14 de outubro de 2025 abre novas janelas para quem cuida do marketing no agro: mudanças nas plataformas, evolução de dados e comportamentos de compra mais técnicos demandam ações objetivas. Se você gerencia agromarketing em agroindústrias, revendas, lojas de maquinário, indústrias de insumos ou agritechs, precisa de estratégias digitais com retorno claro e passo a passo aplicável ao campo e à cadeia. Este conteúdo apresenta abordagens testadas, exemplos práticos e checklists para implementar campanhas, ajustar funis B2B/B2C e medir impacto em 90 dias. A leitura oferece modelos e decisões que podem melhorar geração de leads qualificados, otimizar orçamento de mídia e transformar dados de safra em vantagem competitiva.
Cenário e principais desafios do agromarketing em Outubro 2025

Em outubro de 2025 o campo devolve sinais claros. Dados de satélite, sensores de solo e telemetria de máquinas já não são luxo. Viraram insumo. Mas nem todo time de marketing sabe o que fazer com isso. Resultado: campanhas bonitas. Poucos leads com fit técnico. Orçamentos exigem retorno. Ponto.
Lembro de uma conversa rápida com um analista de uma revenda no Sul. ‘‘Temos 3 milhões de linhas de telemetria, mas ninguém perguntou ao produtor sobre o tamanho do talhão’’, ele disse. Silêncio. É comum. Tecnologia não é sinônimo de inteligência comercial. Tem que haver contexto. E em 2025, contexto é tudo.
Três vetores mudaram o jogo ao mesmo tempo. Primeiro, maior maturidade de dados de campo. Há dados de produtividade por talhão, histórico de aplicações e telemetria em tempo real. Segundo, segmentação técnica de compradores. O comprador agro não é homogêneo: ele decide por técnica, não por faixa etária. Terceiro, pressão por ROI imediato. Cada real gasto precisa justificar safra, venda, visita técnica. Esses vetores somam. Eles exigem prática. Não teoria.
As dores ficam claras assim que você olha os relatórios mensais.
- Baixa qualidade de leads. Muitas campanhas geram interesse. Poucos leads com fit técnico. Leads que marcam interesse mas não têm área produtiva compatível. Leads que pedem preço mas não sabem cultivar a cultura alvo. Frustração.
- Falta de integração entre vendas, CRM e telemetria. Leads entram, desaparecem, reaparecem em listas. Sinais de compra — carregamento de implemento, abertura de silo, alteração de mapa de aplicação — não chegam para o comercial. Tempo perdido. O lead esfria.
- Mensuração limitada. Ainda existe dificuldade em ligar o investimento digital ao volume por safra. Campanha X trouxe cliques. Mas a colheita foi vendida por quem? Como provar que a campanha acelerou a decisão uma safra antes?
Essas dores têm implicações diretas para diferentes atores do ecossistema agro.
- Agroindústrias: precisam transformar dados de assistência técnica em ativos comerciais. Relatórios de campo viram argumento de venda. O técnico que visita a lavoura é uma fonte de receita e deve alimentar o funil.
- Revendas agrícolas: devem priorizar segmentação por perfil de manejo e capacidade financeira. Geografia é útil, mas insuficiente. Saber se o cliente usa plantio direto ou irrigação é mais acionável.
- Lojas de maquinário: conteúdo técnico deve entrar no funil. Demonstração prática, comparativo de custo por hora, manutenção preventiva — isso converte decisores técnicos.
- Indústrias de insumos: exigem prova de eficácia. Provas regionais, comparativos por talhão, números claros de rendimento e custo por hectare são moeda forte.
- Agritechs: vantagem evidente na adoção de dados. Mas precisam demonstrar ROI a clientes conservadores. Adoção não é garantia de renovação do contrato.
E o que isso significa para você, analista ou gestor?
Primeiro: pare de avaliar métricas de vaidade. Curtidas, alcance, e impressões não pagam a visita técnica. Foque em leads qualificáveis por critério técnico. Pergunte tamanho de área, cultura, sistema de irrigação, histórico de compra. Esses campos salvam tempo comercial.
Segundo: priorize integrações por API entre CRM, plataforma de anúncios e telemetria. O fluxo deve ser contínuo. Do sinal de aplicação no campo até a tag no lead. Não dá para ter equipes operando em ilhas. Se o técnico identifica aumento de pragas e isso não vira alerta comercial, a oportunidade vira ciclo perdido.
