Você já parou pra pensar que talvez não falte nada na sua vida? 🤔 Para quem trabalha com marketing no agro — em agroindústrias, revendas, lojas de maquinário, indústrias de insumos e agritechs — a sensação de que algo está ausente aparece com frequência. Nem sempre a solução passa por mais verba ou por dias mais longos: falta clareza estratégica, mensagens que ressoem com o produtor, processos que convertam e uma cultura de geração de valor repetível. Este texto mostra como identificar sinais reais de que o problema não é financeiro nem temporal e apresenta caminhos práticos para transformar percepção em vantagem competitiva. Se você é analista ou gestor, terá ações aplicáveis, exemplos práticos baseados em chasocial e leadcultura, e métricas prioritárias para provar resultados. Leia até o fim e saia com um roteiro claro para alinhar equipe, conteúdo e tecnologia ao ciclo de decisão do produtor rural.
Entendendo a percepção de falta no agro

Lembro de uma reunião numa revenda grande. Mesa longa. Café frio. O time de marketing pediu mais verba. E mais tempo. “Se tivéssemos mais, faríamos melhor”. Clássico. Não é mentira. Mas é uma falha de diagnóstico.
Antes de esticar jornada ou subir o orçamento, pare. Respire. Faça perguntas diretas. Perguntas que cortam o ruído. Perguntas que mostram se o problema é clareza, não recurso.
Quem é o decisor real na cadeia de compra?
Não adianta mirar no perfil errado. O produtor familiar decide diferente do gerente de uma fazenda modelo. O técnico da cooperativa influencia, mas nem sempre compra. Saber quem puxa a alavanca é a diferença entre gerar leads e gerar ruído.
Que problema técnico ou emocional nosso produto soluciona no campo?
Produto é ferramenta, dor é motivo. Pode ser reduzir custo por hectare. Pode ser ganhar horas de pulverização. Ou pode ser paz de espírito pra família que depende da safra. Se a promessa não fala dessa dor, ninguém sente necessidade.
Temos processos para transformar interesse em ação (leads qualificados)?
Se o formulário vira arquivo morto no CRM, se vendas reclama do que recebe, o funil tem vazamento. Mais verba só joga água em um balde furado.
Se alguma resposta for vaga, saiba: o que falta não é dinheiro nem tempo. Falta foco na proposição de valor. Falta mapa claro da jornada de decisão. Falta tradução da dor em mensagem que convence.
Sinais práticos aparecem rápido. Não é mistério. São ruídos repetidos.
- Campanhas geram tráfego, mas poucos leads qualificados.
- Conteúdo técnico existe, mas não conecta com a dor atual do cliente.
- Vendas questionam a qualidade dos leads.
São sintomas. Não são problemas financeiros. São indicação de que a promessa não está clara.
Como validar isso sem pedir verba? Com método. Um ciclo rápido de hipóteses. Teste. Meça. Repita. Simples, mas exige disciplina.
- Crie 3 variações de mensagem.
- Direcione cada variação para audiência segmentada (produtor familiar, gerente de fazenda, técnico de cooperativa).
- Compare taxa de conversão em formulário e qualidade de lead no CRM.
Você vai ver padrões. Um segmento responde melhor a números. Outro a prova social. Outro à economia de tempo. O insight está aí. Não no orçamento.
A execução do teste tem de ser objetiva. Não é pesquisa de três meses. Faça ciclos curtos. Duas semanas já mostram tendências. Claro, safra pesa. Ajuste por calendário regional, sim. Mas não use safra como desculpa para não testar.
Tabela comparativa de indicadores iniciais
| Indicador | Sintoma | Ação imediata |
|—|—:|—|
| Taxa de conversão de visita para lead | Baixa | Revisar CTA e segmentação |
| Taxa de lead qualificado para venda | Baixa | Ajustar critérios de qualificação (score) |
| Tempo médio até o primeiro contato | Alto | Automatizar respostas e fluxos |
Esses três indicadores são o suficiente para começar o diagnóstico operacional. Olhe para eles semanalmente. Não mensalmente. O tempo de reação importa.
Vou ser franco: muitos times confundem conteúdo técnico com conteúdo persuasivo. Produzem PDFs cheios de tabelas e jargões. Excelentes tecnicamente. Ineficazes comercialmente.
