Você já sentiu que campanhas digitais no agro parecem funcionar na teoria, mas não entregam resultados consistentes no campo? Quando entenderem isso, muitas equipes descobrem que o gap entre mensagem e comportamento do produtor é menor do que imaginam — e totalmente mensurável. Este conteúdo entrega 7 insights práticos e acionáveis para alinhar comunicações, compras e pós-venda em empresas do agronegócio: agroindústrias, revendas, lojas de maquinário, indústrias de insumos e agritechs. Prometo frameworks fáceis de implementar, exemplos reais de segmentação e modelos de teste A/B que você pode rodar já na próxima campanha. Se você é analista ou gestor, prepare-se para converter dados em decisões que aumentam taxa de conversão, ticket médio e retenção sem jargões desnecessários.
Entender o produtor: o primeiro insight que muda o jogo

Campanha linda. Vídeo bem editado. Landing page impecável. E… silêncio. Cliques que não viram contato. Leads que viram números, não clientes. Frustração. Você sente na pele. Investiu tempo e verba. Resultado? Conversão baixa. Dá raiva. Dá sono sem dormir. Esse é o ponto de partida. E entender o produtor muda tudo.
Imagine um vendedor que conhece a família do cliente. Sabe o nome do filho mais novo. Sabe que a última safra foi difícil. Conversa com o produtor como quem fala com um vizinho. Conquista primeiro a confiança. Depois vem a compra. O agromarketing que funciona começa por aí: não por criativos bonitos, mas por empatia e conhecimento real do comportamento no campo.
Definição clara do problema
O problema é simples: campanhas construídas sobre suposições. Suposições sobre necessidades, canais, linguagem e momento de compra. Você cria conteúdo técnico para quem precisa de conversa presencial. Faz anúncios para um público que só confia em indicação. Muda o texto, mas mantém a hipótese errada. Resultado: comunicação desalinhada. Resultado: custo alto por lead. Resultado: baixa retenção. O erro começa quando a pesquisa qualitativa é deixada de lado. Ou quando se mede apenas cliques. Entender o produtor é reunir sinais do comportamento real. É transformar intuição em evidência.
Três sinais concretos que indicam falta de entendimento
1) Alta taxa de rejeição em landing pages. Muitos acessos e pouca interação. O produtor entrou, não encontrou valor imediato, saiu. Ele não quer ler um whitepaper — quer solução rápida.
2) Baixo tempo de vida do cliente. Cliente compra uma vez e some. Sem recompra, sem fidelidade. Sinal de que a proposta não resolveu dor contínua ou não criou rotina de uso.
3) CAC elevado com baixa qualidade de lead. Você gasta muito para gerar contatos que não fecham. Isso mostra desalinhamento entre o perfil atingido e o decisor real no campo.
Três sinais só. Diretos. Não ignore.
Checklist prático para entrevistar clientes e coletar dados qualitativos
- Objetivo: validar hipóteses de necessidade, jornada e canais.
- Duração: 20–30 minutos. Curto. Produtor não tem tempo. Se conseguir, 45 minutos em visita técnica.
- Formato: entrevista sem roteiro rígido. Conversa guiada. Comece com contextos e vá afunilando.
- Registro: audio (com autorização), notas em campo e resumo em 24h. Use template simples: contexto, dor, solução atual, decisão de compra, canais preferidos, palavras usadas.
Perguntas sugeridas (ordem flexível)
- Me conta como foi a última decisão de compra grande na fazenda. Quem participou?
- Quais problemas te tiraram o sono na última safra?
- Como você busca informação quando tem um problema técnico?
- O que pesa mais na escolha: preço, confiança, assistência técnica ou garantia?
- Onde você prefere receber contato comercial? Visita, telefone, WhatsApp, anúncios?
- Qual foi a última vez que um anúncio ou conteúdo ajudou na sua operação? O que tinha ali?
- Conte uma experiência ruim com um fornecedor. O que faltou?
Como registrar insights
- Grave audio. Transcreva os pontos-chave.
- Use um campo para “frases reais” — palavras que o produtor usa.
- Faça tags: decisão, canal, dor, objeção, autoridade.
- Sintetize em 3 bullets por entrevista: insight central, implicação para marketing, ação imediata.
- Atualize persona e hipótese a cada 5 entrevistas.