Terceiro: defina janelas de análise alinhadas ao ciclo de compra da cultura. Nem todo lead é sazonal do mesmo jeito. Algumas culturas têm janelas claras de compra 30 dias antes do plantio. Outras exigem decisão 120 dias antes. Alinhe suas métricas a essas janelas.
Agora, nada disso é teoria acadêmica. Há caminhos práticos. Abaixo, uma sequência com prioridade de execução que respeita porte e recursos. Curto prazo com impacto mensurável.
1) Segmentação técnica e personas agrícolas.
Defina três personas-chave: Produtor de Grande Porte (contrato com integrador), Revenda com assistência técnica, Gestor de Fazenda Comercial. Para cada persona, monte critérios simples de qualificação: hectares produtivos, técnicas de manejo, sistemas de irrigação, histórico de compra. Pequeno exemplo: produtor grande — >2000 ha, contrato de integração ativo, plantio direto, histórico de compras anual. Revenda — atende >200 clientes, oferece assistência técnica remunerada, possui área de demonstração.
2) Conteúdo baseado em prova técnica.
Vídeos curtos (60–120s) com teste comparativo no campo. Use dados concretos: percentual de aumento de rendimento, redução de insumo, custo por hectare. Case studies regionais com números reais. Isso reduz objeções e acelera prospecção.
3) Campanhas com objetivo de lead qualificado.
Anúncios com formulários dinâmicos que peçam critérios técnicos: tamanho do talhão, cultura, mês de plantio. Ofereça material técnico exclusivo em troca: planilhas de cálculo, checklist de manutenção, guias de aplicação. Leads que entregam dados técnicos têm maior probabilidade de conversão.
4) Integração e automação do follow-up.
Leads devem chegar ao CRM com tags por persona e pontuação por fit técnico. Configure fluxos de nutrição: conteúdo técnico -> convite para demo -> contato comercial. Automação não é substituto do vendedor, mas filtra e prioriza quem merece ligação imediata.
Checklist de execução para 30/60/90 dias:
- 0–30 dias: mapear personas, ajustar formulários, criar 2 vídeos de prova técnica. Rápido, sujo, efetivo. Faça um teste regional.
- 31–60 dias: rodar campanhas de geração de leads com segmentação por persona; integrar CRM e testar o fluxo de tags.
- 61–90 dias: automatizar follow-up, rodar testes A/B em criativos e landing pages; medir CPL e taxa de qualificação.
Canais e uso prático. Um resumo direto:
| Canal | Objetivo principal | Indicador chave | Recomendação prática |
|—|—:|—|—|
| Facebook/Meta | Alcance e linguagem regional | CPL e taxa de qualificação | Use para top e middle funnel com segmentação por interesse rural |
| Google Search | Demanda ativa | CTR e taxa de conversão em formulário técnico | Priorize para vendas por necessidade imediata (peças, insumos) |
| YouTube | Prova técnica e demonstração | Visualizações assistidas e leads | Vídeos de teste e instalação, use como remarketing |
| LinkedIn | Vendas B2B (agroindústrias, revendas) | Taxa de resposta e reuniões agendadas | Conteúdo técnico e whitepapers para decisores |
Um caso aplicado: uma revenda regional fez um vídeo de 90s mostrando aplicação de adjuvante. No formulário, passou a exigir o tamanho da área tratada. Leads qualificados subiram 36%. Após integrar ao CRM e automatizar o fluxo, 18% desses qualificados viraram visitas técnicas pagas. Simples. Sim, preciso dizer: dado gera ação. Ação gera receita.
Algumas pegadas práticas que ninguém gosta de dizer: peça sempre um indicador técnico. Hectares. Mês de plantio. Necessidade de crédito. Sem isso, o time comercial perde tempo. Outra pegada: não torne o formulário um questionário de 12 perguntas. Priorize 3–4 campos técnicos essenciais.
Se ainda está inseguro sobre como integrar leads ao CRM ou como operar tags por persona, leia este material sobre práticas de CRM no agro. Ele ajuda a sistematizar o fluxo de leads e a atribuição de ações comerciais: Boas práticas de CRM no agro.