Um técnico lê gráfico. Um produtor lê resultado em reais por hectare. São linguagens diferentes. A mesma peça não serve para os dois. E é aí que gasta-se orçamento tentando “ampliar o alcance”. Não adianta. Alcançar errado custa mais.
Exemplo prático, direto e real: em uma revenda agrícola que fez A/B nas mensagens, o time separou a comunicação entre técnicos e produtores. Para os técnicos, usaram dados de eficiência e protocolos. Para os produtores, uso de linguagem sobre economia e risco. Resultado: aumento de 40% na taxa de qualificação em 60 dias. Sem aumentar verba. Só com foco na dor.
Percebe? Comunicação é alavanca barata. Mais poderosa que qualquer aumento de orçamento. Mais sustentável que horas extras.
Como organizar o teste sem complicar? Um roteiro enxuto:
- Defina três mensagens distintas. Curta, clara. Uma fala de custo, outra de rendimento, outra de segurança.
- Segmente público por comportamento e localização. Ex: produtor familiar em município X; gerente de fazenda da região Y; técnico de cooperativa na área Z.
- Use formulários curtos. Só o essencial. Nome, tamanho da operação, urgência da necessidade.
- Medir não é só taxa de clique. Medir é qualidade no CRM. Só leads que entram no pipeline contam.
Pequeno detalhe: configure um score inicial. Ele não precisa ser perfeito. Critérios simples já filtram. Exemplo: tamanho da área > X hectares; intenção de compra até Y meses; interesse técnico confirmado. Cada resposta dá pontos. Leads acima de um limiar viram prioridade para contato comercial.
Pronto. Você terá duas informações valiosas. Primeiro: qual mensagem converte mais em cada segmento. Segundo: quais segmentos rendem leads que realmente fecham. Isso vira base para priorizar ações, não mais palpites.
Há resistência interna. Normal. “Mas precisamos de branding” — dizem. Marca é importante. Só que, no curto prazo, quando o problema é conversão, o remédio é clareza. Branding paga depois. Converse com stakeholders com números. Mostre a diferença entre tráfego e oportunidade.
E a tecnologia? Ajuda. Mas não resolve sozinha. Automação acelera tempo até o primeiro contato. CRM registra qualidade. Ferramentas permitem testes de mensagem. Ainda assim, sem mensagem clara e segmentação correta, tecnologia vira gasto.
Uma observação: qualidade de lead também é cultural. Chamo isso de leadcultura. Algumas equipes terceirizam o problema: marketing gera qualquer lead, vendas que resolva. Isso quebra. É um jogo de soma negativa. Estabeleça SLA simples. Tempo de resposta curto. Feedback contínuo sobre qualidade. Se vendas relata baixa qualidade, ajuste a campanha. Não jogue a culpa para ferramentas.
Se quer uma leitura prática sobre gerar vendas com conteúdo que de fato converte, tem um material que complementa isso bem. Dá uma olhada aqui: Como gerar vendas com conteúdo de valor no agro. Não é só teoria, tem exemplos aplicados.
Último ponto: mensuração de impacto. Não se limite a métricas de vaidade. Cliques não pagam contas. Leads qualificados e taxa de conversão em vendas sim. Estime CAC por segmento. Meça tempo médio até a primeira demonstração. Acompanhe LTV quando possível. Esses números contam a história real.
Resumo pragmático, em frases curtíssimas:
- Se a resposta às perguntas diagnósticas for vaga, o problema é clareza.
- Mais verba só acelera o erro, não corrige a mensagem.
- Teste mensagens e segmente o público. Rápido e iterativo.
- Faça lead scoring simples. Priorize quem tem maior probabilidade de fechar.
- Crie feedback rápido entre marketing e vendas.
Parece simples. Mas exige coragem. Coragem de cortar o que não funciona. Coragem de dizer não a campanhas amplas que só geram tráfego. Coragem de recusar mais verba até que haja um plano claro.
O agro tem ritmo. Safra dita calendário, cultura define decisões. Mas clareza na proposição é independente de safra. É uma vantagem competitiva. E barato de implementar. Mais barato que contratar um time maior. Mais efetivo que horas extras na frente do computador.
Foque na dor. Traduza em promessa. Teste. Meça. Ajuste. E repita. A falta que você sente? Muitas vezes, não é dinheiro. Nem tempo. É foco. E foco se constrói com perguntas, hipóteses e dados. Simples assim. E funciona.
