Você precisa fechar o planejamento anual com clareza sobre oferta, público, canais e metas — e quer uma ferramenta prática para isso? Este material entrega uma estrutura operacional que conecta estratégia ao execution: um modelo preenchível que orienta decisões comerciais, de produto e de comunicação para empresas do agro (Agro Indústrias, Revendas, Lojas de Maquinários, Indústrias de Insumos e Agritechs). A proposta é direta: diagnosticar oportunidades, definir proposições de valor e montar um plano anual que realmente rode no campo e gere leads qualificados. Ao longo dos capítulos você terá templates, checklist de implementação, indicadores prioritários e exemplos de aplicação (incluindo chasocial e leadcultura). Ao final, saiba exatamente como usar a ferramenta preenchível para transformar hipóteses em ciclos de teste mensuráveis e escaláveis.
Diagnóstico estratégico e mapa de valor para o agro

Abrir o planejamento anual sem um diagnóstico claro é jogar dardos no escuro. Equipes de marketing agro fazem isso todo ano. Reuniões longas. Planilhas soltas. A sensação de que algo ficou de fora. Entender o problema é o primeiro passo. Sem isso, as táticas ficam desconexas. O orçamento se espalha. A conversão fica baixa. E ninguém sabe por que.
Pense numa cena: gerente de marketing chega na sala com metas altas. O time traz ideias. Algumas fazem sentido técnico, outras parecem copy de campanha. Falta uma pergunta simples: para quem exatamente estamos vendendo? Não é só “produtor”. É preciso separar segmentos com comportamento, decisores e ritmo de compra distintos. Comece por isso. Rápido. Direto.
O diagnóstico estratégico é um mapa. Mostra onde está a dor real. Revela quem sente essa dor de forma aguda. E indica onde uma proposição terá impacto mensurável. Não é teoria. É ferramenta prática para priorizar o que testar no trimestre.
O que preencher na ferramenta
- Segmentação por cliente
- Liste segmentos concretos: agricultor familiar, oligarquia agrícola, integrador, cooperativa. Não misture categorias. Cada segmento precisa de dados: faturamento médio, ciclo de compra, decisores, sazonalidade. Ex.: produtor de soja 200–1.000 ha no MT. Faturamento médio: X. Ciclo: compra anual pré-plantio. Decisores: proprietário + gerente técnico. Sazonalidade: pico em fev–mar.
- Proposição de valor
- Para cada segmento descreva: benefício funcional, diferencial técnico, prova social e preço-alvo. Seja específico. Em vez de “melhora produtividade”, escreva “aumenta produtividade em 5–8% por ha em condições de déficit hídrico”. Diferencial técnico pode ser resultado de teste, dados de campo ou comparação direta com competidor. A prova social? Um case local, curto, verificável.
- Jobs-to-be-done (JTBD)
- Mapeie até 3 empregos críticos que seu produto resolve. Ex.: reduzir custo por ha; aumentar produtividade; simplificar logística de aplicação. Use a linguagem do produtor. Não jargão de agência. Jobs devem ser acionáveis: se um job for “melhor tomada de decisão”, transforme em algo mensurável tipo “reduzir tempo entre identificação de infestação e aplicação em 5 dias”.
Por que JTBD?
É onde você encontra hipóteses testáveis. Cada JTBD vira uma hipótese de comunicação e um experimento de campo. Não adianta só listar. Priorize.
Exemplo prático — Revenda agrícola
- Segmento alvo: produtores de soja 200–1.000 ha no MT
- Job: reduzir risco fitossanitário na janela de pós-emergência
- Proposta: pacote de aplicação + monitoramento por imagens semanais
- Métrica inicial: taxa de conversão de demonstração para compra (meta 12%)
Conte a história desse exemplo em voz curta quando for discutir com equipe. Mostre números. Mostre quem testa. Faça a pergunta: se na próxima safra só tivéssemos orçamento para uma campanha de demonstração, qual segmento escolhemos? E por quê?
Checklist do diagnóstico
- Colete dados primários (vendas, CRM) e secundários (pesquisas de mercado). Não confie só em achismo. Dados básicos existem, nem sempre bem organizados. Busque-os.
- Valide 3 hipóteses com entrevistas a clientes-chave. Três entrevistas profundas valem mais que 30 pesquisas rasas.
- Priorize 1 proposição por segmento para testar no trimestre. Menos é mais.
