Você já perdeu venda por não oferecer a opção certa no momento certo? No agro, cada cliente representa um ciclo longo e valioso — um produtor que compra uma bitola de sementes hoje pode comprar insumos, assistência técnica e máquinas amanhã. Este artigo mostra, de forma prática e direta, como aplicar upsell, cross sell e downsell em empresas do setor — desde revendas agrícolas até agritechs. Vou explicar passo a passo o que cada técnica é, quando usar, exemplos reais para diferentes canais (loja física, representante técnico, e-commerce B2B) e como medir resultados sem criar atrito com o cliente. Leia se você é analista ou gestor de marketing no agro e quer aumentar receita por cliente e melhorar a experiência de compra com ações simples e replicáveis.
O que são Upsell, Cross Sell e Downsell e quando usar no agro

Produtor na sala da revenda. Planilha aberta. Preocupação no rosto. Safra nem começou e já tem decisão difícil: investir em tecnologia agora ou segurar o caixa? Você reconhece esse desafio na sua revenda ou agritech? Muitos perdem venda por oferecer a opção errada, no momento errado. Perdem receita. Perdem confiança também.
A história se repete. O vendedor chega com uma solução padrão. O produtor diz “vou pensar” ou “não tenho caixa”. Resultado: nenhum negócio fechado, e a relação esfria. Mas não precisa ser assim. Pequenas mudanças no que se oferece fazem diferença enorme. E não é mágica. É tática.
Vamos direto ao ponto. Três conceitos simples mudam a jogada:
- Upsell: oferecer uma versão superior do que o cliente já quer. Tipo: semente com pacote tecnológico maior. Ou garantia estendida para implemento. É mais lucro por venda. Mas só funciona se o cliente enxergar ganho claro.
- Cross sell: vender itens complementares. Vendeu pulverizador? Oferece bicos, filtros, assistência de calibragem. O cliente melhora a experiência e a revenda aumenta ticket.
- Downsell: alternativa mais barata quando o cliente recusa a oferta original. Pacote enxuto de insumos, ou pagamento estendido. Evita perder a venda por completo.
Nada novo no mundo do varejo. Mas no agro tem nuance. Decisão do produtor é técnica, financeira e emocional. Entra safra, clima, histórico com o fornecedor, expectativa de mercado. E assistência técnica sempre pesa.
Quando usar cada tática? Não misture tudo. Use com critério.
- Upsell funciona bem com cliente que já investe. Quem compra premium uma vez, tende a repetir. Também vale para quem tem histórico técnico de sucesso. Mostre prova. Dados. Demonstração em campo. Não venda luxo. Venda ganho de produtividade ou redução de risco.
- Cross sell brilha no momento do fechamento e no pós-venda. O cliente já decidiu comprar tal equipamento. Ofereça o kit que evita paradas e melhora desempenho. Simples, direto, visual. No checkout físico ou online, coloque o complemento onde o cliente vê. No pós-venda, um kit é sempre lembrado.
- Downsell é a rede de segurança. Quando percebe que o cliente recusa por preço, por prazo ou por incerteza, puxa a versão econômica. Aceita menos margem. Mantém relacionamento. Evita que o concorrente entre e ganhe confiança.
Vou contar um caso rápido. Um gerente de revenda apostou alto num produtor médio. Ofereceu semente premium, análise de solo e pacote de fungicida. O produtor hesitou. Caixa curto. O vendedor voltou com proposta downsell: semente standard mais análise parcelada. Cliente aceitou. No fim da safra, acertou com a revenda sobre a performance. No ano seguinte, comprou o pacote premium. O vendedor não só manteve a venda, como ganhou fidelidade. Pequena adaptação. Grande resultado.
Definições feitas. Mas como o produtor decide? Pelo valor percebido. Valor percebido é o que conta. Se o upgrade traz 10% a mais de produtividade mas custa 30% a mais, o produtor talvez não aceite. Se porém reduz risco de perda e traz garantia técnica, muda tudo. Mensure. Traduza tecnologia em ganho por hectare. Fale a língua do produtor: real por hectare, risco por safra, economia de mão de obra.
Alguns sinais óbvios para usar cada tática:
- Cliente já comprou tecnologias antes, pergunta sobre performance: pensar em upsell.