Por fim, algumas verdades duras: campanhas de vaidade cobram imposto alto. Você pode ter milhões de impressões e nenhum contrato. Você pode ter tecnologia e nenhum processo. O diferencial de 2025 será habilidade em transformar sinais do campo em priorização comercial. Isso pede disciplina, integração e conteúdo técnico que prova. Pede também janelas de análise alinhadas ao plantio e um modelo de atribuição que entenda ciclos sazonais.
Siga a sequência. Comece pequeno. Mostre resultado em 30 dias. Escale o que dá certo. O próximo capítulo traz estratégias práticas e prioridades de execução com playbooks detalhados para 30/60/90 dias. Leia e aplique, sem preguiça.
Estratégias digitais práticas e prioridades de execução

Planejamento com prioridade tática.
Havia um gestor que só queria resultado rápido. Ele tinha um time pequeno. Orçamento curto. E uma meta clara: gerar leads que realmente virassem visitas técnicas. Começamos simples. Priorizamos ações com retorno direto. E escalamos a partir daí. Nada de estratégia bonita, mas inútil.
A sequência que proponho é prática. Testada em campo. Dá pra aplicar em empresas pequenas ou em operações maiores. Ajuste intensidade conforme recursos. O foco: retorno rápido e escalabilidade.
1) Segmentação técnica e criação de personas agrícolas
Não use só geografia. Isso é básico. Vá para técnico. Crie três personas-chave: Produtor de Grande Porte (contrato com integrador), Revenda com assistência técnica, Gestor de Fazenda Comercial. Para cada persona, tenha critérios de qualificação claros. Esses critérios orientam anúncios, formulários e o time comercial.
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Produtor de Grande Porte (contrato com integrador)
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Hectares produtivos: > 500 ha
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Técnicas de manejo: rotação de culturas, agricultura de precisão
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Sistemas de irrigação: pivô central ou gotejamento em escala
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Histórico de compra: compras anuais acima da média regional
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Revenda com assistência técnica
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Hectares atendidos em carteira: 1.000–10.000 ha
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Serviços prestados: regulagem de maquinas, assistência técnica de campo
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Infraestrutura: oficina própria e estoque de peças
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Histórico de compra: compras por volume e pedido programado
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Gestor de Fazenda Comercial
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Hectares produtivos: 200–500 ha
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Técnicas: integração lavoura-pecuária, manejo integrado de pragas
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Sistemas: irrigação parcial, sensores locais
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Histórico de compra: busca por eficiência de custo por hectare
Documente esses critérios em um playbook. Treine o time comercial com exemplos reais. Frases curtas. Exija que o SDR pergunte pelo tamanho do talhão. Sempre. Simples assim.
2) Conteúdo baseado em prova técnica
Conteúdo técnico vende. Mas tem de provar. Produza vídeos curtos de 60–120s com testes comparativos no campo. Mostre antes e depois. Mostre números. Mostre quem assinou a ficha técnica. Vídeo claro. Som natural. Legenda curta.
Use case studies regionais. Mostre produtividade por hectare e custo por hectare. Inclua tabelas simples no material de apoio. Conteúdo regional gera confiança. Produtores confiam em resultados da sua região.
Formato recomendado:
- Abertura rápida: objetivo do teste, local e condição de solo.
- Mostra do método: como aplicou, dose e equipamento usado.
- Resultado direto:quanto rendeu, economia no custo por hectare.
- Call to action técnico: formulário curto para solicitar os dados brutos.
Pequeno erro proposital em fala humana. Faz o vídeo parecer real. Não exagere a edição. A credibilidade vem da clareza.
3) Campanhas com objetivo de lead qualificado
Crie anúncios com formulários dinâmicos. Pergunte critérios técnicos no próprio anúncio. Exemplo: tamanho do talhão, cultura, mês de plantio. Isso filtra interesses vazios.
Ofereça material técnico exclusivo em troca de dados. Exemplos: planilhas de cálculo de economia ou checklist de manutenção. Materiais úteis aumentam a taxa de qualificação.
Segmentação prática:
- Use listas de proprietários e clientes anteriores para remarketing.
- Configure segmentação por comportamento: interesse em maquinário, conteúdo técnico, assistência.
- Priorize perguntas de qualificação que realmente determinam fit.