Erro comum: perguntar ao cliente o que ele quer. Expectativa errada. Pergunte sobre problemas reais, situações e consequências. Pergunte sobre alternativas que ele usa hoje, mesmo que sejam “gambiarras”. Muitas oportunidades estão aí.
Formato preenchível recomendado
- Tabelas para segmentação (colunas: segmento, receita média, ciclo, JTBD, benefício percebido). Simples. Uma aba única com tudo resumido. Fácil de filtrar.
- Campo para hipóteses de valor (hipótese + critério de sucesso). Ex.: “Hipótese A: campanha de demonstração aumenta conversão em 12%”. Critério: 12% em 90 dias.
Dica operacional: mantenha o diagnóstico em uma aba única da ferramenta preenchível. Use cores para marcar hipóteses A/B e status: pendente, testando, validado. Visual ajuda a priorizar. Se estiver tudo cinza, ninguém está testando nada.
Como validar rápido
- Priorize hipóteses com alto impacto e baixo custo. Pense em dólares por insight. Testes de campo simples costumam ser mais reveladores que grandes campanhas. Ex.: ofereça duas demonstrações gratuitas em regiões próximas. Meça conversão. Pegue feedback técnico.
- Use metas claras. Taxa de conversão, redução de tempo até a aplicação, aumento de ticket médio. Métrica sem meta não serve para nada.
Entrevistas com produtores
- Prepare roteiro curto. 7 perguntas no máximo. Tempo ideal: 20–30 minutos. Não encha de slides. Escute mais. Anote frases literais. A voz do cliente vira isca para copy.
- Recrute participantes com base nos segmentos pré-definidos. Se pesquisa mistura segmentos, os insights se confundem.
Provas sociais e casos locais
- Um case regional vale ouro. Produtores escutam vizinhos primeiro. Mapear um case local com dados claros facilita testes. Isto é prova social. Coloque o case na planilha como evidência: local, área, resultado, contato para validar.
Priorizar e decidir
- Ao final do diagnóstico terá várias hipóteses. Priorize com dois eixos: impacto esperado e confiança atual (o quanto você já sabe). Priorize alto impacto/baixa confiança para testar rápido. Priorize baixo impacto/alta confiança apenas se for necessário escalar.
Mapa de valor em prática
- Construa um mapa por segmento: JTBD → Proposta de valor → Canais prováveis → Métrica de sucesso. Mapa simples, uma linha por segmento. Ajuda a alinhar time comercial e marketing. Evita táticas desconexas.
Integração com equipe comercial
- Não é documento só do marketing. Quem vende precisa concordar com as hipóteses. Reúna vendedores e peça para eles completarem a coluna “decisores” e “tempo de resposta”. Isso acelera a execução e reduz retrabalho.
Exemplo de resultado de diagnóstico
- Você pode descobrir que um segmento grande prefere comprar via revenda local. Outro prefere assinatura anual com suporte técnico. Estratégias distintas. E recursos de marketing não são intercambiáveis.
Pequena lista de métricas iniciais para acompanhar
- Taxa de conversão demonstração → compra (meta inicial 10–15%)
- Tempo médio do lead até a compra
- Ticket médio por segmento
- Custo por lead qualificado por canal
Pequena advertência: métricas podem enganar. Sempre cruze com qualidade do cliente. Um lead barato que gera churn não é vitória.
Como apresentar o diagnóstico
- Faça um resumo executivo com 3 slides. Um slide por: segmentos priorizados; proposição de valor para cada segmento; próximos passos de testes. Curto. Direto. A reunião deve terminar com decisões sobre 3 itens: quem testa, quando e com qual métrica.
Ligação com pesquisa de mercado e perfil do produtor
- Use relatórios sobre comportamento regional para enriquecer a segmentação. Um exemplo é o estudo de perfil de consumo regional, que ajuda a entender canais preferidos e hábitos de compra. Para referência adicional, veja o artigo sobre o perfil de consumo dos agricultores do Mato Grosso: https://chaagromkt.com.br/perfil-de-consumo-dos-agricultores-do-mato-grosso/.
Notas finais práticas
- Mantenha as hipóteses curtas. Uma frase por hipótese. Critério de sucesso em números. Data limite para teste.
- Revise o diagnóstico a cada trimestre. Mercado agrícola muda com safra, clima e preço. O que valia no plantio passado pode não valer agora.
