Comece o Dia com Propósito: 3 Passos para Diferenciar Seu Agromarketing

Gestor de marketing do agro com tablet mostrando calendário de conteúdo e visão estratégica.

Você já percebeu que, para muitas equipes do agro, o dia começa respondendo demandas alheias e não servindo ao crescimento da marca? Quando você não define um propósito claro para seu trabalho diário, passa a executar o plano de outra pessoa — fornecedores, gestores ou expectativas irrelevantes. Este conteúdo entrega rotinas práticas, decisões digitais e táticas de agromarketing pensadas para analistas e gestores de Agro Indústrias, Revendas Agrícolas, Lojas de Maquinários, Indústrias de Insumos e Agritechs. Você encontrará critérios para identificar o propósito da sua área, alinhar conteúdo e jornada de leads, e mensurar impacto com indicadores que importam no campo. Ao final, terá ferramentas acionáveis para começar a cada manhã com foco, priorizar o que gera valor e recusar o que dilui sua estratégia. Prepare-se para transformar a rotina em vantagem competitiva e colocar sua equipe no controle da narrativa de marca.

Por que propósito importa no agro e como identificar o seu

Por que propósito importa no agro e como identificar o seu

Eles chegam cedo. Feiras, cotações que mudam, pedidos do comercial. É rotina. E a equipe de marketing olha pro fogo que precisa apagar. Dá pra entender. Responsabilidade pesa. Tem pressa.

Mas quando o dia é só apagar incêndio, algo se perde. A voz da marca fica fraca. O time vira um hub de urgências. Prioridades externas ditam a agenda. Resultado: conteúdo inconsistente, leads mal nutridos e esforço desperdiçado. Você já sentiu isso. Eu sei. E não é culpa de quem está na linha de frente.

Há duas forças que empurram o marketing pro reativo. Primeiro: demandas imediatas do comercial — ofertas, cotações, peças pra venda. Segundo: eventos e campo — feiras, dias de porteira aberta, safra. Eles mandam. E a equipe responde. OK, urgente. Mas aí vem a conta: menos estratégia, menos mensuração, menos impacto.

Pense num produtor que recebe dez mensagens diferentes da mesma marca em uma safra. Confuso. Pouco memorável. A chance de conversão cai. O problema é simples: falta propósito.

Propósito não é jargão bonito. É um filtro prático. Um motivo claro que orienta o que fazer — e o que dizer não. Quando o propósito existe, prioridades ficam mais fáceis. Você evita reuniões que não contam, peças que não convertem, sequências de e-mail que não nutrem.

Como identificar propósito na prática? Não é filosofia vazia. É método. Aqui vai um passo a passo direto, que você pode testar hoje.

1) Mapear stakeholders de alto impacto

Liste quem influencia negócios e decisões. Use uma folha. Rápido.

  • Produção/Produtores
  • Equipe de vendas diretas
  • Revendas e distribuidores
  • Compradores de agroindústria
  • Times técnicos (zootecnia, agronomia)
  • Parceiros de tecnologia (agritechs)
  • Associados e cooperativas
  • Influenciadores locais (líderes comunitários)

Para cada stakeholder, responda três perguntas curtas: qual é a dor? qual é o ganho desejado? quem mais influencia essa pessoa? Depois priorize por impacto e frequência.

Por que isso importa? Porque propósito tem que servir a alguém. Se você só pensa em “brand awareness”, sem olhar quem compra e quem decide, perde-se eficácia.

2) Listar 3 objetivos de negócio que marketing deve suportar

Escolha três metas claras. Só três. A lista fica mais fácil de executar.

  • Geração de leads qualificados para vendas (volume + qualidade).
  • Aceleração do ciclo de decisão em clientes estratégicos.
  • Retenção e aumento de ticket em clientes existentes.

Esses objetivos funcionam como checkpoint. Cada peça produzida deve servir a pelo menos um desses objetivos. Se não servir, repense.

3) Definir 1 promessa de valor por segmento

Promessa é curta. É a razão de ser da comunicação para aquele segmento. Ela orienta título, CTA, conteúdo e nutrição.