Exemplos reais aplicáveis
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Agroindústria: entrevistando gestores de cooperativas, você descobre que a maior dor é logística e prazo de pagamento. Comunicação técnica sobre produto não resolve. Priorize soluções financeiras e fluxo de entrega. Mensagem: garantia de entrega + condição comercial clara. Visita técnica com gerente de logística converte.
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Revendas agrícolas: o cliente quer confiabilidade da assistência. A compra muitas vezes é feita depois de uma recomendação do técnico local. Investir em conteúdo técnico para técnicos e em visitas do time comercial gera mais leads qualificados do que anúncios genéricos.
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Loja de maquinário: decisor é influenciado por test-drive e demonstração. Anúncios digitais trazem tráfego. Mas fechamento vem na experiência prática e na negociação de troca/financiamento. Priorize agendamento de demonstrações e comunicação via WhatsApp para combinar visita.
Tabela comparativa (canais x objetivo)
| Canal / Ação | Objetivo principal | Quando priorizar | Indicador-chave |
|—|—:|—|—|
| Visitas técnicas | Fechamento e confiança | Decisões de médio/alto ticket e quando produtor valoriza demonstração | Taxa de conversão pós-visita |
| Conteúdo técnico (vídeo, artigo) | Educação e confiança técnica | Quando decisão passa por técnico ou equipe técnica | Engajamento + leads qualificados |
| Anúncios digitais | Geração de tráfego e reconhecimento | Quando precisa escala rápida e segmentada | CPL e CTR |
| WhatsApp | Agendamento e follow-up | Quando o produtor prefere comunicação direta e imediata | Resposta e taxa de agendamento |
| Eventos/palestras locais | Relacionamento e autoridade | Quando busca criar confiança comunitária | Leads gerados por evento |
Notas: priorize visitas técnicas para venda de maquinário. Priorize conteúdo técnico para revendas e técnicos. Use anúncios para testar hipóteses de demanda. Use WhatsApp para combinar próximos passos.
Como transformar entrevistas em ações concretas
- Agrupe as entrevistas por segmento. Procure padrões. Não anote tudo igual. Foque nas frases que se repetem.
- Atualize a persona com dados reais: canais preferidos, termos usados, entraves financeiros, influenciadores na decisão.
- Ajuste criativo: use linguagem do produtor. Troque “safra” por termos locais. Use fotos reais da região. Pequenos detalhes contam.
Mini-plano de 30 dias para validar hipóteses junto aos produtores
1) Dia 1–3: Defina 3 hipóteses (ex.: produtor decide por indicação do técnico). KPI: número de hipóteses claras.
2) Dia 4–10: Recrute 12 produtores para entrevistas (4 por segmento: agroindústria, revenda, loja). KPI: entrevistas realizadas.
3) Dia 11–13: Sintetize e marque padrões. KPI: 3 insights acionáveis extraídos.
4) Dia 14–18: Teste 2 mensagens diferentes (técnica vs solução financeira) em anúncios regionais. KPI: CTR e CPL por mensagem.
5) Day 19–21: Agende 6 visitas técnicas com produtores que demonstraram interesse. KPI: taxa de comparecimento.
6) Dia 22–25: Aplique follow-up via WhatsApp para os contatos gerados. KPI: taxa de resposta e agendamento.
7) Dia 26–28: Analise conversão pós-visita e feedback qualitativo. KPI: taxa de conversão por canal.
8) Dia 29–30: Roda reunião com time e decide próximas ações. KPI: plano de 90 dias baseado em evidência.
Indicadores para acompanhar (KPIs)
- CPL (custo por lead) por canal.
- Taxa de conversão pós-visita técnica.
- Tempo médio de fechamento.
- NPS ou satisfação qualitativa do produtor.
- Taxa de recompra em 90 dias.
Pequena observação final, rápida. Pesquisa qualitativa não é luxo. É ferramenta. Gasta pouco e entrega decisivamente. Ouça. Vá ao campo. Grave. Repita. Ajuste. As campanhas bonitas só convertem quando falam a língua do produtor. Se quiser um ponto de partida prático sobre métodos de pesquisa, veja este material sobre ferramentas de pesquisa de mercado: Ferramentas de pesquisa de mercado.
Você vai encontrar resistência. Pessoas preferem tática do que ouvir cliente. Ignore a pressa. Faça as entrevistas. Teste rápido. E depois? Você terá hipóteses que realmente funcionam. E campanhas que convertem de verdade. Simples assim. Só que não é simples. É trabalho. Mas funciona.
