Você já notou contas que publicam todo dia, mas continuam invisíveis para clientes e parceiros do campo? No agro, onde confiança, contexto local e credibilidade técnica valem tanto quanto preço, postar por postar não gera autoridade nem resultado comercial. Este texto apresenta um caminho objetivo: como diagnosticar por que sua marca perde relevância, quais elementos concretos elevam percepção e engajamento e como transformar seguidores em leads qualificados. Ao final você terá critérios para priorizar ações, um conjunto de estratégias testadas em empresas do setor e indicadores claros para medir progresso — tudo pensado para quem precisa justificar investimentos e entregar valor para cooperativas, revendas, indústrias e agritechs. Prepare-se para aplicar processos replicáveis que conectam linguagem técnica à jornada de compra do produtor rural.
Por que marcas perdem relevância nas redes e como diagnosticar o problema
Problema / contexto
Lembro de um caso: uma revenda regional que ganhou seguidores rápido. Postava todo dia. Vídeos de máquinas, fotos de estoque, umas promoções. Depois de seis meses, o alcance caiu. Engajamento sumiu. O time culpava o algoritmo. Culpa fácil. Culpa confortável.
A verdade é mais dura. Relevância não é só frequência. Relevância é contexto. É entender quem está do outro lado. Quem compra. Quem recomenda. Quem decide. No agro, esse público é heterogêneo: produtores, operadores, técnicos, consultores, revendas e, até, gestores de fazenda. Cada grupo reage diferente a formatos e mensagens. Falhar no diagnóstico é insistir no remédio errado.
Dói ver posts com boas fotos sem resultado. Dói mais quando isso vira rotina. Você não é o único. Muitas agroindústrias, revendas e lojas de maquinário repetem os mesmos erros. A consequência? Alcance orgânico caindo, leads ruins, CAC subindo. E, pior, queda de credibilidade no campo.
Causas principais — explicadas e aplicáveis
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Falta de estratégia de conteúdo: publicar sem funil. Sem objetivos claros. Conteúdo de topo que tenta vender. Conteúdo técnico que não educa. Sem calendário, sem pilar. Resultado: audiência confusa.
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Ausência de audiência qualificada: seguidores por volume. Seguidores comprados ou público genérico. Métrica vaidosa. Sem segmentação por perfil de produtor, por porte, por cultura. Ou seja: muitos olhos, pouquíssimos compradores.
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Métricas erradas: foco exclusivo em seguidores e curtidas. Ignora CTR, taxa de conversão por campanha, custo por lead qualificado, tempo médio de visualização em vídeo. Métricas de vaidade mascaram baixa eficiência.
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Inconsistência de linguagem: tom institucional num post, coloquial no outro. Mudança de voz confunde e reduz confiança. No agro, confiança é moeda. Se a cadeia não reconhece sua voz, não compartilha. Não recomenda.
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Desalinhamento entre vendas e marketing: leads que não chegam convertidos. Marketing empurra contatos frios. Vendas reclama da qualidade. Feedback loop inexistente. Campanhas custam mais, convertem menos.
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Ignorar contexto operacional do produtor: postar sem entender safra, janela de compra, itinerário de campo. Por exemplo, promover manutenção no pico de colheita. Timing errado mata a relevância.
Checklist de diagnóstico prático (passo a passo)
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Revisar objetivos por canal em 30 minutos: awareness, consideração, conversão. Anote. Se não houver objetivo, pare de publicar por publicar.
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Segmentar audiência: liste os 4 perfis principais (ex.: produtor 1 — grãos, produtor 2 — pecuária, técnico de assistência, revendedor). Compare seguidores atuais com esses perfis.
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Avaliar origem dos seguidores: orgânico, pago, parcerias. Use ferramentas de análise para ver cidades, função, interesses. Se 60% não estiver no ICP, há problema.
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Mapear conteúdo dos últimos 90 dias por pilar: educativo, comercial, prova social, institucional. Calcule taxa média de engajamento por pilar.