  • Agroindústria: “Garantir eficiência e previsibilidade operacional para reduzir perdas.”
  • Revenda: “Aumentar o giro de estoque com ofertas que conversam com o produtor local.”
  • Maquinário: “Maximizar tempo de funcionamento e reduzir custo por hectare.”
  • Insumo: “Melhorar produtividade por safra com recomendações técnicas comprovadas.”
  • Agritech: “Simplificar a tomada de decisão com dados práticos e ações imediatas.”

Essas promessas guiam tudo. Desde o calendário editorial até a sequência de nutrição de leads.

Agora um exemplo prático. Vem comigo.

Exemplo aplicado a chasocial e leadcultura

Imagine uma equipe que chama sua estratégia de conteúdo de leadcultura. É um jeito de dizer: nutrir leads com cultura de campo, histórias e dados. Já a chasocial — digamos — é o canal onde as histórias acontecem. São labels de estratégia, não produtos.

Para o segmento de insumo, a promessa foi: “Melhorar produtividade por safra com recomendações técnicas comprovadas.” A equipe então criou uma trilha de conteúdo:

  • Topo de funil: histórias reais (casos de produtor) publicadas em social. Curto. Engaja. Autoridade.
  • Meio de funil: guias técnicos em PDF e vídeos com agrônomos. Leadcultura aqui nutre com credibilidade.
  • Fundo de funil: demonstrações técnicas em campo e ofertas de teste.

Na prática, chasocial passa a ser o palco das histórias. Não é só empurrar oferta. É mostrar resultado. O lead que veio por uma história tem um roteiro de e-mails. O primeiro e-mail agradece. O segundo entrega o guia técnico prometido. O terceiro convida pra demonstração. Sequência curta. Sequência relevante.

O diferencial: cada peça segue a promessa do segmento. A mensagem é coerente. O time de vendas recebe um lead com contexto. Não chega frio. Isso reduz tempo de follow-up. Converte mais. E você mede.

Como o propósito orienta conteúdo e nutrição

  • Foco nas perguntas que o público faz, não nas features do produto.
  • Conteúdo com promessa em mente gera títulos e CTAs claros.
  • Nutrição vira jornada: awareness → educação técnica → prova social → decisão.
  • Métricas acompanham objetivos: taxa de qualificação, tempo para decisão, CAC por segmento.

Se quiser ver exemplos de como gerar esse tipo de conteúdo que converte, tem um bom material que explica como gerar vendas com conteúdo de valor no agro. Dá para adaptar rápido.

Uma tabela rápida pra clarear escolhas

| Abordagem | Prós | Contras | Métricas associadas |
|—|—|—|—|
| Reativo | Resolve urgências; alto índice de satisfação imediata | Baixa estratégia; comunicação incoerente; desperdiça recursos | Número de tarefas concluídas; tempo médio de resposta |
| Operacional | Processos claros; entrega consistente de ativos | Foco em volume, não em impacto; ainda pouco alinhado à visão | Taxa de entrega no prazo; custo por peça; frequência de publicação |
| Orientado por propósito | Mensagens coerentes; maior geração de valor; vendas mais rápidas | Exige disciplina; investimento em definição inicial | Taxa de conversão por segmento; tempo médio de fechamento; LTV/ CAC |

Leia a tabela e pense: qual desses modos sua equipe está operando? Uma forma simples de testar: olhe os últimos 10 ativos criados. Quantos tinham uma hipótese de impacto mensurável?

Indicadores. Eles importam. Mas o que medir depende do propósito. Se a promessa é acelerar decisão, meça tempo até a demonstração. Se a promessa é retenção, meça churn por segmento.

E os pontos de atrito? Há sempre.

  • Feiras pedindo 20 artes. Prioridade. Urgente.
  • Comercial pedindo desconto e peça em 3 horas.
  • Relatório executivo que precisa sair ontem.

Empatia aqui: essas coisas não somem magicamente. Mas com propósito claro, você diz não com argumento. Não é grosseria. É alinhamento. “Estamos focados em acelerar decisão de compradores industriais este trimestre. Posso priorizar seu pedido na próxima sprint.” Simples assim.

Algumas armadilhas comuns

  • Propósito genérico demais. Ex: “ser referência”. Isso não orienta ação.
  • Propósito isolado da realidade de vendas. Deve suportar metas reais.
  • Falta de dono. Se ninguém defende o propósito, ele vira papel.

