operacional para não perder a mão:
- Validar 3 personas de produtor
- Definir 2 playbooks prioritários
- Implementar 1 automação de nutrição
- Treinar 8 vendedores em script de qualificação
- Medir 3 KPIs semanais e ajustar
Cada item do checklist tem dono. Cada dono tem prazo. Simples. Duro de cumprir, porque exige disciplina. Mas necessário.
Como executar o redesign de personas sem paralisar atendimento:
- Escolha um recorte pequeno: 3 personas.
- Faça 10 entrevistas semiestruturadas por persona.
- Identifique gatilhos de compra: renovação de maquinário, época de plantio, necessidade de assistência técnica.
- Ajuste formulários e scoring baseado nesses gatilhos.
Não busque perfis perfeitos. Busque padrões que mudam decisões. Com dados, o time comercial passa a confiar no lead. E vende melhor.
Playbooks baseados em jornada. Esse passo destrava tempo da equipe comercial. Em vez de improvisar, o vendedor segue um roteiro com flexibilidade.
Mapeie discovery, consideração e decisão. Crie templates: vídeo técnico curto, checklist pré-safra, webinar técnico. Teste formato e mensagem. Mensagens curtas funcionam melhor no campo.
Integração comercial-marketing não é reunião por reunião. É foco em resultado. Reuniões semanais de 30 minutos. KPIs compartilhados: leads qualificadas, taxa de avanço no funil, CAC por oportunidade. Nomeie um responsável por fechar a semana. Alinhe next actions. E pronto.
Automação e qualificação progressiva. Fluxos simples, gatilhos comportamentais. Não tente automatizar tudo de primeira. Implemente uma automação de nutrição com 3 passos e um critério claro de passagem para o comercial. Ajuste scoring conforme interações. Isso reduz tempo de qualificação.
Capacitação do time. Sessões quinzenais. Conteúdo prático. Delegação. Feedback. Decisão baseada em dados. Não é treinamento mágico. É treino repetitivo. Roleplays. Scripts. Revisão de chamadas reais.
Testes e otimização contínua. A/B de mensagens técnicas vs comerciais. Priorize receita por teste. Se um teste não traz receita, revise hipótese. Teste curto. Defina hipótese clara. Periodicidade: duas semanas por ciclo de teste.
Um case prático. Uma agritech participou da Imersão EAG e seguiu esse roteiro. Começaram ajustando formulários e um fluxo de nutrição básico. Treinaram o time comercial numa tarde. Em 30 dias já tinham quick wins. Entre 31-60 dias escalaram aqueles playbooks que deram certo. Em 90 dias consolidaram relatórios e uma rotina de revisão mensal.
Resultado: onboarding de clientes mais ágil. Churn inicial caiu. Time de sucesso identificou rapidamente clientes com maior probabilidade de ampliar uso da plataforma. A receita incremental apareceu. Não por milagre. Por foco no que realmente importa.
Checklist de liderança para gestores, na prática:
- Reuniões semanais de 30 minutos com foco em obstáculos
- 1:1 quinzenal para desenvolvimento de talentos
- Revisão trimestral de estrutura de incentivos alinhada a KPIs de longo prazo
Veja: reuniões curtas, feedback constante e incentivos alinhados. Parece óbvio. Mas poucos executam. O que mata projetos não é a falta de ideia. É a falta de disciplina.
E sobre relatórios: consolide em dashboards enxutos. Não invente mil métricas. Escolha 5 que contam a história. Atualize com frequência. Formato padrão. Assim as reuniões são mais objetivas.
Métricas semanais sugeridas:
- Número de leads qualificadas
- Taxa de avanço no funil
- Tempo médio de qualificação
Se esses 3 melhoram, provavelmente o resto melhora também. Se não, investigue causa. Use 1:1 para desenvolver soluções.
Ritual de revisão mensal. Reúna stakeholders em 45 minutos. Três blocos claros:
- O que funcionou (e por que)
- O que não funcionou (hipóteses)
- Próximos passos com responsáveis
Regra: nada de apresentar só slides cheios de texto. Mostre resultados. Mostre dados. Mostre próximas ações.
Delegação com clareza. Exemplo prático: peça ao analista para entregar o playbook X em 30 dias. Dê limite de orçamento. Explique o resultado esperado. Não diga como ele deve gastar o tempo. Isso permite criatividade dentro do objetivo.
Feedback 1:1. Estruture assim:
- 5 minutos: revisão rápida das entregas
- 10 minutos: pontos de desenvolvimento
- 10 minutos: acordos de ação para as próximas duas semanas
Curto. Direto. E com registro. Sem registro, esquenta e esfriou. Nada ficou.
Ferramentas e templates recomendados (sem nomes de produto): templates para fluxo de nutrição, script de qualificação, checklist de entrevistas com produtor. Use um repositório acessível pela equipe. Atualize com aprendizados.
Evite paralisar a operação com projetos gigantes. Se você tem uma lista infinita de melhorias, priorize pelo impacto e facilidade de execução. Mapa rápido:
- Impacto alto, esforço baixo: priorizar sempre
- Impacto alto, esforço alto: dividir em fases
- Impacto baixo, esforço baixo: considerar segundo plano
- Impacto baixo, esforço alto: descartar
Outra história curta. Uma revenda separou duas regiões para testes controlados. Em uma região aplicaram o playbook completo. Na outra, mantiveram o processo antigo. Em 60 dias, a taxa de conversão subiu 28% na região piloto. Tempo médio de qualificação caiu 22%. Resultado claro. Dados que vendem mudança.
Integração com conteúdo. Conteúdo técnico curto funciona. Não precisa de peças longas todo tempo. Vídeos de 2 minutos, checklists pré-safra, e webinars técnicos curtos têm melhor aceitação no agro. Se quiser ler mais sobre gerar vendas com conteúdo de valor, temos um material que complementa bem esse capítulo: gerar vendas com conteúdo de valor no agro. Use isso como apoio aos playbooks.
Por fim, liderança em campo não é show. É presença estratégica. Ir ao campo, ver o processo rodando, conversar com vendedores e produtores. Leve um tablet. Mostre números. Pergunte. Ouça. E volte ao escritório com ações claras.
Resumo sem ser óbvio: implemente em ondas. Priorize pequenas vitórias. Meça o que importa. Delegue com critérios. Ritualize cadências. Estruture feedbacks. E sempre teste antes de escalar.
Se fizer tudo isso, a operação seguirá funcionando. E vai melhorar. Não do dia pra noite. Mas de forma consistente. Esse é o jeito prático de mudar mentalidade e liderança no agro. E funciona quando aplicado com disciplina. Simples. E exige trabalho.
Quer fazer parte da maior comunidade de profissionais de agromarketing do Brasil? Inscreva-se e transforme sua liderança com a mentoria de Ben Martin Balik.
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Sobre
Mentoria com Ben Martin Balik: programa intensivo focado em agromarketing estratégico, playbooks práticos, sessões de implantação em campo e acompanhamento por 90 dias. Inclui templates de automação, scripts de qualificação, checklists de implementação e acesso à comunidade exclusiva de profissionais do setor.