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Verificar métricas de funil: CTR dos anúncios, taxa de clique em links da bio, conversão de formulários, custo por lead qualificado (CPL) e CAC. Compare com metas internas.
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Analisar comentários e mensagens: perguntas repetidas, dúvidas técnicas, sentimento. Se aparecer muita confusão técnica, o conteúdo é superficial.
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Conferir consistência de linguagem: crie um amostra de 20 posts. Se mais de 30% muda tom, padronize a voz.
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Cruzar dados com vendas: peça ao time comercial as últimas 20 oportunidades vindas de social. Qual a taxa de fechamento? Qual o ticket médio? Identifique gaps.
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Fazer social listening rápido: procure menções à marca, comparação com concorrentes e termos do setor nas últimas 90 dias. Identifique temas recorrentes.
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Verificar timing editorial: cruza calendário editorial com calendário agrícola local. As campanhas estão dentro da janela de compra?
Execute esse checklist com dados reais. Leva um dia. No máximo dois. E entrega clareza.
Comparativo prático: “publicar por publicar” x “publicar com propósito”
| Métrica | Publicar por publicar | Publicar com propósito |
|—|—:|—:|
| Alcance | Alto variável, muitos impressões vazias | Alcance qualificado, audiência relevante |
| Engajamento | Curtidas ocasionais, poucos comentários úteis | Comentários técnicos, perguntas, salvamentos |
| CTR | Baixo, links ignorados | CTR otimizado, chamadas claras, testes A/B |
| Leads | Volume alto, baixa qualidade | Menos leads, mais qualificados (ex.: técnicos) |
| CAC | Alto e imprevisível | CAC controlado e previsível, por segmento |
Note: métricas dependem de testes. Mas a direção é clara. Foco e propósito reduzem desperdício.
Exemplos reais e aplicáveis
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Agroindústria que perdia relevância: postava sobre sustentabilidade genérica. Resultado: poucos contatos comerciais. Diagnóstico: conteúdo desalinhado com público industrial e comprador. Ação: criar pilar técnico com dados de produtividade e ROI. Pequena mudança, grande diferença.
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Revenda que tinha muitos seguidores locais, pouca venda: investia em fotos de estoque e preços. Problema: atraía curiosos e concorrentes. Solução: segmentar posts por público, publicar cases locais (proprietário x solução instalada), e criar formulário breve para pré-qualificação.
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Loja de maquinário com engajamento baixo: vídeos longos e sem chamada. Público prefere clips curtos mostrando máquina em campo. Ajuste: testar vídeos verticais de 30s com CTA para agendar demonstração. A conversão subiu.
Cada exemplo é simples. Mas se você não fizer o diagnóstico, nada muda.
Sinais de alerta que você precisa reagir agora
- Engajamento caiu mais de 30% nos últimos 90 dias.
- CTR de links está abaixo de 0,5% em campanhas de consideração.
- 50% dos leads via social não entram em pipeline de vendas.
- Comentários com dúvidas técnicas sem resposta.
Se algum desses itens estiver presente, pare, diagnostique e ajuste.
Como a falha nas métricas afeta o negócio
Muitos times medem errado. Gostam de seguidores. Esquecem CAC e LTV. No agro, ciclo de compra é longo. Um lead mal qualificado consome orçamento e tempo. CAC sobe. O ROI do social fica negativo. E aí o board corta investimentos. É um efeito dominó. Dá para evitar.
Se quiser aprofundar como alinhar conteúdo ao funil de vendas para gerar demanda qualificada, veja este guia prático sobre como gerar vendas com conteúdo de valor no agro: Gerar vendas com conteúdo de valor no Agro.
Checklist rápido de métricas a ajustar
- Priorize CTR, CPL e taxa de conversão por etapa.
- Calcule CAC por segmento de público.
- Meça tempo médio de visualização em vídeos técnicos.