Como formalizar sem burocracia

  • Escreva a promessa em uma frase. Curta.
  • Crie um mapa simples: stakeholder → promessa → métrica.
  • Faça uma revisão mensal rápida com comercial.
  • Tenha um checklist público para aprovar peças.

Checklist acionável: 6 itens para avaliar se o propósito está claro

  1. Todos na equipe conseguem recitar a promessa por segmento em menos de 15 segundos?
  2. Cada peça entrega evidência que responde a uma das 3 metas de negócio?
  3. Existe um mapa de stakeholders atualizado e priorizado por impacto?
  4. Sequências de nutrição têm objetivo medido (qualificação, demo, compra)?
  5. O time consegue justificar uma negativa a pedidos urgentes com base no propósito?
  6. Métricas principais (3) estão visíveis num dashboard simples e revisadas semanalmente?

Se você respondeu não a duas ou mais perguntas, há trabalho. Não é culpa sua. É sinal.

Por fim: propósito não é vela sagrada que resolve tudo. É uma lente. Uma lâmina que corta ruído. Quando bem definida, orienta conteúdo, nutrição de leads, relacionamento com vendas e decisões sobre feiras. E ainda ajuda a dizer não sem medo.

Continue. Defina. Teste. E quando o próximo pedido urgente chegar, você terá um critério para decidir. É simples. Dá trabalho. Mas funciona.

Rotinas matinais estratégicas para equipes de agromarketing

Rotinas matinais estratégicas para equipes de agromarketing

1) Preparação pessoal do analista/gestor (15-30 minutos)

A manhã começa antes das notificações. Levante. Tome um café. Abra sua lista. Em 15 a 30 minutos você decide o tom do dia. Aqui está um fluxo prático:

  1. Check rápido das métricas vitais (5-8 min)
  • Veja indicadores de conversão noturnos. Leads novos. Taxa de abertura de e-mail. Cliques nas peças ativas.
  • Use um painel simples, só o essencial. Evite dashboards longos.
  1. Priorização clara (5-10 min)
  • Liste 3 tarefas altas para hoje. Uma delas deve gerar valor comercial direto.
  • Pergunte: isso preserva nosso propósito? Se não, não entra.
  1. Microplanejamento (5-10 min)
  • Bloqueie no calendário. 1 bloco foco pela manhã. 1 bloco tarde para ops.
  • Defina limites: sem reuniões nas duas primeiras horas.

Modelos práticos de priorização

  • Prioridade A: impacta meta da semana. Ex.: ativar audiência para safra.
  • Prioridade B: suporte a vendas. Ex.: peça pronta para visitador.
  • Prioridade C: melhorias e aprendizado. Ex.: testes A/B.

Métricas diárias recomendadas nessa preparação

  • Leads qualificados recebidos (número)
  • Taxa de abertura de e-mail (últimas 24h)
  • Cliques em CTA de campanha ativa
  • Número de leads quentes atribuídos ao field

Curto e direto. Dá pra respirar. Dá pra dizer não.

2) Huddle rápido com equipe e vendas (10 minutos)

O huddle é um ritual. Curto. Intencional. Você precisa do time unido, não de um relatório longo.

Roteiro de três perguntas (10 minutos)

  1. O que você fez ontem que nos moveu pra meta?
  2. Qual é o bloqueio que pode parar a conversão hoje?
  3. O que você precisa de mim ou do time de campo agora?

Formato sugerido

  • 0:00–0:30 — abertura, 1 frase de propósito. “Hoje focamos em demos para revendas”.
  • 0:30–6:00 — cada líder responde as três perguntas. Máx 60s por pessoa.
  • 6:00–8:00 — identificar 2 ações imediatas para vendas.
  • 8:00–10:00 — confirmação de responsáveis. Check-in rápido de leads quentes.

Template rápido de mensagem para fechar o huddle (para chat)

  • “Resumo: 1) Prioridade: demo revenda; 2) Bloqueio: peça técnica; 3) Responsáveis: Ana (peça), João (agenda demo).”

Use esse texto. Cole no chat do time. Simples. Evita ruído.

3) Sincronização de conteúdo digital (CMS/CRM/social) e checagem de leads quentes

Depois do huddle, hora de alinhar o que aparece para o público e o que entra no funil.