Estratégias práticas para foco, mensagem e geração de leads

Quando a equipe percebe que grana e horas não são a resposta, algo muda. Maria, coordenadora de marketing de uma revenda, me contou isso numa reunião curta. Gasto alto em anúncios. Poucos demos. Vendas reclamando. Ela não pediu orçamento. Pediu clareza. E então veio o roteiro que segue. Simples. Testável. Que se aplica já na próxima semana.
Adote um plano em três frentes. Posicionamento, conteúdo orientado à decisão e processo de qualificação. Cada frente tem passos práticos, prazos e entregáveis claros. Não é teoria. É execução. Sem enrolação.
Posicionamento claro (1 dia a 1 semana)
- Dia 1: mapeie a jornada do produtor. Faça três mapas: consciência, avaliação, decisão. Rápido: papéis, canais e dúvidas em cada etapa. Use uma folha por segmento. Um segmento = um tipo de comprador.
- Até o dia 3: defina a promessa única por segmento. Pergunte: qual resultado concreto posso prometer? Ex.: “reduzir custo por ha em X% na próxima safra” ou “reduzir perdas na aplicação em Y horas”. Seja específico. Evite promessas genéricas como “melhor desempenho”.
- Dia 4: escreva a mensagem principal em uma frase curta. Já serve para headline de anúncio, assunto de e-mail e introdução de webinar. Teste três variações por segmento.
- Entregáveis da semana: mapa da jornada por segmento + 1 frase de promessa por segmento + 3 variações de headline por segmento.
Por que isso funciona? Porque elimina o debate eterno sobre “temos verba?”. Se a mensagem não responde à dor real, gastar mais só amplia ruído. Ponto.
Conteúdo orientado à decisão (2 a 6 semanas)
- Semana 1-2: crie conteúdo para a fase de avaliação. Foque em peças técnicas que permitam comparar soluções. Formatos que funcionam: planilha de cálculo de economia por hectare, comparativo lado a lado (técnica X técnica), checklist de campo por condição regional. Use linguagem direta. Mostre números. Mostre suposições.
- Semana 2-4: produza conteúdo para a fase de decisão. Aqui entra prova social: estudo de caso regional, vídeo curto de um cliente-chave falando de antes/depois, relatório de demonstração. Objetivo: reduzir incerteza.
- Semana 3-6: monte um pacote mínimo de 3 peças por etapa da jornada. Por exemplo: para o segmento “produtor familiar”: (1) infográfico com cálculo de economia, (2) vídeo com técnico local, (3) roteiro de demonstração com checklist de KPIs.
- Formatos práticos a priorizar: comparativos curtos, calculadoras simples (Excel ou formulário que devolve números), estudos de caso regionais com fotos reais. Evite conteúdo longo e genérico. Prefira ação imediata.
Um modelo de conteúdo sequencial que funciona:
1) E-mail com calculadora e promessa clara. Assunto curto. Call-to-action para “calcular meu ganho”.
2) Se abrem e clicam, enviar comparativo técnico por SMS/WhatsApp ou link para webinar regional.
3) Após webinar, oferecer demonstração de campo agendada.
Pequeno script de e-mail (exemplo):
- Assunto: “Quanto você pode ganhar por ha na safra X?”
- Linha 1: promessa curta. Linha 2: convite para calcular. CTA: “Calcular meu ganho”.
Processo de qualificação e nutrição (4 a 12 semanas)
- Semana 1 do fluxo: defina critérios de lead scoring iniciais. Exemplo de pontuação (simples):
- Tamanho da operação: <200 ha (1 pt), 200–1000 ha (3 pts), >1000 ha (5 pts)
- Cultura de compra (já comprou antes): sim (3 pts), não (1 pt)
- Urgência da safra (imediata): sim (5 pts), próxima (2 pts)
- Engajamento com conteúdo (abriu X e clicou Y): por clique 2 pts
- Ação chave: agendou demo = sinal de SQL imediato
- Semana 2-4: implemente os fluxos de nutrição no CRM/automação. Regras claras: quando X pontos, notificar vendas; quando Y pontos e sem resposta, repetir mensagem com prova social. Automação = guardião do SLA.
- SLA prático sugerido: marketing envia lead qualificado e espera contato de vendas em até 24 horas em dias úteis. Se não houve resposta, escalonar para gestor.