- Acompanhe share of voice em redes regionais.
Erros comuns na execução
- Achar que impulsionar post resolve falta de estratégia. Não resolve. Pode esconder o problema, porém não corrige.
- Ignorar feedback do pós-venda. Se quem instala a máquina reclama, a marca perde autoridade.
- Produzir conteúdo apenas para diretoria. Conteúdo deve falar com quem compra e com quem influencia.
Seis ações imediatas para iniciar a recuperação da relevância
- Parar por 48 horas e rodar o checklist completo. Dá perspectiva.
- Definir 3 pilares de conteúdo prioritários por persona. Publicar com objetivo claro.
- Criar um pequeno formulário de qualificação para leads oriundos de social. Integre com o time de vendas.
- Testar dois criativos de vídeo curto (15–30s) com CTA distinto. Medir CTR e tempo de visualização.
- Estabelecer regra de resposta: todos os comentários técnicos respondidos em 24 horas.
- Montar um mini-relatório semanal com CTR, CPL e % de leads qualificados. Reunião de 30 minutos entre marketing e vendas.
Cada ação é simples. Cada ação é executável já.
Fazer o diagnóstico correto muda o jogo. Mais do que técnica, é disciplina. E, sim, dá trabalho. Mas relevância é construída. Não é sorte.
Construir identidade e autoridade: estratégias práticas para o Agro
Conta a história do pé de estrada.
Um revendedor pequeno. Um produtor cético. Um técnico que conhece cada máquina pelo som. Eles se encontraram num vídeo curto. Nada de luxo. Só autenticidade. O post viralizou. Por que? Porque trouxe identidade e autoridade ao mesmo tempo. Simples assim. E dá pra replicar.
Definição de personas
- Produtor: idade 30–60, prático, valor em eficiência e resultado. Busca informação útil, soluções que economizam tempo e aumentam produtividade. Prefere vídeo curto, demonstração no campo e prova social.
- Revendedor: dono de loja ou gerente de território. Procura diferenciação, argumentos técnicos e cases regionais. Usa redes para relacionamento B2B e para gerar fluxo na loja.
- Técnico/Especialista: consultor agronômico, assistente técnico. Quer conteúdo técnico profundo, testes, protocolos e dados. Compartilha com produtores. É influenciador orgânico.
Cada persona pede linguagem própria. Cada uma pede formatos distintos. Combine isso com a jornada e você tem mapa claro.
Mapeamento de jornadas (simplificado e prático)
- Topo / Awareness: descoberta por dor. Formato: vídeo vertical curto, carrossel com problema x solução, post local com prova social.
- Meio / Consideração: comparação e credibilidade. Formato: live técnica com demonstração, tutorial de 2–5 minutos, carrossel técnico com passo a passo.
- Fundo / Conversão: ação clara. Formato: vídeo com CTA para agendamento, formulário simplificado na bio, post com oferta regional.
Pontos de contato essenciais: feed, stories/shorts, grupos e WhatsApp, lives, visitas em campo (eventos). Marque cada conteúdo à etapa do funil.
Pilares de conteúdo (como base da identidade)
- Educacional técnico: protocolos, checklists, erros comuns, comparativos. Post técnico, carrossel detalhado, PDF para download.
- Prova social: depoimentos, antes/depois, visita à fazenda, resultados reais com números. Entrevistas curtas.
- Produto em uso: aplicabilidade no campo, instalação, manutenção. Conteúdo hands-on, desmontagem, som da máquina em funcionamento.
- Sustentabilidade e responsabilidade: práticas de solo, manejo hídrico, segurança. Conteúdo que mostra propósito e gera confiança.
Equilibre os pilares. Não poste só promoção. Não poste só técnica. Misture. Faça sentido pro público local.
Técnicas de storytelling local
- Comece pelo personagem. Quem é esse produtor? Nome, família, desafio. Curto. Real.
- Use lugares. Nome da cidade, tipo de solo, safra. Localiza. Aproxima.