Passos práticos

  1. Verifique o CMS e a grade social (5-10 min)
  • Confirme que a publicação agendada está ativa.
  • Ajuste textos se houver notícia de última hora no campo.
  1. Sincronize com o CRM (5-10 min)
  • Veja leads atribuídos nas últimas 12 horas.
  • Marque os leads quentes com etiqueta específica.
  1. Priorize contatos para ação imediata (5 min)
  • Se um lead tem comportamento de alta intenção, acione agora.
  • Envie um template de qualificação rápido para o field.

Checklist de sincronização

  • Publicações agendadas: ok/não ok
  • Landing pages: URLs válidas
  • Formulários: fields essenciais preenchidos
  • Integração CMS→CRM: dados fluindo

Template de mensagem para leads quentes (para field)

  • “Lead quente: [nome]. Origem: [campanha]. Interações: [email aberto x2, clique em demo]. Ação: ligar nas próximas 2h. Observações: [breve].”

Dica técnica

  • Mantenha automações para sinalizar lead quente. Não espere o humano detectar. A automação é o primeiro filtro.

Ferramentas digitais recomendadas (genéricas)

  • Agenda compartilhada: bloqueio de foco e visibilidade da equipe.
  • Automação de e-mail: nutrição guiada e alertas de comportamento.
  • Dashboard simples: 4 KPIs no topo, sem distrações.
  • Integração CMS↔CRM: evita perda de leads.
  • Chat interno leve: huddle, alinhamentos rápidos.

Explique às pessoas: menos ferramentas, melhor uso.

4) Bloco de execução focado em ativos de alto impacto (90-120 minutos)

Agora o trabalho profundo. Sem reuniões. Sem mensagens. Só execução.

Como escolher o que entra nesse bloco

  • Priorize ativos que movem a receita: campanhas de conversão, peças comerciais, relatórios para vendas.
  • Tarefas pequenas entram em outro horário.
  • Se não ajuda a cumprir a promessa de valor, não entre aqui.

Agenda de bloco de execução (modelo diário)

  1. 0–15 min: revisão rápida do objetivo do bloco e checklist.
  2. 15–75 min: execução concentrada (produção de peça, ajuste de campanha).
  3. 75–90 min: revisão e upload para CMS/CRM. Testes de links.
  4. 90–120 min: instrução rápida ao time de campo (se necessário).

Modelos de artefatos de alto impacto

  • Peça comercial pronta para field: one-pager com 3 benefícios, CTA, próximos passos.
  • Campanha de nutrição: 3 e-mails sequenciais com oferta técnica.
  • Relatório de 1 página para revenda: resumo de performance semanal.

Como reduzir interrupções e dizer não

  • Use respostas prontas: “Vou priorizar A hoje. Podemos rever B amanhã?”
  • Bloqueie o calendário com rótulo “Não interromper”.
  • Delegue tarefas pequenas para um fluxo operacional.
  • Tenha critérios claros: só interrupções classificadas como “impacto imediato à safra” entram.

Frases para dizer não, sem fechar portas

  • “Entendi. Hoje estou no bloco de entrega. Posso olhar às 15h e te dar retorno.”
  • “Isso é importante, mas não é prioridade do dia. Posso incluir no backlog para amanhã.”

Seja firme, educado e ofereça alternativa.

Indicadores diários e semanais (exemplos práticos)

Diários

  • Nº de leads qualificados atribuídos
  • Leads em follow-up nas próximas 24h
  • Abertura média de e-mails enviados nas últimas 24h
  • Cliques em CTA das publicações

Semanais

  • CPL médio por campanha
  • MQL→SQL em 7 dias
  • Volume de demonstrações agendadas
  • Taxa de conversão por segmento (revenda, maquinário, insumo)

Use esses números para decisões, não para desculpas.

Template de agenda diária (exemplo)

  • 07:30–07:45 — preparação pessoal: métricas e priorização
  • 07:45–07:55 — huddle com vendas e time
  • 08:00–09:30 — bloco de execução A (campanha ativa)
  • 09:30–10:00 — sincronização CMS/CRM e leads
  • 10:00–12:00 — reuniões compactas ou execução B
  • 14:00–16:00 — bloco de execução C (peças comerciais)
  • 16:00–17:00 — agradecimentos, revisão e atualização de indicadores

Adaptável, sempre. Mas com disciplina.