- Periodicidade de revisão do score: quinzenal nas primeiras 8 semanas.
Dica rara: chame esse trabalho de “leadcultura”. Torne explícito que leads são ativos. Não é apenas capturar formulário. É evoluir o contato até venda.
Checklist rápido para execução (copie e cole no seu board):
- [ ] Mensagem por segmento documentada
- [ ] 3 peças de conteúdo para cada estágio da jornada
- [ ] Lead scoring em CRM configurado
- [ ] SLA de contato entre marketing e vendas definido
Exemplos práticos aplicados (curtos e úteis)
- Em uma agroindústria de insumos, uma sequência de e-mails técnicos + webinar regional elevou a taxa de demonstração em 30%. Eles mediram resultado por município. Repetiram o quê funcionou. Simples.
- Para lojas de maquinário, vídeos de 60s mostrando ROI em horas de máquina geraram reuniões com decisores. O segredo: foco na métrica que o dono entende — horas de operação reduzidas — e non nonsense.
Como montar um fluxo mínimo de automação (passo a passo)
- Captura: formulário com 5 campos (nome, função, município, tamanho da operação, interesse). Nada mais. Menos fricção, mais respostas.
- Resposta imediata: e-mail com calculadora ou PDF técnico. Enviar em até 5 minutos.
- Score: atribuir automaticamente pontos por município prioritário e por tamanho de operação.
- Se score >= threshold, criar tarefa para SDR com dados e sugestão de argumento de abertura.
- Se não alcança threshold, entrar em fluxo de nutrição com 3 conteúdos em 30 dias.
Sugestões de mensagens para SDR no primeiro contato (bem objetivo):
- “Bom dia, sou [nome] da [empresa]. Vi que você calculou ganho X. Quer marcar demo no campo esta semana?” (sempre referência ao conteúdo consumido)
- Mensagem curta. Evite jargão. Foque na dor que foi resolvida na calculadora.
Medição: o que acompanhar desde o primeiro dia
- Taxa de conversão por etapa: visita -> lead -> MQL -> SQL -> demo -> venda
- CAC por segmento (calcule separado por município e por tipo de produtor)
- Tempo até primeiro contato (meta: <24h)
- Taxa de demonstração convertida em venda
Um erro comum é tentar otimizar tudo ao mesmo tempo. Priorize um segmento. Meça. Ajuste. Depois escala.
Comparação de canais — objetivo x canal (prático)
- Geração rápida de interesse: redes sociais segmentadas e anúncios por geolocalização. Bom para abrir volume onde há safra e problema.
- Educação/avaliação: webinars e whitepapers regionais. Bom para capturar dados e validar interesse.
- Decisão/fechamento: demonstrações, trials, visitas técnicas. Só aqui o CAC tende a justificar o ticket.
Pequena nota sobre conteúdo regional: quando o case vem da mesma cidade ou microregião, a taxa de conversão sobe. Produtor confia em quem conhece o clima, solo e pragas locais. Portanto, invista em estudos regionais pequenos. Não precisa ser sofisticado. Fotos e números bastam.
Iteração e aprendizado rápido
- Teste 3 variações de mensagem por segmento em cada campanha. Não mais que 3.
- Mensure em 14 dias. Pare o que não performa. Reforce o que funciona.
- Reuniões rápidas de 15 minutos entre marketing e vendas ajudam. Mostre apenas 3 métricas: leads recebidos, taxa de qualificação e tempo até contato.
Pequena história pra ilustrar: um time regional fez uma campanha hiperesegmentada por dor (perdas na aplicação). Gastaram pouco. Mediram por município. Em 60 dias, descobriram dois municípios com CAC baixo e ticket alto. Redirecionaram verba. Resultado: ROI positivo sem aumentar orçamento.
Um link útil para quem quer montar conteúdo que gere vendas: Gerar vendas com conteúdo de valor no agro. Lá tem formatos e exemplos que agilizam produção.
Notas finais de execução (sem lenga-lenga)
- Comece pequeno. Uma campanha por segmento é melhor que dez campanhas médias.
- Documente tudo: mensagens, hipóteses, resultados. Isso vira playbook.
- Não espere perfeição na primeira versão. Teste. Ajuste. Repita.