- Detalhe sensorial. Som da colheitadeira, cheiro da terra, poeira após chuva. Gera imersão.
- Mostre processo, não só resultado. De manhã cedo até o fim do dia. Pequenos cortes. Contar em atos.
- Tenha conflito e solução: problema identificado, teste feito, resultado medido.
Peça ao criador rural que descreva o dia em frases curtas. Grave em plano sequência. Corte. Legende. Enfatize fala direta do produtor. Dá autoridade.
Formatagem e formatos prioritários
- Video vertical (Reels/Shorts/Stories): prioridade máxima. 15–60 segundos para awareness. 1–3 minutos para consideração.
- Carrossel: educação técnica e checklists. Use slides que o usuário pode salvar.
- Lives técnicas: sessões semanais quinzenais. Convide técnico e produtor. Perguntas ao vivo. Grave e transforme em cortes.
- Posts estáticos com dados: infográficos simples. Use o 1–2–3: problema, solução, prova.
- Áudio curto / clips de podcast: trechos de 30–60s para stories e reels.
Formato não é só estética. É sinal de intenção. Vertical para descobrir. Carrossel para ensinar. Live para persuadir.
Quadro: exemplos de conteúdo por formato e objetivo
| Formato | Awareness | Consideração | Conversão |
|—|—|—|—|
| Vídeo vertical (15–60s) | Produtor mostrando problema no campo | Teste de produto em 90s com técnico explicando | Convite para visita técnica com link na bio |
| Carrossel (5–8 slides) | 3 sinais de solo compactado | Passo a passo: como medir compactação | Checklist e CTA para agendamento de diagnóstico |
| Live técnica (60–90 min) | Apresentação de tema com convidados locais | Demonstração ao vivo e comparação de métodos | Oferta exclusiva para participantes |
| Post prova social (foto + depoimento) | Antes/depois local | Entrevista com dados de produtividade | Contato do revendedor local |
| Infográfico/Download | Impacto da rotação de culturas | Metodologia adotada e resultados | Lead magnet com formulário |
Use esse quadro como matriz. Escolha um formato por objetivo. Teste. Melhore.
Calendário editorial mensal — template prático
- Semana 1
- Segunda: vídeo vertical (awareness) — problema regional
- Quarta: carrossel técnico (educacional)
- Sexta: prova social curta (antes/depois)
- Semana 2
- Terça: live técnica (consideração) — grava e corta
- Quinta: reels com teste do produto em uso
- Sábado: post de bastidores (humanizar)
- Semana 3
- Segunda: infográfico (sustentabilidade)
- Quarta: vídeo com depoimento do revendedor local
- Sexta: carrossel com checklist de manutenção
- Semana 4
- Terça: clipe de podcast ou áudio com técnico (30s)
- Quinta: oferta regional ou CTA para conversão
- Domingo: compilado de melhores momentos do mês
Mantenha regularidade. Mas ajuste frequência conforme capacidade da equipe.
Exemplos de briefs para criadores rurais (templates)
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Brief: Produtor — vídeo curto (30–60s)
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Objetivo: awareness local
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Persona: produtores da região X
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Mensagem principal: mostrar como você resolveu problema Y
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Roteiro sugerido: (0–5s) abertura com local; (5–20s) mostrar problema; (20–45s) solução em ação; (45–60s) resultado rápido + CTA
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Tom: direto, humilde, real
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Entregáveis: 1 vídeo vertical, 3 cortes de 15s, foto B-roll
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Prazo: 7 dias
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KPI: views, saves, mensagens via direct
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Brief: Revendedor — carrossel técnico (5 slides)
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Objetivo: consideração
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Persona: revendedores e produtores locais
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Mensagem: como reduzir tempo de parada com manutenção preventiva
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Slides: problema, solução, passo a passo, prova social, CTA para contato
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Tom: profissional, acessível
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Entregáveis: arquivo editável + PNG para Instagram
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KPI: engajamento, cliques no link
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Brief: Técnico — live 60 min
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Objetivo: consideração / autoridade
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Tema: teste comparativo de métodos de aplicação
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Convidados: 1 produtor, 1 revendedor
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Materiais: checklist de perguntas, amostras para demo
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CTA: inscrição para diagnóstico
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KPI: número de inscritos, perguntas ao vivo, leads
Esses briefs salvam tempo. Reduzem retrabalho. E deixam a mensagem alinhada.