- Cliente fechou compra principal e procura acessórios: cross sell imediato.
- Cliente trava por preço ou timing: puxa downsell.
Exemplos práticos para visualizar:
- Revenda agrícola: ao oferecer sementes, apresentar diagnóstico de solo pago e versão grátis do diagnóstico como incentivo para upgrade. Se o produtor escolher a versão grátis, oferecer pacote de adubação básico como cross sell.
- Loja de maquinário: no fechamento, propor plano de manutenção como upsell. Ao lado do equipamento, mostre kit de filtros e ferramentas pequenas como cross sell visual.
- Indústria de insumos: se o produtor recusa o fertilizante premium, sugerir formulação com dosagem menor, com frete subsidiado. Não perder a venda.
Posto isso, tenha cuidado com timing e linguagem. Frases longas e técnicas demais matam o argumento. Fale curto. Fale direto. Exemplo ruim: “A tecnologia W reduz variabilidade e aumenta potencial genético”. Exemplo bom: “Com esse tratamento, é comum ver 0,4 t/ha a mais. Menos risco de falha.” Mostre números simples.
E a prova social? No agro funciona. Produtor confia no vizinho. Ou no colega de sindicato. Use isso. Tenha casos locais prontos. Um cliente da mesma região comparando resultados faz mais efeito do que um paper técnico. Use testemunho curto. Use antes/depois. Mostre fotos. Isso vale tanto para upsell quanto para cross sell.
Também preste atenção ao canal. Estratégia sem canal falha.
- Na loja física, o cross sell visual é ouro. Kits ao lado do produto principal vendem. Treine scripts curtos: uma frase clara, um benefício. E tenha um downsell pronto.
- Para representantes de campo, demonstre. Mostrar ganho em hectares funciona. Integre KPIs de recomendação no CRM. Anote quando o rep sugeriu upgrade e o resultado. Isso gera disciplina e melhora follow-up.
- No e-commerce B2B, a tela de checkout deve sugerir 1-2 itens complementares. Use comparações simples. Pop-ups de upsell com tabela curta ajudam. E-mails de carrinho abandonado com downsell aumentam recuperação.
Uma regra que sempre volta: ofereça benefícios, não features. O produtor quer saber o que ganha. Não quantificar a tecnologia. Quantifique o resultado. Menos dúvida. Mais conversão.
Algumas armadilhas comuns:
- Oferecer upsell sem prova local. Fracasso quase certo.
- Empurrar itens sem ouvir a dor. Fica óbvio e chato.
- Não ter opção econômica. Se o cliente disser não, já perdeu. Tenha um plano B.
Pequeno checklist mental antes de oferecer qualquer upgrade ou complemento:
- Entendi a dor do cliente hoje?
- Tenho prova de ganho aplicável àquela realidade?
- Posso explicar benefício em termos reais por hectare?
- Tenho uma opção econômica pronta?
Se a resposta for sim para todas, vá em frente.
Outro ponto: precificação e pagamento. Às vezes o upsell é aceitável se o pagamento estiver mais espaçado. Parcelamento estendido pode transformar um não em sim. Isso é downsell disfarçado. Ou melhor: é adaptação financeira. Pense nisso.
Não esqueça do pós-venda. Ofertas de cross sell ou upsell no pós vão bem. Um kit de manutenção ou um pacote de assistência técnica enviado depois da venda mantém o cliente próximo. Para ideias sobre fortalecer o pós-venda, confira materiais que tratam exatamente disso, como este artigo sobre pós-venda no agronegócio: pos-venda fortalecido no agronegócio. Use esse contato para recolher dados e, no próximo ciclo, oferecer o upsell com base em resultados reais do cliente.
Por fim, mensure tudo. Não adianta ter boas intenções. Se não medir conversão por oferta, fica no achismo. Registre cada proposta: quem sugeriu, quando, qual alternativa foi aceita, e por que. Ajuste scripts. Corte ofertas que não funcionam. Escale as que funcionam.
Lembrete rápido: o produtor decide por valor, confiança e timing. Entregue valor. Mostre confiança. Ofereça no momento certo.