Exemplo de cronograma semanal usando “leadcultura” como estratégia de nutrição

  • Segunda: Planejar conteúdo da semana. Definir peça foco para nutrição.
  • Terça: Disparar e-mail 1 (educacional) para leadcultura.
  • Quarta: Publicar post técnico nas redes. Direcionar para landing.
  • Quinta: Enviar e-mail 2 (caso de uso, social proof).
  • Sexta: Revisar desempenho. Agendar follow-ups de leads quentes.

Por que funciona

Leadcultura não empurra venda. Educa. Cria confiança. Nutre o lead até ele pedir demonstração. Simples. E escalável.

Mensagens modelo para alinhar com vendas/field team

Mensagem de manhã (chat)

  • “Bom dia time. Hoje foco: agendar 6 demos com revendas. Leads quentes: @João, @Maria. Verifiquem no CRM e priorizem follow-up. Preciso de confirmação até 11h.”

Mensagem pós-huddle (email/CRM note)

  • “Resumo do huddle: Prioridade da manhã: campanha X. Ações: Ana ajusta landing, Pedro qualifica 3 leads. Prazos: 11h e 16h. Qualquer bloqueio, responda aqui.”

Mensagem para recusar pedido urgente

  • “Recebi seu pedido. Hoje estou em entrega crítica para campanha. Posso atender após as 15h. Se for caso de safra, me marque com urgência.”

Pequenas regras de ouro

  • Não aceite reunião fora do bloco de foco sem justificativa documentada.
  • Todas as ações que saem do backlog precisam de um motivo alinhado ao propósito.
  • Use checklists curtos. Eles evitam retrabalho.

E por fim, um lembrete sem poesia: rotina é músculo. Treina-se todo dia. Se a equipe respeita o tempo, o marketing no agro vira força de campo. Há menos fogo para apagar. Mais espaço pra estrategizar. Quer aprofundar a grade de conteúdo e calendário? Veja um guia prático sobre como montar um calendário editorial eficiente aqui: calendário editorial.

Siga o plano. Ajuste no campo. Repita.

Implementando propósito nas campanhas e mensurando impacto

Implementando propósito nas campanhas e mensurando impacto

Propósito não é slogan. É escolha. É o motivo que faz o produtor ligar pra sua revenda no meio da safra. Neste capítulo eu vou puxar tática. Mostrar como transformar valor em campanha. E como medir se aquilo que você chama de propósito realmente gera resultado comercial e reputacional.

Comece com um brief por propósito. Simples. O brief deve responder: qual problema agricultor tem? Que valor entregamos além do produto? Qual comportamento esperamos? E quais KPIs traduzem esse valor? Exemplo prático:

  • Objetivo: aumentar confiança técnica da revenda entre grandes produtores.
  • Mensagem central: visita técnica guiada por x anos de experiência e análise de solo.
  • Ação desejada: agendamento de visita técnica.
  • KPIs ligados ao valor: taxa de agendamento por contato (visitas por promoter), taxa de conversão de visita para venda, retenção por safra.

Outro brief, outra lógica. Para loja de maquinário:

  • Objetivo: reduzir churn de clientes industriais que fazem manutenção anual.
  • Mensagem central: parceria de manutenção preventiva que maximiza uptime.
  • Ação desejada: contrato de manutenção anual.
  • KPIs: contratos renovados por cliente, tempo médio entre falhas, NPS específico para clientes industriais.

Coloque esses KPIs no brief. Eles viram o mapa do que medir. Sem isso, propósito vira frase bonita.

Segmentação e mensagens por jornada. Não fale igual pra todo mundo. Isso vale muito no agro, onde decisão é técnica e relacional.

Pense em pelo menos três jornadas: descoberta, consideração e decisão. Mapear persona. Ex.: comprador da fazenda grande, técnico de campo, gerente de frota da agroindústria.

Para cada etapa defina: objetivo da mensagem, formato e CTA.

  • Descoberta: objetivo = construir consciência e confiança. Formatos = vídeo curto com história do técnico, post com dados locais, artigo técnico. CTA suave: baixar checklist ou assistir webinar.
  • Consideração: objetivo = demonstrar capacidade e especificidade. Formatos = estudo de caso local, comparativo técnico, webinar com Q&A. CTA: agendar diagnóstico ou entrar em contato com promoter.
  • Decisão: objetivo = facilitar o fechamento. Formatos = demonstração in loco, proposta técnica, ROI projetado por safra. CTA: agendar visita técnica/agendar demonstração.