Se algo falhar, volte ao mapa da jornada. Muitas falhas vêm de mensagens desalinhadas. Quando a promessa é clara, o restante — automação, pontuação, contato — funciona como orquestra. Se a promessa é fraca, o barulho aumenta. E aí não adianta pedir mais tempo. É hora de alinhar a voz com a dor do campo.
Pronto. Mãos à obra.
Medição, otimização e cultura orientada ao resultado

Mudar a percepção de que o que falta é sempre dinheiro ou mais horas começa por algo simples e desconfortável: olhar para os números certos. Muitas equipes do agro continuam presas a métricas vaidosas. Curtidas. Impressões. Cliques que não geram valor real. Isso empata decisão e gasta tempo. Pare de culpar o orçamento. Pare de dizer que “não há tempo”. Troque narrativa por prova. É aí que entra a medição relevante.
Métricas que conectam marketing à receita. Não é teoria. É prática. Comece por medir estas quatro variáveis em cada segmento de cliente: Taxa de leads qualificados (MQL → SQL), Tempo médio de conversão por segmento, CAC por segmento, Valor médio do contrato (ticket) por segmento. Elas mostram quem está avançando, quem morreu no meio do caminho e onde o investimento efetivamente entrega retorno. Simples. Direto. Poderoso.
Por que essas métricas e não outras? Porque elas respondem três perguntas essenciais: estamos atraindo leads com probabilidade real de compra? Quanto tempo leva para converter cada tipo de cliente? Quanto custa e quanto cada cliente traz? Se você não consegue responder isso, a conversa sobre investimento vira opinião. E opinião não paga insumo, nem aplica tecnologia no campo.
Vamos por partes. A taxa MQL → SQL revela a qualidade do topo do funil. Uma boa taxa indica alinhamento entre conteúdo, mensagem e requisitos comerciais. Uma ruim aponta problema no posicionamento ou na qualificação inicial. O que ninguém gosta de admitir: leads demais e qualificados de menos é ruído caro. Corte o ruído. Foque no que entra no radar de vendas.
O tempo médio de conversão por segmento é um termômetro de experiência. Segmentos diferentes têm ciclos distintos. Produtores de grãos versus lojas de maquinário. Quando você mede por segmento, identifica gargalos invisíveis. Talvez o conteúdo técnico esteja perfeito, mas o follow-up comercial demora dias. Talvez a única objeção seja preço, e a equipe insiste em falar características técnicas. Tempo é informação. Use-o.
O CAC por segmento mostra eficiência. Nem sempre menor é melhor. Um CAC maior pode ser aceitável se o ticket também for maior. Por isso não olhe indicador isolado. Cruce CAC com ticket médio. Ticket médio por segmento é o termômetro de valor. Ele diz quanto cada segmento vale quando chega até a venda. Junte CAC e ticket e você tem margem bruta possível. É o que paga campanhas, equipe e logística.
Como montar um dashboard útil para revelar esses insights? Não precisa ser complexo. Precisa ser verdadeiro. E ter uma fonte única de verdade: CRM integrado com a plataforma de automação. Se dados estão em planilhas soltas, hoje estão. Amanhã, desconhecidos. Integração é prioridade. Sem ela, você medirá suposições.
Um dashboard prático deve ter:
- Visão por segmento dos 4 KPIs principais.
- Sinalização automática de quedas ou saltos fora do padrão.
- Histórico de testes A/B e resultados consolidados.
E rotina. Relatórios semanais com insights acionáveis. Não relatórios gigantescos que ninguém lê. Um slide. Três gráficos. Três implicações. Exemplo: “Segmento X: conversão caiu 15% semana passada. Hipótese: mensagem não responde dúvidas técnicas da safra.” Pronto. A ação sai dali.
Reuniões curtas. 15 minutos. Sim: 15 minutos. Vendas, marketing e operações. Decisão rápida. Ajuste de prioridade. Se nada for decidido em 15 minutos, reúna outra vez. A cadência importa. Decisão é o motor da otimização.
O processo de otimização contínua é menos sobre ferramentas e mais sobre disciplina. Implementar A/B testing por hipótese. Não teste por testar. Faça uma hipótese clara: “Se trocarmos o CTA por ‘Agende visita técnica’ em vez de ‘Saiba mais’, aumentamos SQLs com intenção de compra em 20%”. Teste. Mensure. Repita. Ciclo: coletar dados → analisar por segmento → ajustar criativos e fluxos → medir impacto. Isso deveria ser o ritmo natural. Não é. Por isso falha muita iniciativa.