Um último exemplo, rápido e direto: representante visita faz diagnóstico rápido. Fala o ganho esperado. Oferece upgrade por X% a mais de custo. Cliente diz não. Rep tem downsell: versão mais enxuta, parcelamento maior. Cliente fecha. Rep registrou tudo no CRM. No final do ciclo, há dado para uma nova oferta. É repetível. É simples. E vende.
Pequenas mudanças no discurso. Pequenas adaptações nas opções. Resultados consistentes. Não precisa reinventar nada. Precisa entender o cliente, e oferecer a opção certa, no momento certo. Simples assim. Errado? Talvez seja simples demais, mas é o que funciona.
3 Estratégias práticas para aplicar em canais do agro

Há uma cena que se repete em muitas revendas: um produtor entra, olha o que veio buscar, e sai com só o que estava na lista. Frustrante? Sim. Evitável? Também. Neste capítulo eu vou te mostrar três estratégias práticas. Aplique em loja física, em representantes técnicos e no e‑commerce B2B. Passos claros. Rápidos. Que realmente convertem.
Na prática, as táticas são simples. Mas a execução é o ponto onde a maioria falha. A história é real: um vendedor de uma revenda pequena aprendeu a sugerir um pacote de assistência técnica. Em poucos meses, o ticket médio subiu e as paradas por manutenção caíram. O cliente ganhou previsibilidade. A loja ganhou receita. Todo mundo satisfeito. Esse tipo de caso é a base das táticas abaixo.
Loja física / PDV
Comece pelo óbvio: quem atende face a face tem a maior chance de influenciar a compra. Então treine scripts curtos. Scripts que soem naturais. Exemplo: “Se você optar por esse modelo X, recomendo o pacote Y de assistência; ele reduz paradas em 40%. Muitos vizinhos já usam.” Use prova social. Cite clientes locais. Curto e direto. Não encha o cliente com números técnicos. Mostre o ganho prático.
Posicione kits complementares ao lado do produto principal. Visual é decisão rápida. Coloque um kit de bicos ao lado do pulverizador. Coloque um combo de calibragem junto das balanças. O cross sell visual funciona porque diminui fricção. O cliente já vê o que falta. A chance de aceitar aumenta.
Tenha um downsell padrão. Nem todo cliente aceita o premium. Tenha uma versão econômica pronta. Ou ofereça parcelamento estendido. Uma regra: ofereça primeiro a melhor opção. Se houver recusa, ofereça a alternativa. Não desapareça. Não deixe o cliente escolher sozinho no meio do calor da venda.
Pequenas táticas no PDV que fazem diferença:
- Tenha placas com benefício por hectare, não só preço.
- Use relatos curtos de fazendas vizinhas.
- Treine frase de fechamento: “Quer que eu já deixe no seu caminhão para evitar fila depois?”
Representantes técnicos / field sales
Os representantes técnicos vendem confiança. Eles sabem diagnosticar. Esse é o ativo mais valioso. Integre KPIs de recomendação no CRM. Registre quando o rep sugeriu um upgrade e qual foi o resultado. Assim você sabe o que funciona. E consegue reconhecer comportamentos repetíveis.
Use demonstração em campo. Mostrar ganho produtivo é o melhor argumento de upsell. Leve um ensaio, mostre uma faixa aplicada com a tecnologia superior. Dados e visual juntos vendem muito mais que discurso. Faça fotos, bote números por hectare. Registre. Depois use isso em propostas.
Scripts de follow-up importam. Faça follow-up 24–72h após a visita. Envie proposta com duas opções: premium e econômica. Não envie só o PDF técnico. Envie a comparação direta. Frases curtas. Destaque ganho por hectare. O representante fecha mais quando a proposta é simples.
Exemplo de script para field sales (use como base, adapte com linguagem local):
- Diagnóstico rápido: “Qual sua principal dor nesta safra?”
- Apresentação de solução: “Com o X você reduz custos; com Y você melhora a uniformidade.”
- Oferta de upgrade (upsell): “Por um adicional de X% você leva a versão com tecnologia Z.”
- Se recusar, oferecer versão econômica (downsell) ou parcelamento.
Importante: registre cada tentativa de upsell no CRM. KPI sugerido: taxa de aceitação por rep; receita incremental por visita; tempo médio para decisão.