Recomendações de voz e tonalidade
- Voz: confiante, mas sem arrogância. Técnica quando preciso. Pessoal quando contar história.
- Tonalidade: simples, direta e humana. Evite jargões sem contexto. Use dados, mas explique com exemplos.
- Palavras-chave a usar: resultado, teste, campo, local, segurança, eficiência.
- Palavras a evitar: promessas grandiosas, termos vagos como “melhor do mercado”.
Misture autoridade com proximidade. Autoridade vem do dado e do teste. Identidade vem da consistência.
Governança para equipes internas e agências
- Guia rápido de 1 página: tom, palavras proibidas, logotipos e variações, paleta de cores.
- Processo de aprovação: 24–48 horas para posts orgânicos; 72 horas para campanhas pagas. Prazo mínimo.
- Responsáveis: gestor de conteúdo (aprovador final), técnico (validação de conteúdo técnico), comercial (validação de ofertas).
- Banco de ativos: fotos, vídeos, testemunhos aprovados, modelos de carrossel. Nomeie arquivos com padrão: anomêslocal_tipo.
- Resposta a comentários: 24 horas em dias úteis. Perguntas técnicas: encaminhar ao técnico em até 48 horas.
- Crise: fluxo de 4 passos — identificar, pausar publicação relacionada, avaliação técnica, posicionamento público.
Treine a agência nas primeiras 4 semanas. Faça reuniões semanais curtas. Ajuste o playbook.
Medição prática da autoridade
- KPIs qualitativos: menções locais, convites para eventos, número de técnicos que compartilham seus posts.
- KPIs quantitativos: taxa de salvamento, comentário técnico, leads qualificados por campanha.
- Use uma métrica simples: percentual de conteúdo técnico citado por terceiros. Se cresce, autoridade cresce.
Pequena nota prática: não espere que cada peça gere venda direta. Autoridade constrói confiança. Vendas vêm depois.
Curioso sobre contar histórias no campo? Veja este guia sobre como narrar sua trajetória e engajar público rural: Contando sua história no Agro.
Por fim: identidade é repetição com variação. Autoridade é prova repetida com dados. Faça a rotina. Teste formatos. Escale o que funciona. E volte pro campo. O público percebe quando é de verdade.
Execução, experimentação e escala: transformar audiência em resultados comerciais
Começa com uma decisão simples: transformar audiência em resultado mensurável. Nada místico. Só método.
Funnel claro. Topo, meio e fundo. Cada etapa tem objetivo e tipo de conteúdo. Sem isso, gasto vira ruído.
Topo: alcance e reconhecimento. Objetivo: ser visto por produtores, técnicos e revendas. Conteúdo: vídeos curtos mostrando aplicação no campo, reels verticais, posts de storytelling local, posts de prova social. KPI: impressões, alcance, visualizações de 3s, custo por mil impressões.
Meio: consideração. Objetivo: educar e qualificar. Conteúdo: carrosséis técnicos, aulas curtas, comparativos, depoimentos de clientes, lives com técnico da revenda. KPI: visualizações completas, tempo de engajamento, cliques para página, leads capturados.
Fundo: conversão. Objetivo: agendar visita, cotação, compra. Conteúdo: demonstração ao vivo, oferta exclusiva regional, vídeo técnico com CTA para visita. KPI: conversões, visitas à loja, custo por aquisição.
Não é só postar. É orquestrar. O conteúdo deve mapear a jornada. E sinalizar ao CRM quando um lead muda de etapa.