Aplicando os 7 insights nas campanhas digitais e jornada do cliente

Recap rápido — os sete insights (só títulos):
- Entender o produtor
- Contexto regional importa
- Conteúdo técnico converte
- Jornada é mais que venda
- Dados orientam decisões
- Experiência no pós-venda fideliza
- Testes contínuos são obrigatórios
Você já sabe os títulos. Agora transforme isso em tática. Vou direto. Sem rodeios.
Primeiro: segmentação. Sem ela, dinheiro evapora.
- Use tamanho da propriedade como filtro primário. Pequena, média, grande.
- Combine cultura (soja, milho, café, pecuária) com fase do ciclo (preparo, plantio, colheita, pós-colheita).
- Adicione perfil decisor: dono, gerente técnico, comprador. Cada um responde a mensagens diferentes.
Exemplo de persona agro — modelo prático para aplicar nas plataformas:
- Nome fictício: João, o gestor técnico
- Tamanho da propriedade: 800 hectares (média/grande)
- Cultura: soja + milho em rotação
- Fase do ciclo: preparação para plantio (fev-mar)
- Perfil decisor: toma decisão com o dono, mas recomenda soluções técnicas
- Dores principais: reduzir custos por hectare, evitar falhas no plantio
- Canais preferidos: WhatsApp, grupos técnicos no Facebook, vídeos curtos no Instagram
- Comportamento digital: busca por provas técnicas, case studies, gosta de comparativos
- Objetivo de campanha: geração de leads qualificados para visita técnica
Mensagens e formatos criativos. Simples.
- Para decisores técnicos: entregue dados, ROI, tabelas comparativas em carrossel.
- Para donos: foco em economia e segurança do investimento. Vídeo curto com testemunho funciona.
- Para compradores: promoções, condições de pagamento, facilidade logística.
Seis exemplos de copies (anúncios e mensagens de WhatsApp). Conecte com leadcultura e chasocial.
1) Anúncio FB/IG – Headline: Teste técnico gratuito na sua área. Texto: “Comprove redução de custo por hectare em 1 safra. Agende visita técnica. Vagas limitadas.”
2) Anúncio vídeo YouTube – Lead: Resultado real em 3 propriedades. Texto curto: “Veja como reduzir perdas no plantio. Assista 2 minutos.”
3) Anúncio LinkedIn – Headline: Soluções para grandes volumes. Texto: “Proposta técnica baseada em dados. Agende conversa com nosso especialista.”
4) WhatsApp (primeiro contato): “Olá João, tudo bem? Aqui é a equipe técnica da revenda. Temos um relatório rápido que mostra economia por hectare na sua região. Quer receber agora?”
5) WhatsApp (nutrição): “Recebeu o relatório? Posso marcar uma visita técnica na próxima semana. Sem compromisso. Responde 1 para sim.”
6) Anúncio remarketing FB – Texto: “Você viu o case de redução de 12% no custo. Quer que a gente calcule pra sua fazenda? Clique e agende.”
Repare: linguagem direta. Curtas. Promessa testada. Chamada para ação óbvia. Use prova sempre. Foto da fazenda. Gráfico simples. Testemunho.
Calendário tático de conteúdo — 8 semanas (tabela por canal):
| Semana | Instagram | Facebook | YouTube | LinkedIn | WhatsApp | E-mail |
|—|—|—|—|—|—|—|
| 1 | Reel: antes/depois técnico | Post: artigo técnico resumido | Vídeo 3min: case local | Post: dados regionais | Mensagem: convite para baixar relatório | Sequência 1: relatório + CTA |
| 2 | Carrossel: passo a passo | Live técnica com parceiro | Shorts: 60s demonstração | Artigo: ROI por hectare | Broadcast: link do vídeo | Newsletter: highlights semanais |
| 3 | IGTV: entrevista técnico | Post com depoimento | Vídeo: tutorial aplicação | Post: convite para webinar | Mensagem: agendamento de visita | E-mail: convite webinar |
| 4 | Stories: enquete sobre dor | Post: checklist safra | Vídeo: comparação de insumos | Case study técnico | Broadcast: reminder webinar | Follow-up leads semana 1 |
| 5 | Reel: resultado na fazenda | Post: promoção logística | Vídeo: Q&A com especialista | Post: whitepaper download | Mensagem: oferta exclusiva | E-mail: oferta limitada |
| 6 | Carrossel: erros comuns | Live: perguntas e respostas | Vídeo: análise de solo | Post: insights regionais | Broadcast: agendamento rápido | Sequência 2: nutrição |
| 7 | Stories: bastidores | Post: infográfico técnico | Vídeo: história do cliente | Artigo: estratégia comercial | Mensagem: confirmação visita | E-mail: confirmação reunião |
| 8 | Reel: resumo 8 semanas | Post: CTA forte para teste | Vídeo: resultados finais | Post: convite pesquisa | Broadcast: pesquisa de satisfação | E-mail: oferta pós-visita |
Faça o calendário com disciplina. Mas seja flexível. Ajuste conforme dados.