- Não repita conceitos isolados. O próximo capítulo tratará de modelagem comercial e ofertas claras. Aqui você prepara o solo. Lá você planta a oferta.
Se tiver apenas uma coisa para fazer hoje: pare. Abra a planilha. Liste três segmentos reais. Escolha um JTBD por segmento. Depois marque uma hipótese e combine um teste. Comece pequeno. Aprenda rápido. Ajuste.
Modelagem comercial: ofertas, pricing e jornada de compra

Você já fez o diagnóstico. Tem segmentos claros. Agora vem a parte comercial, onde as decisões viram dinheiro. Não adianta só ter técnica. Tem que estruturar oferta. Simples, direto e testável.
Comece definindo ofertas claras em três níveis. Isso evita conversa vaga com o cliente. Evita descontos inúteis. Tem sempre uma porta de entrada. Uma oferta núcleo. E uma oferta premium que agrega maior valor.
Nível Entrada (porta de entrada)
- Objetivo: reduzir barreira de entrada. Ganhar confiança.
- Exemplo de atributos: benefício chave curto (ex.: diagnóstico gratuito, inspeção, relatório rápido). Preço referência: gratuito ou simbólico. Canal: field sales, eventos locais, chasocial. Suporte: básico, orientações por whatsapp ou vídeo curto.
Nível Núcleo (oferta principal)
- Objetivo: gerar receita recorrente e ser a proposta central. Benefício chave claro (ex.: pacote de aplicação por hectare com garantia técnica). Preço referência: por hectare ou por saco/unidade, conforme aplicável. Canais: revenda, vendas diretas, ecommerce em regiões urbanas. Suporte: assistência técnica regional, ticket médio focado em volume.
Nível Premium (valor agregado)
- Objetivo: elevar LTV e reduzir churn. Benefício chave: telemetria, contrato de uptime, garantia estendida. Preço referência: preço premium por ha ou assinatura mensal. Canais: vendas consultivas, contratos B2B com cooperativas. Suporte: equipe técnica dedicada, SLA, acompanhamento remoto.
Para cada oferta, preencha na ferramenta: benefício chave, preço referência, canais de venda e suporte técnico. Coloque exemplos reais. Use linguagem comercial, não jargão técnico só. Faça uma coluna para hipóteses A/B de preço. Outra coluna para critério de sucesso.
Pricing e ancoragem no agro. O mercado é sensível a unidade de medida. Use pricing por hectare quando aplicável. Serviços de aplicação, manejo, monitoramento por hectare funcionam melhor com preço por ha. Já insumos? Use pricing por saco/unidade. Fertilizantes, sementes, defensivos respondem melhor assim.
Uma técnica poderosa é o bundling. Combine insumo + serviço de aplicação + garantia técnica. Resultado: ticket médio cresce. O cliente vê valor claro. E você reduz atrito no pós-venda. Ofereça opções de bundling com desconto marginal, e deixe o bundle como oferta núcleo em algumas regiões piloto.
Teste preços. Sempre. Roube tempo do cliente com demonstrações. Não adivinhe elasticidade. Faça testes em duas regiões piloto. Documente resultados na ferramenta. Meta: reduzir incerteza do preço em 30% no trimestre.
Jornada de compra e momentos de verdade. Mapeie etapas simples e reais. Não complique.
- Descoberta: cliente conhece a solução. Gatilhos: post em grupos locais, participação em feira, chasocial. Conteúdo ideal: posts com foto, checklist de problema, prova social curta.
- Avaliação técnica: cliente exige dados. Gatilhos: whitepaper, vídeo técnico, planilha com cálculo por ha. Conteúdo ideal: vídeo curto de 5–8 minutos, planilha de rentabilidade, FAQs técnicos.
- Teste / Demonstração: momento decisivo. Gatilhos: oferta de demonstração, desconto para teste, prova de conceito no talhão. Conteúdo ideal: demonstração regional, resultado em 7–14 dias, comparativos por hectare.
- Negociação: aqui entram preço, condições e logística. Gatilhos: estudo de caso local, terms claros, opção de financiamento. Conteúdo ideal: case local, simulação de financiamento, oferta de bundle.
- Pós-venda: fechar não é o fim. Gatilhos: sucesso na safra, renovação do contrato, extensão para premium. Conteúdo ideal: acompanhamento técnico, relatórios mensais, programa de fidelidade.