Integração com CRM e automação. Isso separa aposta de operação. Use UTMs em todos os links. Cada formulário dispara etiqueta no CRM. Vídeo visto 75%? Marcar como lead quente. Clique no botão fale conosco? Criar tarefa automática para vendedor local. Sequência automatizada: primeiro e-mail com ficha técnica, depois mensagem SMS com convite para visita, depois notificação para time de vendas. Lead scoring simples: engajamento social, abertura de ficha, visita agendada. Pontos acumulam. Acima de X pontos, push para vendedor.
Automação tem regras. Regras claras. Evite envios demais. Ninguém gosta de spam. Teste cadência.
Segmentação de anúncios para revendas e produtores. Dois caminhos distintos.
Para revendas: segmentar por cargo, interesses profissionais e localização por raio. Criar audiências com administradores de empresas agrícolas, gestores de vendas e técnicos. Usar públicos similares a clientes já existentes. Mensagens: margem, disponibilidade de estoque, capacitação técnica para equipe.
Para produtores: segmentar por cultura, porte de propriedade, comportamento de compra e estação do ano. Criar campanhas por safra. Mensagens: economia de insumos, produtividade, prova em campo. Usar segmentação por zip code e limites de município quando a logística importa.
Misture formatos. Vídeo técnico para produtores. Webinar técnico para revendas. Landing pages separadas para cada público.
Testes A/B. Não há atalho. Teste hipóteses simples.
Hipótese: vídeo com cena de campo gera mais visitas que vídeo só com fala técnica. Variável: criativo. Mantém orçamento igual. Roda 7 a 14 dias. Checa significância. Sempre uma variável por teste. Cabeçalho, thumbnail, copy, CTA. Teste de audiência também. Mostre duas ofertas para mesma audiência. Mantém tamanho mínimo da amostra. Se amostra pequena, o resultado é ruído.
Mensuração de LTV e CAC. Sem isso, escala cega.
CAC = total gasto em aquisição / número de clientes adquiridos no período. Inclui anúncios, produção de conteúdo, custo de equipe proporcional.
LTV = receita média por cliente x margem bruta x tempo de retenção médio. Faça cohorts mensais. Compare LTV por origem: orgânico, social, revenda. Se LTV < 3x CAC, reveja oferta e custeio.
Exemplo numérico rápido: campanha trouxe 30 clientes em 3 meses. Gasto total R$ 15.000. CAC = 500. Ticket médio anual por cliente R$ 3.000. Margem bruta 40%. LTV simples = 3.000 x 0,4 = 1.200. LTV / CAC = 2,4. Sinal amarelo. Precisa aumentar retenção ou reduzir CAC.
Playbook de nutrição de lead. Simples e repetível.
1) Lead frio (topo): sequência de 3 conteúdos educacionais. Intervalo 3 dias. Objetivo: reconhecimento e confiança.
2) Lead morno (meio): enviar comparativo técnico e case regional. Convite para webinar. Intervalo 5 dias.
3) Lead quente (fundo): oferta localizada, cupom para visita, agendamento direto no calendário do vendedor.
Triggers: vídeo 75% visto -> mover para sequência 2. Download de ficha técnica -> notificar vendedor. Agendamento perdido -> sequência de reengajamento em 2 dias.
Checklist para escalar campanhas com controle de custo. Use como guia antes de aumentar verba.
- Meta CPA definida por produto ou ação.
- Criativos rotacionados a cada 7-10 dias.
- Frequência média por usuário <= 3 por semana.
- Testes A/B ativos, com no máximo 3 testes concorrentes por público.
- Orçamento incrementado em 20% por semana, se CPA estável.
- Limites diários para evitar que algoritmo gaste rápido e mal.
- Monitoramento de qualidade de leads no CRM a cada 48 horas.
- Pausar audiências com taxa de conversão baixa.