Crie mensagens que cruzem propósito com benefício tangível. Ex.: “Nossa visita técnica reduz tempo de aplicação em X%” ao invés de “somos parceiros do produtor”. Curto. Direto.

Testes e validação. Aqui a prática manda. Teste mensagens de propósito vs mensagens genéricas. Monte A/B que realmente isolem a variável “propósito”.

Exemplo de A/B simples em anúncios:

  • Variante A (propósito): vídeo de 30s mostrando um técnico da revenda fazendo análise de solo na fazenda, com depoimento do cliente falando da economia com insumos.
  • Variante B (genérica): imagem do produto com desconto e call to action “compre agora”.

Métricas de comparação: CPL (custo por lead), taxa de conversão para demonstração, qualidade do lead (por exemplo, percentual de leads que viraram agendamento técnico).

Para landing pages, faça o mesmo. Isolar elemento-chave. Teste título, prova social (depoimento técnico vs selo genérico), e CTA. Use testes sequenciais. Primeiro teste o título, depois teste o formulário e a oferta.

Exemplo de hipótese: “Uma landing com depoimento do produtor aumenta agendamentos em 25% comparada a landing genérica”. Teste. Meça. Se não funciona, mude a prova social. Simples.

Fluxos de nutrição. Quando o lead entra, ele não pode esfriar. Mapear um fluxo por jornada. Exemplo para revenda agrícola:

1) Lead baixa checklist (dia 0). Enviar e-mail com confirmação e link para vídeo técnico (dia 1).
2) E-mail com estudo de caso local (dia 4). Incluir CTA pra agendamento técnico.
3) SMS breve lembrando disponibilidade de visitas (dia 8) — uso de SMS quando estiver perto da janela de aplicação.
4) Se sem resposta, enviar convite para webinar técnico (dia 14).

Para loja de maquinário:

1) Lead solicita demonstração (dia 0). Enviar proposta de datas e checklist pré-demo (dia 1).
2) Conteúdo técnico sobre ROI da máquina em 3 safras (dia 5).
3) Case industrial em PDF e convite para visita técnica (dia 10).

Cada e-mail deve ressaltar o propósito: segurança operacional, ganho de eficiência, redução de risco. Nada de jargão vazio.

Dashboards essenciais e métricas que importam no agro. Não adianta ter 100 indicadores. Escolha os que traduzem valor.

Métricas primárias que sempre entram no painel:

  • CPL (Custo por Lead): fundamental. Mostra eficiência de aquisição.
  • Taxa de conversão em demonstração/visita técnica: é o passo que conecta marketing a venda.
  • MQL-to-SQL: qualificação técnica que sinaliza leads prontos para campo.
  • Retenção por safra: mede impacto no ciclo longo.
  • Taxa de agendamento por promoter: indicador operacional para redes de revenda.

Métricas secundárias úteis:

  • Tempo médio para conversão (dias).
  • NPS por segmento (industrial vs produtor individual).
  • Custo por contrato renovado.
  • Engajamento em conteúdo técnico (tempo médio de vídeo, downloads).

Um dashboard funcional tem camadas. Topo com KPIs primários. Abaixo, origem por canal. E um bloco de qualidade de lead por origem. Atualização diária para CPL e leads. Atualização semanal para conversão e MQL-to-SQL. Mensal para retenção por safra e contratos renovados.

Segue uma tabela prática. Use como modelo.

| Métrica | Tipo | Meta (exemplo) | Frequência de revisão |
|—|—:|—:|—|
| CPL | Primária | <= R$ 40 | Revisão diária/semana | | Taxa conversão em demonstração | Primária | >= 18% | Revisão semanal |
| MQL-to-SQL | Primária | 30% | Revisão semanal |
| Retenção por safra | Primária | >= 75% | Revisão mensal/por safra |
| Taxa agendamento por promoter | Primária | >= 12 agend./mês | Revisão semanal |
| Tempo médio para conversão | Secundária | <= 21 dias | Revisão semanal | | NPS segmento industrial | Secundária | >= 60 | Revisão mensal |
| Engajamento em conteúdo técnico | Secundária | >= 2 min médio de vídeo | Revisão quinzenal |

Exemplos práticos de peças para Revendas Agrícolas e Lojas de Maquinários. Histórias ajudam.