Como configurar funis no Facebook Ads e Google Ads — passo a passo prático:
1) Topo (Awareness)
- Objetivos: alcance, tráfego, visualizações de vídeo.
- Facebook: campanha de alcance + vídeo com segmentação por região e cultura.
- Google: campanhas de vídeo e display para termos de mercado e sites agrícolas.
- Métrica chave: CPM, vídeo completions, CTR.
2) Meio (Consideração)
- Objetivos: tráfego qualificado, engajamento, geração de leads.
- Facebook: campanha de tráfego para landing com formulário ou link para WhatsApp. Público: quem viu 50% do vídeo do topo.
- Google: campanhas de pesquisa com palavras long-tail (“consultoria plantio soja [região]”). Página: conteúdo técnico com formulário.
- Métrica chave: CTR, CPA na geração de lead, relevância do lead.
3) Fundo (Conversão)
- Objetivos: leads qualificados, agendamento de visita, pedidos.
- Facebook: campanha de geração de leads ou conversão (evento: agendamento). Público: remarketing de quem abriu formulário.
- Google: campanhas de pesquisa com lances para conversão, remarketing no display.
- Métrica chave: CPL, taxa de qualificação, agendamentos.
4) Retenção
- Objetivos: pós-venda, upsell, fidelização.
- Plataformas: campanhas de remarketing, listas de e-mail segmentadas, mensagens via WhatsApp.
- Métrica chave: LTV, taxa de recompra, satisfação.
Configuração técnica: instale eventos de conversão na landing. Crie públicos personalizados por engajamento. Use UTM em todos links. Teste criativos A/B com pelo menos 2 variações por etapa.
Orçamento inicial e como escalonar:
- Sugestão inicial (revenda regional, teste 4 semanas): R$ 6.000/mês total.
- Facebook/Instagram: R$ 2.500
- Google Search/YouTube: R$ 2.000
- Produção de conteúdo e e-mail/WhatsApp: R$ 1.500
- Metas iniciais: CPL alvo R$ 80–150 (depende do ticket), ROAS inicial: não aplicável em topo, foco em CPL e leads qualificados.
Escalonamento baseado em resultados:
- Se ROAS > 3x e CPL abaixo da meta: aumentar orçamento em 20–30% por semana na campanha vencedora.
- Se CPL dentro da meta, mas taxa de qualificação baixa: escale público similar em +15% e invista em criativos que tragam prova técnica.
- Se CPL sobe >30% e taxa de conversão cai: pause criativo, revise landing page e volte 50% do orçamento até ajustar.
- Reavalie por canais: traga orçamento de canais com CPL alto para os que estão performando.
Pequeno estudo de caso hipotético (storytelling curto):
A revenda local estava cansada. Campanhas gastavam, poucas visitas técnicas. Testamos segmentação por cultura e fase do ciclo. Mandamos relatório técnico por WhatsApp, criamos vídeo local de 2 minutos e um formulário curto. Em 8 semanas, leads qualificados cresceram 40%. CPL caiu 25%. Resultado prático: mais visitas técnicas e duas vendas grandes no fim da safra. Foi simples. Mas exigiu disciplina nos dados.
Notas finais práticas. Coisas que quase ninguém faz:
- Use nomes reais nas listas de WhatsApp, não só números.
- Automatize confirmação de visita. Pequeno atraso fura a chance.
- Transforme todo contato em dado no CRM. Sem isso, nada escala.
Para ajuda na construção de conteúdo que gera vendas, veja este artigo com boas práticas: Gerar vendas com conteúdo de valor no agro.
Próximo passo: implemente um ciclo de 4 semanas. Meça. Ajuste. Teste outro criativo. Repita. Simples, mas não fácil. Dá trabalho. Funciona.
Métricas, testes e escalabilidade: como provar o valor e ampliar resultados

Métricas, testes e escalabilidade: como provar o valor e ampliar resultados
Você já lançou campanha, dormiu pensando em leads e acordou com dúvidas. Normal. Agora precisamos provar que aquilo funciona. E escalar. Sem ilusões. Sem números de vaidade. Vou direto ao ponto.