Formulário ideal: 5 a 7 campos. Menos é melhor. Mas inclua ao menos um critério técnico obrigatório. Isso muda tudo.
4) Integração e automação do follow-up
Integre leads ao CRM com tags por persona. A tag guia a ação comercial. Atribua pontuação por fit técnico. Alta pontuação sinaliza contato urgente.
Configure fluxos de nutrição automáticos por persona:
- Conteúdo técnico -> convite para demo -> contato comercial.
- Para produtores grandes, insira convite para reunião técnica presencial.
- Para revendas, envie material sobre margem e logística.
Use regras simples: se o lead indicar >500 ha, acione o técnico regional em 48 horas. Se indicar necessidade de crédito, envie material sobre opções e marque follow-up.
Se já usa CRM, ótimo. Se não, comece com integração mínima. Veja um guia prático sobre CRM no agro para alinhar processo.
Checklist de execução em 30/60/90 dias
-
0–30 dias:
-
Mapear personas e documentar critérios de qualificação.
-
Ajustar formulários de anúncios com pelo menos um critério técnico.
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Produzir 2 vídeos de prova técnica (região distinta).
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31–60 dias:
-
Rodar campanhas de geração com segmentação por persona.
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Integrar leads ao CRM e aplicar tags iniciais.
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Coletar primeiras 100 respostas qualificadas para análise.
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61–90 dias:
-
Automatizar follow-up por persona.
-
Rodar testes A/B em criativos e landing pages.
-
Medir CPL, taxa de qualificação e taxa de conversão para visita técnica.
Mede rápido. Ajuste campanhas semanais. Não espere 6 meses para ver sinais.
Tabela comparativa de canais e recomendação de uso
| Canal | Objetivo principal | Indicador chave | Recomendação prática |
|—|—:|—|—|
| Facebook/Meta | Alcance e linguagem regional | CPL e taxa de qualificação | Use para top e middle funnel com segmentação por interesse rural |
| Google Search | Demanda ativa | CTR e taxa de conversão em formulário técnico | Priorize para vendas por necessidade imediata (peças, insumos) |
| YouTube | Prova técnica e demonstração | Visualizações assistidas e leads | Vídeos de teste e instalação, use como remarketing |
| LinkedIn | Vendas B2B (agroindústrias, revendas) | Taxa de resposta e reuniões agendadas | Conteúdo técnico e whitepapers para decisores |
Use o canal que melhor corresponda ao estágio do funil. Não tente tudo ao mesmo tempo. Comece com um ou dois canais e escale conforme métricas.
Exemplo aplicado
Uma revenda agrícola regional criou um vídeo de 90s mostrando aplicação de um adjuvante. Exigiu no formulário o tamanho da área tratada. Resultado: leads qualificados aumentaram 36%. Integramos ao CRM. Automatizamos o fluxo. O time comercial converteu 18% desses leads em visitas técnicas pagas. Simples, mas exige disciplina.
Dica prática: sempre peça ao lead um indicador técnico que permita priorizar a ação comercial. Pode ser hectares, mês de plantio ou necessidade de crédito. Esse único dado transforma o pipeline.
Pequenos detalhes que geram diferença
- Mensure CPL separado por persona, não só por canal.
- Ajuste lances por persona conforme CPLQ e valor médio por venda.
- Monte playbooks com respostas prontas para cada tag do CRM.
Erros comuns. E como evitar:
- Perguntas técnicas demais no formulário = abandono. Balanceie.
- Falta de integração = perda de sinal de compra.
- Conteúdo genérico demais = leads sem fit.
A receita é simples. Priorize o que define fit técnico. Teste rápido. Escale o que funciona. E relembre o time: velocidade de contato importa. Contato atrasado, oportunidade perdida. Rápido contato é diferencial competitivo. Intuição? Sim. Mas baseie na pontuação técnica.
Este capítulo entrega um roteiro tático. Use-o como checklist prático. Aplique, meça, melhore. Peça sempre um indicador técnico. Priorize ação. Vá para o campo. Tome decisão com dados, porém aja rápido. Tá pronto? Então mão na massa.
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Sobre
Mentoria com Ben Martin Balik: programas práticos para agromarketing com foco em implementação, playbooks por persona, integração de CRM e automação, revisão de funil e acompanhamento por 90 dias para aumentar geração de leads qualificados e conversão em vendas.