Revenda agrícola — anúncio no Facebook/Feed:

  • Visual: técnico em campo segurando amostra de solo. Produtor ao fundo. Texto curto: “Visita técnica que maximiza sua aplicação. Veja como reduzir custo por hectare.” CTA: Agende visita.
  • Landing page: título com promessa mensurável. Prova social: depoimento de produtor local com números. Formulário curto: nome, fazenda, telefone, janela de agendamento. CTA: “Agende sua visita técnica”.
  • Fluxo de nutrição: e-mail 1 com resumo do serviço e valor esperado; e-mail 2 com case local; ligação do promoter no dia 3 pra confirmação.

Lojas de maquinários — anúncio no LinkedIn/Google Ads:

  • Visual: máquina em operação, com destaque para uptime e economia. Texto: “Menos paradas. Mais safra. Saiba quanto você economiza por ano.” CTA: Solicitar demonstração.
  • Landing page: ROI calculadora simples. Seletor de porte de operação. Formulário pede contato técnico e horário preferido.
  • Fluxo de nutrição: envio de PDF com cálculo de ROI; convite para demo; ligação do vendedor técnico antes da demonstração.

Pequeno detalhe: integre o time de vendas e field team desde o começo. Eles vão dizer se o lead tem bom potencial. Use o huddle matinal descrito no capítulo anterior para alinhar leads quentes.

Medição de impacto qualitativa. Nem tudo se mede só com números. Colete feedback de campo. Pergunte: o que o produtor achou da visita? Isso entra no dashboard como NPS operacional.

Roteiro 30/60/90 dias para avaliar impacto e ajustar estratégia.

  • 30 dias — colocar tracking e testes no ar. Objetivos: campanhas ativas, primeiros A/B rodando, dashboard com CPL e leads funcionando. Entregáveis: relatório inicial com CPL por canal e taxa de conversão em demo. Ajuste rápido: pause criativos com CPL alto e baixa qualidade.

  • 60 dias — analisar qualidade dos leads. Objetivos: validar MQL-to-SQL, medir taxa de agendamento por promoter, rodar segundo round de A/B com variantes otimizadas. Entregáveis: lista de top 3 canais que geram leads qualificados. Ajuste: realocar verba e melhorar landings que não convertem.

  • 90 dias — avaliar impacto em vendas e retenção inicial. Objetivos: comparar retenção por safra (se aplicável), medir contratos renovados, NPS por segmento. Entregáveis: relatório de impacto com recomendações de longo prazo. Ajuste: consolidar mensagens de propósito que mostraram ROI e transformar em playbook para replicar.

Pequeno checklist prático para cada revisão:

  1. Conferir tracking (pixels, parâmetros UTM, eventos de formulário).
  2. Revisar qualidade do lead com time de vendas.
  3. Rodar A/B que isole hipótese de propósito.
  4. Atualizar criativos com provas locais.
  5. Redistribuir verba para canais com melhor MQL-to-SQL.

Um cuidado final: propósito vive também na consistência. Não adianta vender apoio técnico na campanha e depois entregar só preço. A promessa tem de bater com a operação. O campo nota. Ele não perdoa contradição.

Se quiser aprofundar em contar a história da sua marca no agro, tem um material que complementa bem essa abordagem. Dá uma olhada em como contar sua história de maneira que faça sentido pro produtor: contar a história do seu negócio no agro.

Vai haver erros. E tudo bem. Teste rápido. Ajuste. Insista nas mensagens que mostram valor mensurável. Propósito que não se converte, é só boa intenção.

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Sobre

Mentoria com Ben Martin Balik: programa de consultoria e mentoria voltado para analistas e gestores de agromarketing do setor agro. Inclui diagnóstico estratégico, construção de propósito e posicionamento, templates práticos (briefs, agendas matinais, workflows CRM), implementação de campanhas com acompanhamento hands-on, treinamento em chasocial e leadcultura, e acesso à comunidade exclusiva para troca de cases, eventos e masterclasses. Pacote com 3 meses de acompanhamento, avaliações quinzenais, auditoria de presença digital e roadmap 30/60/90 para garantir resultados mensuráveis.