KPIs essenciais por etapa do funil
Awareness
- Impressões (não é objetivo final). Use apenas para estimar alcance.
- Alcance único. Fórmula: número de usuários únicos alcançados. Meta inicial: ⬆️ 10% mês a mês.
- Taxa de visualização (vídeo) = visualizações 50s / visualizações totais. Meta inicial: > 40% em criativos curtos.
Consideração
- CTR (clique/impressoes) = cliques ÷ impressões. Meta inicial: 0,8%–2% dependendo do canal.
- Engajamento útil = (comentários + compartilhamentos) ÷ alcance. Meta inicial: 0,5%–1%.
- Tempo médio na página (landing) = tempo total ÷ sessões. Meta: > 60s para conteúdo técnico.
Conversão
- CPL (custo por lead) = gasto ÷ leads. Meta inicial: variável por segmento; definir por persona. Ex.: R$ 40–120 para revenda/região média.
- Taxa de conversão landing = leads ÷ visitantes. Meta: 3%–12% (depende da oferta).
- SQL rate = leads qualificados ÷ leads totais. Meta inicial: 25%.
- CAC = gasto de marketing ÷ clientes adquiridos. Meta: definir com o time financeiro.
Retenção / Pós-venda
- Taxa de recompra = clientes que compraram novamente ÷ clientes totais. Meta: 15% primeiro ano.
- Churn = clientes perdidos ÷ total clientes. Meta: < 10% anual.
- LTV (valor do tempo de vida) = receita média por cliente × média de compras × margem. Meta: > 3× CAC.
Use sempre fórmulas simples. Meça o que impacta receita. Evite obsessão por impressões e alcance sem contexto.
Plano de testes A/B (prioridade e execução)
Regra rápida: teste uma variável por vez. Teste durante 2 semanas ou até 200 conversões por variação. Pare quando p<0,05 ou quando claramente uma variação vence.
Hipóteses (mínimo 8):
1) Título do anúncio: “Oferta técnica” vs “Oferta economia no custo por hectare” — qual gera mais CTR?
2) CTA: “Peça amostra grátis” vs “Fale com nosso técnico” — qual gera mais SQL?
3) Página de destino: formulário longo (campos) vs formulário curto + qualificação posterior — qual reduz CPL?
4) Horário de envio WhatsApp: manhã (8–10h) vs tarde (16–18h) — quais horários têm maior taxa de resposta?
5) Criativo: vídeo de 30s com demonstração vs imagem com prova social — qual gera mais retenção na página?
6) Copy no e-mail: assunto direto (objetivo) vs assunto emocional (dor do produtor) — qual aumenta open rate e conversão?
7) Oferta: webinar técnico vs desconto pontual — qual gera mais conversão para produtos de alto ticket?
8) Segmentação: lookalike de compradores vs interesse por cultura específica — qual gera menor CAC?
Documente hipóteses. Use planilha com colunas: hipótese, KPIs, tamanho da amostra, duração, resultado, decisão.
Tabela de decisão para escalonamento
| Situação | Métrica chave | Ação recomendada |
|—|—:|—|
|Campanha com CPL abaixo da meta e SQL rate > meta| CPL < meta e SQL rate > meta | Aumentar orçamento +20% por semana até ver diluição de performance |
|Campanha com ROAS positivo mas CPL subindo| ROAS ok, CPL +10% vs semana anterior | Pausar aumento; otimizar criativos e testes A/B antes de escalar |
|Baixo CTR e alta taxa de rejeição na landing| CTR < meta & bounce rate > 60% | Pausar criativo, revisar landing, testar novo CTA e prova social |
|Alta taxa de respostas em WhatsApp mas baixa qualificação| Respostas ↑, SQL rate ↓ | Treinar time, ajustar script e adicionar filtro inicial automático |
|Criativo com conversão significativamente melhor| Conversão variação A >> B (p<0,05) | Replicar criativo para outros públicos; testar nuances (idioma, CTA) |
|Campanha com ROAS negativo e alta taxa de conversão em retenção| ROAS < 0 e recompra alta | Revisar pricing e custo unitário. Talvez vale investir para ganhar participação de mercado, mas com plano claro |
Decisões são regras, não dogmas. Use dados do CRM para validar qualidade dos leads antes de aumentar gastos.