Nunca escale sem entender o funil. Escalar a campanha ruim só aumenta prejuízo.
Mini estudo de caso hipotético. Uma revenda de implementos quer aumentar visitas à loja.
Contexto: revenda no interior com estoque novo de colhedoras. Público: produtores de médio porte em raio 80 km. Objetivo: 120 visitas em 60 dias.
Estratégia: série de vídeos técnicos de 60s mostrando ajuste da colhedora para soja e milho. Primeiro vídeo: prova de campo. Segundo: manutenção rápida. Terceiro: oferta de teste gratuito na fazenda com desconto para venda na loja.
Execução: segmentação por municípios, lookalike de clientes, e lista de compradores anteriores. Landing page com agenda para teste na fazenda. Integração com CRM para agendamento automático.
Resultados exemplares:
- Alcance total: 120.000 produtores.
- Visualizações 3s: 75.000.
- Cliques para landing: 4.500 (CTR 3,75%).
- Agendamentos: 150 (taxa de conversão do clique 3,33%).
- Visitas efetivas à loja/teste: 132 (88% comparecimento).
- Vendas fechadas no período: 18.
Custo total da campanha: R$ 18.000. CAC por venda direta via campanha = 1.000. Considerando upsell de serviços e peças, LTV médio esperado por cliente = R$ 7.000. LTV / CAC = 7. Bom indicador.
Observações: o motor foi o vídeo técnico que provou valor. O agendamento rápido reduziu a friccao. E o time de loja treinado para follow-up multiplicou resultados. Pequenos detalhes, grande diferença.
Tarefas semanais, organizadas por tamanho do time. São listas práticas, númeroadas.
Time 1 pessoa:
- Planejar pauta da semana e roteiros dos 3 vídeos.
- Produzir e editar um vídeo vertical por semana.
- Publicar e acompanhar métricas diárias.
- Checar leads no CRM e responder mensagens priorizadas.
- Rodar pequenos testes de criativo A/B.
Time 2 pessoas:
- Pessoa A cria conteúdo e roteiros; Pessoa B edita e publica.
- Configurar UTMs e integração com CRM.
- Rodar testes A/B com duas variantes por campanha.
- Nutrir leads com duas mensagens automatizadas.
- Reunião semanal para revisar KPIs e ajustar orçamento.
Time 3 pessoas:
- Planejamento editorial mensal com calendário alinhado à safra.
- Produção de 2 vídeos e 4 carrosséis por semana.
- Segmentação e criação de públicos para revendas e produtores.
- Monitorar CAC e qualidade dos leads no CRM.
- Testar novo CTA ou landing page a cada duas semanas.
Time 4 pessoas:
- Gerente de conteúdo, produtor, analista de tráfego, vendedor de campo.
- Criar playbooks de nutrição por tipo de lead.
- Automatizar integração social -> CRM -> calendário do vendedor.
- Rodar testes estatísticos e documentar resultados.
- Reunião quinzenal com ajustes de orçamento e roteiros.
Time 5 pessoas:
- Funções claras: estratégia, criação, execução, análise, vendas.
- Escalonar criativos regionais e testes por micro-audiência.
- Operacionalizar SLA de resposta a leads em 24 horas.
- Analisar LTV por campanha e ajustar mix de canais.
- Treinar vendedores para follow-up e fechamento em loja.
Pequenas regras práticas: documente hipóteses. Logue resultados. Repita o que funciona, descarte o que não funciona. Não confie só no alcance. Meça conversão até venda final.
Se quiser testar formatos que geram comércio de verdade, comece por conteúdo que ensina e convida para prova. Veja exemplos e princípios em um artigo que detalha como gerar vendas com conteúdo de valor: gerar vendas com conteúdo de valor no agro.
Última nota prática: escalar não é aumentar verbo. É reduzir incerteza. Faça, meça, ajuste. Repita. Falha rápida, mas com dados. Simples assim. Erramos. Aprendemos. Seguimos.
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