E‑commerce B2B
No canal digital, a regra é reduzir cliques e dúvidas. A tela de checkout é ouro. Ofereça 1–2 itens de cross sell com imagens e uma razão clara. Exemplo curto: “Calibração grátis por 30 dias”. Não invente justificativas técnicas longas. Diga o benefício.
Use um pop‑up de upsell com comparação simples. Uma tabela curta, duas linhas. Botão de aceitação rápida. Não force. Permita rejeitar com um clique. Menos atrito, mais conversão.
Para downsell, automatize e-mails de abandono de carrinho. Ofereça alternativa de menor preço. Ou frete grátis. Às vezes o que falta é prazo de pagamento, não preço. Teste as duas opções.
Se você quer melhorar esse canal, leia sobre práticas de e‑commerce no agronegócio para ideias de layout e jornadas. Um bom ponto de partida é o artigo sobre e‑commerce no agronegócio.
Tabela comparativa (exemplo para sementes)
| Opção | Custo/ha | Produtividade esperada | Indicação |
|—|—:|—:|—|
| Standard | R$120 | 3,5 t/ha | Produtores de menor risco
| Premium (upsell) | R$160 | 4,0 t/ha | Alta pressão de pragas, busca máxima produtividade
| Econômica (downsell) | R$95 | 3,2 t/ha | Safra de menor investimento
Use tabelas curtas como esta em propostas. Produtor gosta de comparar. Mostre impacto por hectare, e some no total da propriedade.
Como montar a sequência de oferta por canal
1) PDV: entrada → abordagem rápida → demo visual (se possível) → oferta de pacote → fechamento com opção econômica se necessário.
2) Rep técnico: diagnose → demonstração em campo → proposta com comparação → follow‑up 24–72h com duas opções.
3) E‑commerce: produto → checkout com 1 cross sell → pop‑up de upsell na mesma sessão → e‑mail de recuperação com downsell.
História curta: um representante foi a campo, mostrou uma faixa tratada, voltou à revenda com 3 pedidos de upgrade. Por quê? Porque levou prova, levou confiança, e voltou com proposta simples. A revenda registrou tudo no CRM. Depois replicou o script e viu aumento consistente. Não é sorte. É processo.
Medição e ajustes rápidos
Sem dados você acha que as coisas funcionam. Achismo mata escala. Meça o básico. KPI essenciais:
- Taxa de aceitação de upsell por canal.
- Receita incremental por cliente.
- Tempo entre proposta e decisão.
- Reclamações pós‑oferta.
Teste uma coisa por vez. Se você mudar script e preço ao mesmo tempo, não sabe o que funcionou. Faça A/B simples. Alterne um vendedor por semana, por exemplo. Pequenas variações, resultado grande.
Checklist rápido para implementar
- [ ] Mapear pontos de contato do cliente
- [ ] Criar 2 scripts padrão por canal
- [ ] Treinar equipe em benefícios (não features)
- [ ] Medir conversão por oferta
Dicas práticas que você pode usar hoje
- Foque no benefício por hectare. Sempre. É a linguagem que o cliente entende.
- Use prova local. Caso curto, real e recente. Nome da cidade, não só números frios.
- Limite a oferta no contato: 1 upsell + 1 cross sell. Mais que isso confunde.
- Configure lembrete no CRM para follow‑up em 48h. Simples e eficaz.
Notas de execução (pequenos erros que custam muito)
- Não deixe o representante improvisar sem registro. Se não registrar, não escala.
- Não faça pop‑ups pesados no e‑commerce. Eles irritam e aumentam rejeição.
- Não ofereça desconto genérico como primeira opção. Prefira benefício tangível.
Um último exemplo prático, rápido
Na última safra uma loja mudou o PDV: colocou kits ao lado do produto e treinou dois scripts. Resultado em 60 dias: ticket médio subiu 18%. O segredo? Scripts curtos + prova social local. Simples. E replicável.
Próximo passo: medir, segmentar e otimizar. Não pare aqui. Aprenda a distinguir quem aceita upsell e quem prefere downsell. Use isso para criar jornadas distintas. No capítulo seguinte você verá métricas e segmentação avançada.
Observação: cada mercado regional é diferente. Teste rápido, ajuste, e documente. Pequenas mudanças hoje geram receita consistente amanhã. E lembre: o produtor não quer ser empurrado. Quer solução. Entregue solução.