Para cada etapa, identifique um gatilho que mova o lead. Ex.: vídeos técnicos na avaliação. Estudo de caso local na negociação. Demonstração local reduz objeção técnica e encurta ciclo.
Integração com chasocial e leadcultura. Esses dois canais trabalham juntos, mas fazem papéis distintos.
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Chasocial: é para reconhecimento local. Use grupos e comunidades de produtores. Faça campanhas locais por município. Poste fotos de demonstração, pequenas vitórias de produtores do mesmo entorno. Experimente dois formatos de mensagem por município. Mensagem A: foco técnico. Mensagem B: foco econômico. Meça engajamento e leads.
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Leadcultura: é para nutrição. Estruture uma sequência educacional. Comece com checklists de manejo. Depois webinars técnicos. Em seguida, provas de conceito. Objetivo: criar hábito. A pessoa que abre três conteúdos em sequência está pronta para demonstração. Crie segmentos por comportamento. Não envie a mesma sequência para todos.
Exemplos de gatilhos por etapa:
- Descoberta: post em chasocial com foto e CTA para checklist.
- Avaliação: envio de webinar técnico gravado + planilha de cálculo por ha.
- Demonstração: convite para teste local com relatório.
- Negociação: envio de case local + simulação de financiamento.
- Pós-venda: onboarding técnico e suporte remoto.
Métricas essenciais. Sem números, não há gestão.
- Custo por lead qualificado (CPL) — quanto custa um lead pronto para avaliação técnica.
- Taxa de conversão por etapa — % de leads que avançam de descoberta para avaliação, e assim por diante.
- Ticket médio por segmento — essencial para pricing e segmentação.
- LTV/CAC — avalia rentabilidade por canal e por oferta.
Monitore essas métricas por região e por oferta. Ex.: CPL em região A pode ser 40% maior que em região B. Ajuste canais.
Exemplo prático — Lojas de maquinários. Vou contar uma cena real, adaptada.
Uma loja regional tinha problemas: ciclo de venda longo e clientes pedindo muito desconto. Eles => dividiram ofertas.
- Oferta entrada: inspeção gratuita + relatório de eficiência. Simples. Ganhavam confiança.
- Oferta núcleo: financiamento + manutenção básica. Vendeu-se melhor com preço por ha para serviços de aplicação.
- Oferta premium: telemetria + contrato de uptime. Vendido para clientes maiores.
Resultado: depois de padronizar demonstrações regionais, reduziram o ciclo de venda em 30%. Não foi mágica. Foi disciplina. E testes bem planejados.
Na ferramenta preenchível, faça assim:
- Liste ofertas e atributos em colunas: nome da oferta, benefício principal, preço referência, unidade de pricing (ha / saco / unidade), canais, suporte técnico, hipótese de sucesso.
- Associe canais: field sales, revenda, ecommerce, chasocial. Coloque probabilidade de fechamento por canal.
- Defina KPIs e metas trimestrais: CPL alvo, % conversão demonstração→venda, ticket médio esperado.
- Agende testes de preço para 2 regiões piloto. Documente resultados em abas separadas.
Algumas regras práticas para preencher:
- Para serviços: usar R$/ha sempre que o serviço for executado por área. Ex.: aplicação, mapeamento, manejo.
- Para insumos: usar R$/saco ou R$/unidade. Isso evita cálculo confuso.
- Para bundles: mostre preço unitário e preço bundle, e calcule desconto marginal.
Mais dicas operacionais, rápidas:
- Coloque o responsável de oferta em cada linha da tabela.
- Marque status: pendente, testando, validado.
- Use notas curtas: por que escolhemos esse preço? qual a hipótese?
Comunicação prática. Evite jargão técnico na porta de entrada. Use provas locais em negociação. E, por favor, registre todo feedback no CRM. Isso alimenta a próxima rodada de testes.
Se precisa de referência sobre como vender no campo, dê uma lida neste guia prático: Como vender produtos agrícolas. Vai direto ao ponto. Ajuda a estruturar scripts de visita e argumentos por segmento.
Por fim, lembre: modelo é hipótese. Teste. Falhe rápido. Ajuste. A ferramenta preenchível é o mapa vivo. Use-a como checklist em reuniões semanais. E não esqueça das pessoas: quem atende no campo precisa entender os níveis de oferta, o que dizer e quando escalar para o suporte técnico.