Fluxo de nutrição de leads em 4 passos
Passo 1 — Entrada: e-mail de boas-vindas (objetivo: confirmar interesse)
- Assunto: Obrigado — aqui está o material técnico prometido
- Corpo: resumo objetivo, link para PDF, CTA: agende conversa técnica. Curto. Direto.
Passo 2 — Educação: WhatsApp ou e-mail 3 dias depois (objetivo: valor + qualificação)
- Mensagem WhatsApp: “Olá, tudo bem? Enviei um case rápido que mostra redução de custo. Posso te enviar?”
- Se responder sim, enviar case + pergunta de qualificação (tamanho da área, cultura).
Passo 3 — Prova social e convite ao evento (7 dias)
- E-mail: case + depoimento de cliente da mesma região + CTA: inscrição em webinar técnico.
- Objetivo: mover para consideração e medir engajamento.
Passo 4 — Oferta personalizada (14 dias)
- Mensagem: proposta curta, com opções de follow-up (chamada técnica, simulação de custo).
- Objetivo: converter em lead comercial.
Cada passo tem um objetivo claro. Se o lead não engaja, mova para nurtures menos frequentes. Se engaja, acelere contato comercial.
Integração CRM x ERP rural e uso de dados pós-venda
Integração não é papo. É operação. Vincule o CRM ao ERP rural para cruzar dados transacionais com origem do lead. Ex.: identificar qual campanha gerou a compra X em safra Y. Isso permite:
- Avaliar LTV por campanha.
- Calcular CAC por cluster de produto.
- Otimizar ofertas sazonais conforme histórico de compra por região.
Dados pós-venda úteis:
- SKU comprado, volume, data, margem bruta.
- Frequência de recompra.
- Tickets médios por safra.
- Reclamações e devoluções (para medir qualidade do lead).
Use esses sinais para fechar o loop: se clientes vindos de campanha A têm LTV maior, invista mais nela. Se leads convertem rápido mas churn alto, investigue onboarding e produto.
Práticas técnicas:
- Sincronize IDs de leads entre CRM e ERP. Sem isso, os dados ficam inúteis.
- Registre canal de aquisição no momento da criação do lead.
- Atualize status do lead automaticamente quando o ERP registra venda.
- Importe eventos pós-venda para a ferramenta de anúncios como conversões customizadas.
Evite acompanhar só cliques. Prefira receita atribuída. Use modelos de atribuição simples no começo: último clique qualificado + lookback de 90 dias. Evolua para modelos mais completos quando tiver volume.
Dicas práticas finais (medição realista)
- Pare de gastar tempo com curtidas. Medir é medir impacto comercial.
- Padronize nomenclatura de campanhas. Sem padrão, nada casa.
- Tenha um dashboard semanal com CPL, SQL rate, CAC e LTV estimado.
- Automatize relatórios do CRM; não dependa de planilhas manuais.
- Quando testar escalonamento, faça em palier: +20% orçamento por vez.
Se quiser aprofundar como conteúdo gera vendas, veja um guia prático sobre conteúdo de valor no agro aqui: gerar vendas com conteúdo de valor no agro.
Checklist operacional para os próximos 90 dias
- [ ] Padronizar nomenclatura de campanhas e parâmetros UTM (7 dias)
- [ ] Configurar dashboard com CPL, SQL rate, CAC, LTV (14 dias)
- [ ] Implementar 8 testes A/B com plano e planilha de acompanhamento (30 dias)
- [ ] Sincronizar CRM e ERP: mapear campos e testar integração (45 dias)
- [ ] Criar fluxo de nutrição em 4 passos e automatizar mensagens (30 dias)
- [ ] Rodar primeiro ciclo de escalonamento em palier (+20% por palier) (60–90 dias)
- [ ] Revisar 90 dias de vendas e recalcular LTV por campanha (90 dias)
Nada aqui é mágico. Mas é prático. Faça. Meça. Ajuste. Repita. O resultado aparece, lento no começo. Depois rápido. Pode duvidar. Teste primeiro.
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Sobre
Mentoria completa com Ben Martin Balik: acesso à comunidade exclusiva de agromarketers, sessões semanais de mentoria ao vivo, templates práticos (calendários, checklists, scripts de vendas e modelos de anúncios), auditoria de campanhas e funis, workshops mensais sobre CRM e integração com ERPs rurais, e suporte direto para implementação das 7 estratégias apresentadas. Ideal para analistas e gestores que querem reduzir tempo de validação e escalar resultados com metodologia comprovada.