Medição, segmentação e otimização para crescer sem perder confiança

Medir é obrigatório. Sem números, você fica no palpite. E no agro, palpite vira problema. Há um cliente na propriedade, esperando resultado. Se você empurra ofertas no chute, irrita. Perde venda e, pior, perde confiança.
Vou te contar de um caso curto. Um representante sempre sugeria a versão premium para todos. Alta comissão. Ok. Mas a taxa de aceitação caiu. Reclamações subiram. No final da safra, esse revendedor virou exemplo de como não medir. Moral: sem métrica, toda ação vira ruído.
Aqui falamos de solução avançada. Não é só anotar vendas. É medir o que importa. E agir rápido. Abaixo, principais métricas que você precisa ter no painel, hoje mesmo.
- Taxa de aceitação de upsell (%) = vendas com upgrade / propostas de upgrade. Se a taxa for baixa, reveja a oferta ou o timing.
- Taxa de cross-sell por pedido (%) = pedidos com itens complementares / total pedidos. Simples indicador de penetração de portfólio.
- Valor médio por cliente (ticket médio) antes e depois das ações. Meça por safra ou por 30/60/90 dias.
- Churn ou reclamações pós-venda. Esse é o alarme vermelho. Se sobe, pare e investigue.
Cada métrica tem finalidade. Aceitação baixa aponta problema de proposta. Cross-sell baixo mostra fricção no canal. Ticket médio que não cresce pode indicar que você está oferecendo errado. Reclamações significam que o benefício prometido não se concretizou. Não ignore.
Segmentação eficaz é o eixo seguinte. No agro, cada fazenda é um universo. Segmentar errado é oferecer pulverizador para quem só planta soja. Não dá.
Segmente pelo menos por:
- ciclo de safra (plantio, florescimento, colheita);
- histórico de compra (frequência e mix);
- tamanho da operação (hectares/volume);
- índice de fidelidade (NPS, recompra, tempo como cliente).
Use lookalike. Pegue clientes que sempre aceitam upgrades. Crie um perfil e ache semelhantes. Isso funciona em campanhas digitais e também orienta o discurso do representante. Um lookalike bem feito aumenta conversão. Não é mágica. É lógica aplicada.
Testes e otimização. Não existe ajuste ‘mais ou menos’. Teste. Teste de verdade.
- A/B test em um canal por vez. Teste por canal. Por exemplo: mensagem de upsell via e-mail versus via SMS. Não misture canais no mesmo teste.
- Teste preço do upsell. Ex: +10% vs +20%. Ofereça benefícios distintos: parcelamento estendido, garantia estendida, suporte técnico prioritário.
- Monitore e reduza fricção. Menos cliques. Menos papel. Decisão rápida. Simplifique o caminho.
Fique atento aos detalhes de implementação. Um A/B test mal planejado gera ruído e conclusões erradas. Faça amostras pareadas. Controle sazonalidade de safra. E registro tudo no CRM.
Dito isso, segue uma jornada otimizada que já rodou em campo e trouxe resultado. Simples. Replicável.
- Dia 0: venda principal (máquina ou insumo). Documento assinado. Ajuste de entrega definido. Cliente satisfeito, mas cauteloso.
- Dia 7: follow-up técnico com oferta de cross-sell. Peças, acessórios e serviço. O follow-up é técnico, não comercial. Ajuda a construir confiança.
- Dia 30: proposta de upsell para o próximo ciclo sazonal. Use dados da safra anterior. Mostre ganho por hectare. Faça a conta. O produtor compra números, não palavras.
Perceba a lógica: primeira oferta resolve o problema imediato. A segunda agrega. A terceira amplia o relacionamento. E cada contato tem um objetivo claro.
Testes práticos que funcionam no agro:
- Mensagem curta e técnica no follow-up. Ex: “Vimos a perda na lateral. Com calibragem X você reduz 0,2 t/ha.” Simples. Direto.
- Oferta de upsell com comparação rápida. Uma mini-tabela com custo/ha e produtividade esperada. Não encha de dados.
- Downsell automático após recusa. Uma alternativa mais barata ou com parcelamento. Mantém o relacionamento vivo.