Pequeno lembrete prático: um bundle bem explicado dobra a percepção de valor. Uma demonstração bem executada reduz objeção técnica. E um follow-up no pós-venda transforma cliente em defensor. Faça as contas, registre, e repita o que funciona. Tá na hora de transformar diagnóstico em vendas.
Operações, métricas e plano anual acionável

Governança. Sem ela, o plano fica bonito no PowerPoint. Mas não vira campo. Comece com nomes. Simples assim. Defina um dono do plano — alguém que responda por cumprir metas e por puxar as sessões de revisão. Depois, distribua responsabilidades claras:
- Oferta: responsável por categorizar produtos/serviços, validar posicionamento e manter o portfólio atualizado. Pode ser um product manager regional.
- Aquisição: quem gerencia canais, campanhas locais e performance. Normalmente marketing + growth.
- Fidelização: pós-venda, contratos, renovações e suporte técnico. (Dica: alinhe com quem faz visitas técnicas).
- Operações: logística, entregas, programas de aplicação e integração com revendas.
Dono do plano é quem convoca, aponta prioridades e corta o que não funciona. Cadência clara. Sem rituais, o plano morre. Reunião semanal operacional. Revisão estratégica mensal. Retrospectiva trimestral. Dashboard sempre aberto. Sim, um painel. Fácil de checar. Um clique e você sabe se está perdendo ou ganhando.
Calendário anual com janelas críticas. O agro tem ritmo próprio. Não invente o calendário no escritório. Construa em torno das janelas: pré-semeadura, plantio, aplicação, colheita. Cada janela pede ações distintas. Pré-semeadura é para educação, testes de solo, ofertas de insumo. Plantio pede demonstrações e suporte no campo. Aplicação é janela para serviços e upsell técnico. Colheita, hora de garantir logística e negociar contratos futuros.
Monte o calendário assim:
- Q1: janela de pré-semeadura — prospect, testes e educação. Alocação sugerida: 40% do budget anual. Por que tanto? Porque é ali que você cria demanda e coloca provas de conceito.
- Q2: plantio e demonstrações — 30% do budget. Visitas, demonstrações regionais, bundles com aplicação.
- Q3: aplicações e monitoramento — 20% do budget. Ações táticas, atendimento in loco, reforço técnico.
- Q4: colheita e negociação de renovação — 10% do budget. Fechar contratos, pós-venda e lessons learned.
Esses percentuais são ponto de partida. Ajuste por safra e por região. Em locais com safrinha, invista mais no Q3. Em culturas irrigadas, redistribua. Não é religião.
Scorecard operacional. Metas demais confundem. Pegue o essencial. O scorecard deve ter no máximo oito indicadores. Use-os para decisões. Aqui estão os 8 que você precisa configurar na ferramenta preenchível:
- Leads qualificados/mês — volume que chega pronto para abordagem técnica.
- Conversão demonstração → venda — indicador direto de eficácia comercial.
- CAC por canal — custo por cliente adquirido, separado por revenda, field sales e digital.
- Receita por segmento — por cultura, por tamanho de fazenda, por canal.
- Retenção de clientes (renewals/contratos) — contratos renovados no ciclo.
- Tempo médio de resposta comercial — do lead ao primeiro contato técnico.
- Engajamento em canais técnicos — participação em webinars, consumo de conteúdos, visitas a estudos de caso.
- ROI por campanha — receita incremental atribuída dividido pelo gasto.
No scorecard, cada KPI tem meta trimestral. Cada indicador tem dono. E uma ação corretiva definida. Por exemplo: se a conversão demonstração→venda cai 15%, o responsável por oferta convoca um sprint e testa novo formato de demo.
Ciclo de testes e aprendizado. Experimentos bem desenhados viram decisões. Não faça A/B randomico. Desenhe hipótese. Defina métrica principal. Calcule amostra mínima. Use tabelas simples. Exemplo de experimento: A/B pricing para pacote de insumo + aplicação em duas regiões. Hipótese: o bundle eleva ticket médio em 18%. Métrica: ticket médio e churn técnico. Tamanho mínimo de amostra: 120 clientes por grupo, ou 3 revendas por grupo.
Tempo. Não espere resultados eternos. Experimentos trimestrais com duração de 8 a 10 semanas funcionam bem. Use sprints bimestrais. Dois meses para rodar, revisar, ajustar. Sprint curto. Aprendizado rápido. Se acertou, escala. Se não, faz novo experimento. Repetir é ok. Errar rápido é melhor.