Algumas regras práticas para testar bem:
- Defina unidade de teste por segmento e canal.
- Só altere uma variável por vez.
- Tenha tamanho amostral mínimo e prazo definido.
- Documente resultados no próprio dashboard.
A ciência importa, mas a cultura importa mais. Aqui entra a leadcultura. Não é jargão chique. É a prática diária de tratar leads como ativos que evoluem no tempo. Leads não são números frios na planilha. São potenciais clientes com dúvidas, sazonalidade e contexto regional. Construir essa cultura exige mudanças simples e incômodas.
Documente critérios de qualificação. Crie playbooks de tratamento. Não deixe saberes na cabeça de gente. Escreva. Um playbook deve dizer exatamente: quando nutrir, com que conteúdo, quando acionar vendas, e o SLA para retorno. SLA entre áreas evita desculpas. SLA revela compromisso.
Treine vendas para feedbacks rápidos. Um retorno de venda para marketing em 24-48 horas vale ouro. Saber por que uma oportunidade foi perdida cria aprendizado rápido. Se o motivo da perda for dúvida técnica, ajuste a sequência de nutrição. Se for preço, entenda se é objeção real ou expectativa desalinhada. O loop fechado é essencial.
Reconheça e recompense iterações que entreguem resultado. Isso parece motivo pequeno, mas transforma comportamento. Recompensa gera repetição. Repetição gera hábito. Hábito gera escala.
Uma história curta. Numa revenda agrícola média, as perdas de oportunidades eram invisíveis. Não por falta de dados, mas por falta de rastreio. Quando passaram a registrar o motivo de perda em cada oportunidade, e cruzar isso com o conteúdo consumido, descobriram algo surpreendente: 60% das perdas vinham de dúvidas técnicas não resolvidas. Era sempre a mesma dor, região após região. O diagnóstico mudou a ação.
A solução foi simples e prática: um fluxo automatizado com conteúdos técnicos regionais. E mais: um gatilho para agendar automaticamente visita técnica quando o lead consumia três peças técnicas. Resultado? Queda de 25% nas perdas e aumento do ticket médio. Pequeno ajuste, impacto grande. É disso que falo quando digo que o problema quase nunca é dinheiro ou tempo.
Agora, um checklist curto para quem quer avançar sem desculpas:
- Integração CRM + automação concluída.
- Dashboard com 4 KPIs principais ativo.
- Ciclo de teste quinzenal implementado.
- Playbook de qualificação e SLA entre áreas formalizado.
Marque cada item. Um por um. Quando a equipe muda o diagnóstico de “falta” para “o que podemos otimizar agora”, investimentos e horas viram alavancas. Eles deixam de ser muletas.
Algumas armadilhas comuns que vejo e você deve evitar: medir métricas erradas, confiar em relatórios isolados, esquecer segmentação, e não fechar o ciclo feedback-ação entre vendas e marketing. Outra armadilha: testar sem hipótese clara. Isso gera dados que confundem mais do que ajudam.
Se quiser um ponto de partida prático para conteúdo, pense em peças que resolvam objeções técnicas e que possam ser automaticamente entregues segundo um score. Para inspiração, revisite como gerar vendas com conteúdo de valor no agro. Há ideias aplicáveis que ajudam a transformar dúvidas em decisões. Leia mais sobre gerar vendas com conteúdo de valor no agro.
Por fim, lembre: medição não é controle por controle. É clareza. Otimização não é ajuste por ajuste. É prioridade. Cultura orientada ao resultado não aparece por decreto. Ela cresce quando cada iteração provê melhoria mensurável. Small wins. Repetidos. Isso constrói vantagem competitiva. Não pede orçamento novo. Pede disciplina, uma fonte única de verdade e a coragem de substituir vaidade por resultado. Ponto.
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Mentoria completa com Ben Martin Balik: mentorias individuais e em grupo, templates de playbook para segmentação e qualificação, auditoria de funil e linha editorial, acompanhamento mensal de KPIs e acesso exclusivo à comunidade de agromarketing. Suporte prático para implementar posicionamento, criar campanhas regionais e otimizar o CAC com foco em resultados reais.