Um ponto que muita gente erra: oferecer tudo de uma vez. Grande erro. Um contato. Uma proposta. Duas ofertas no máximo. Quem recebe dez mensagens vira ruído. E produtor ignora.
Métricas por canal. Importante: medir por canal separadamente. PDV, field sales e e-commerce têm dinâmicas distintas.
- PDV: meça conversão in-store, taxa de cross-sell visual e tempo médio de decisão. Treine scripts curtos. Posicione kits ao lado do produto. Mostre prova social local.
- Field sales: registre recomendações no CRM. Meça KPIs de recomendação. Taxa de aceitação por representante. Tempo entre visita e conversão.
- E-commerce B2B: meça taxa de pop-up aceita, cross-sell no checkout e taxa de abandono seguido de downsell. Dados digitais são mais rápidos para testar.
Vale reforçar: integre esses dados num painel único. Sem integração, você perde a visão do cliente. O representante pode achar que fez tudo certo, enquanto a loja viu abandono no checkout. Consolide.
Reduza fricção sempre. Fricção mata conversão. Menos cliques. Menos formulários. Pagamento facilitado. Opções de parcelamento claro. Teste um botão que aceita a oferta em 1 clique. Às vezes um botão só aumenta a taxa dramaticamente.
Outra recomendação: priorize valor para o cliente. Mostre economia por hectare. Mostre aumento de produtividade. Use provas locais. Pequenos case studies locais funcionam melhor que estudos genéricos. Um produtor da mesma cidade pesa mais do que um estudo nacional.
A prova social deve ser curta. Uma frase, um número. “Redução de 0,4 t/ha na fazenda X”. Não encha de abstração. Expertise demais vira jargão. Simples vence.
Aqui entra um detalhe técnico: monitore churn e reclamação pós-venda por segmento. Se a reclamação sobe para clientes de pequeno porte, talvez sua oferta premium não era adequada para esse grupo. Ajuste a segmentação. Ou ofereça o downsell padrão.
Checklist de KPIs para acompanhar mensalmente. Tenha isso em relatórios automáticos.
- Conversão de upsell (%)
- Receita incremental por cliente (R$)
- Taxa de cancelamento/reclamação
- Tempo médio entre compra inicial e primeira oferta de upsell
Sem esse controle, recomendações viram tentativa. Com este controle, recomendações viram receita escalável.
Ferramentas práticas. Não precisa de tecnologia complexa no início. Um CRM simples, uma planilha bem estruturada e relatórios mensais já ajudam. Depois escale para integrações com o ERP e o e-commerce. E lembre: o processo humano importa. Treine representantes e atendentes.
Um último lembrete: o pós-venda é o coração. Leia mais sobre como fortalecer essa etapa em um material útil que complementa este capítulo. Consulte este guia sobre pós-venda fortalecido no agronegócio. Ele traz passos práticos de execução. Boa leitura, se quiser se aprofundar.
Boas práticas finais, em voz curta:
- Priorize benefício real para o cliente. Sempre.
- Meça tudo, mas comece com poucas métricas.
- Teste em um canal por vez.
- Mostre números locais. Use prova social.
- Ofereça 1 upsell + 1 cross sell por contato.
- Tenha um downsell preparado.
Se você seguir esse roteiro, vai crescer sem perder confiança. Crescer com confiança é a verdadeira vantagem competitiva. E lembre: confiança é frágil. Métrica e segmentação são o cimento que a mantém de pé.
Implementação prática em uma semana? Sim. Mapear pontos de contato, criar 2 scripts por canal, treinar equipe e ativar relatórios das 4 principais métricas. Comece pequeno. Otimize rápido. Repita.
Erro comum pra fechar: ficar preso às métricas erradas. Receita alta não justifica 20% de reclamações. Atingiu uma meta de venda e perdeu cliente. Não é sucesso. Métrica sem contexto é falsa vitória. Seja crítico.
No próximo contato com sua equipe, peça: mostre-me a taxa de aceitação de upsell por canal. Se ninguém souber, comece por aí. É o primeiro passo real. E, se já souber, pergunte: o que vamos testar este mês para melhorar 2 pontos percentuais nessa taxa? Pequena meta. Grande impacto.
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