Implementação da ferramenta preenchível. Pense nela como um quadro vivo. Não é relatório finalizado. Estruture abas objetivas:
- Diagnóstico — perfil de mercado, gaps, mapas de canais e personas.
- Oferta & Pricing — lista de ofertas nos níveis: entrada, núcleo e premium. Preço referência, arredondamento, regras de bundling.
- Jornada — mapeamento: descoberta → avaliação técnica → teste/demonstração → negociação → pós-venda. Conteúdos recomendados para cada etapa.
- Calendário — janelas críticas, eventos regionais, alocação de budget por trimestre.
- Scorecard — os 8 KPIs com metas e responsáveis. Visual simples. Sem frescura.
- Experimentos — backlog de testes, hipótese, métrica, amostra, resultado.
Integre com CRM. Se os leads ficam presos em planilha, você perde tempo. Integração importa. Importe leads automaticamente. Atualize estágio da jornada. Alimente o scorecard em tempo real. Para campanhas em redes e em grupos locais, gere tags que identifiquem origem. Assim você calcula CAC por canal sem ficar contando manualmente.
Exemplo de KPI aplicado — indústria de insumos. Vamos ao caso prático. Você lança um experimento com bundle + desconto por volume. Roda em 3 revendas piloto. Hipótese: o bundle eleva ticket médio 18% e reduz churn técnico. Métrica principal: ticket médio por venda. Métrica secundária: churn técnico em 6 meses. Critério de sucesso: aumento de ticket e LTV/CAC > 1,8.
Detalhe operacional: escolha revendas com perfil semelhante. Treine vendedores locais. Padronize a oferta — condicione desconto por volume e pelo compromisso de aplicação técnica. Meça vendas semana a semana. Avalie suporte técnico nas primeiras 8 semanas. Se LTV/CAC ficar abaixo de 1,8, repense desconto ou bundle.
Do plano ao campo: entregáveis concretos. O que deve sair da ferramenta preenchível? Liste:
- Plano anual com budget por trimestre e janelas críticas.
- Roteiros de demonstração padronizados por segmento.
- Checklist de onboarding para revenda e field sales.
- Agenda de sprints bimestrais.
- Dashboard com os 8 KPIs.
- Backlog de experimentos com prioridades.
Cada entregável tem um responsável. Cada entregável tem prazo. Simples.
Governança na prática. Agende a primeira revisão trimestral. Traga o time comercial, técnico e de operações. Revise números, revise hipóteses. Atualize a ferramenta preenchível. Faça perguntas diretas: o que aumenta receita mês que vem? O que elimina desperdício? Se ninguém souber responder, sua governança falhou.
Pequenas histórias ajudam aqui. Lembro de uma regional que gastou pouco em pré-semeadura. Resultado: pipeline fraco no plantio. Reaje. Mude. No trimestre seguinte deslocaram 15% do budget do Q4 para Q1. Resultado: demos mais qualificadas e vendas 12% maiores no plantio. Não é só sorte.
Integração com pós-venda. Fidelização não é conversa bonita. É indicador. Vincule o time de pós-venda ao scorecard. Use insights de campo para melhoria de produto. Se o técnico reporta que um pacote falha em um solo, isso vira hipótese de produto e experimento. Veja um bom conteúdo sobre pós-venda e fortaleça esse elo: Pos-venda fortalecido no agronegócio.
Boas práticas para evitar burocracia:
- Simplifique a ferramenta. Menos abas, mais ações.
- Atualize dados automáticos via CRM. Menos planilha, mais painel.
- Use rituais curtos. Reuniões de 30 minutos funcionam.
- Priorize hipóteses que impactem receita.
Por fim, um lembrete prático. Não espere perfeição. Teste. Ajuste. Priorize hipóteses que gerem impacto de receita e que possam ser testadas no trimestre. A ferramenta preenchível é seu guia vivo. Não é um contrato com Deus. Atualize, apague, reescreva. O importante: sair do plano para o campo. E repetir.
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Sobre
Mentoria com Ben Martin Balik: acompanhamento prático no uso da ferramenta preenchível, workshops de validação por segmento, templates customizados para Revendas, Agroindústrias, Lojas de Maquinários e Agritechs, e suporte para integração com CRM e dashboards. Pacotes com diagnóstico inicial, sprints de 60 dias e acompanhamento trimestral de métricas.

